1 Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, 2 nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem, deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. 3 Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira. 4 Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, 5 deu-nos vida com Cristo quando ainda estávamos mortos em transgressões—pela graça vocês são salvos. 6 Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus, 7 para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. 8 Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; 9 não por obras, para que ninguém se glorie. 10 Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos. 11 Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que, 12 naquela época, vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. 13 Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. 14 Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, 15 anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, 16 e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. 17 Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, 18 pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito. 19 Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, 20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, 21 no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. 22 Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito.
1 Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, atravessando as regiões altas, chegou a Éfeso. Ali encontrou alguns discípulos 2 e lhes perguntou: “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?”Eles responderam: “Não, nem sequer ouvimos que existe o Espírito Santo”. 3 “Então, que batismo vocês receberam?”, perguntou Paulo.“O batismo de João”, responderam eles. 4 Disse Paulo: “O batismo de João foi um batismo de arrependimento. Ele dizia ao povo que cresse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus”. 5 Ouvindo isso, eles foram batizados no nome do Senhor Jesus. 6 Quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar em línguas e a profetizar. 7 Eram ao todo uns doze homens. 8 Paulo entrou na sinagoga e ali falou com liberdade durante três meses, argumentando convincentemente acerca do Reino de Deus. 9 Mas alguns deles se endureceram e se recusaram a crer, e começaram a falar mal do Caminho diante da multidão. Paulo, então, afastou-se deles. Tomando consigo os discípulos, passou a ensinar diariamente na escola de Tirano. 10 Isso continuou por dois anos, de forma que todos os judeus e os gregos que viviam na província da Ásia ouviram a palavra do Senhor. 11 Deus fazia milagres extraordinários por meio de Paulo, 12 de modo que até lenços e aventais que Paulo usava eram levados e colocados sobre os enfermos. Estes eram curados de suas doenças, e os espíritos malignos saíam deles. 13 Alguns judeus que andavam expulsando espíritos malignos tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre os endemoninhados, dizendo: “Em nome de Jesus, a quem Paulo prega, eu ordeno que saiam!” 14 Os que estavam fazendo isso eram os sete filhos de Ceva, um dos chefes dos sacerdotes dos judeus. 15 Um dia, o espírito maligno lhes respondeu: “Jesus, eu conheço, Paulo, eu sei quem é; mas vocês, quem são?” 16 Então o endemoninhado saltou sobre eles e os dominou, espancando-os com tamanha violência que eles fugiram da casa nus e feridos. 17 Quando isso se tornou conhecido de todos os judeus e gregos que viviam em Éfeso, todos eles foram tomados de temor; e o nome do Senhor Jesus era engrandecido. 18 Muitos dos que creram vinham, e confessavam, e declaravam abertamente suas más obras. 19 Grande número dos que tinham praticado ocultismo reuniram seus livros e os queimaram publicamente. Calculado o valor total, este chegou a cinquenta mil dracmas. 20 Dessa maneira a palavra do Senhor muito se difundia e se fortalecia. 21 Depois dessas coisas, Paulo decidiu no espírito ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia. Ele dizia: “Depois de haver estado ali, é necessário também que eu vá visitar Roma”. 22 Então enviou à Macedônia dois dos seus auxiliares, Timóteo e Erasto, e permaneceu mais um pouco na província da Ásia. 23 Naquele tempo houve um grande tumulto por causa do Caminho. 24 Um ourives chamado Demétrio, que fazia miniaturas de prata do templo de Ártemis e que dava muito lucro aos artífices, 25 reuniu-os com os trabalhadores dessa profissão e disse: “Senhores, vocês sabem que temos uma boa fonte de lucro nesta atividade 26 e estão vendo e ouvindo como este indivíduo, Paulo, está convencendo e desviando grande número de pessoas aqui em Éfeso e em quase toda a província da Ásia. Diz ele que deuses feitos por mãos humanas não são deuses. 27 Não somente há o perigo de nossa profissão perder sua reputação, mas também de o templo da grande deusa Ártemis cair em descrédito e de a própria deusa, adorada em toda a província da Ásia e em todo o mundo, ser destituída de sua majestade divina”. 28 Ao ouvirem isso, eles ficaram furiosos e começaram a gritar: “Grande é a Ártemis dos efésios!” 29 Em pouco tempo a cidade toda estava em tumulto. O povo foi às pressas para o teatro, arrastando os companheiros de viagem de Paulo, os macedônios Gaio e Aristarco. 30 Paulo queria apresentar-se à multidão, mas os discípulos não o permitiram. 31 Alguns amigos de Paulo dentre as autoridades da província chegaram a mandar-lhe um recado, pedindo-lhe que não se arriscasse a ir ao teatro. 32 A assembleia estava em confusão: uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra. A maior parte do povo nem sabia por que estava ali. 33 Alguns da multidão julgaram que Alexandre era a causa do tumulto, quando os judeus o empurraram para a frente. Ele fez sinal pedindo silêncio, com a intenção de fazer sua defesa diante do povo. 34 Mas, quando ficaram sabendo que ele era judeu, todos gritaram a uma só voz durante cerca de duas horas: “Grande é a Ártemis dos efésios!” 35 O escrivão da cidade acalmou a multidão e disse: “Efésios, quem não sabe que a cidade de Éfeso é a guardiã do templo da grande Ártemis e da sua imagem que caiu do céu? 36 Portanto, visto que estes fatos são inegáveis, acalmem-se e não façam nada precipitadamente. 37 Vocês trouxeram estes homens aqui, embora eles não tenham roubado templos nem blasfemado contra a nossa deusa. 38 Se Demétrio e seus companheiros de profissão têm alguma queixa contra alguém, os tribunais estão abertos, e há procônsules. Eles que apresentem suas queixas ali. 39 Se há mais alguma coisa que vocês desejam apresentar, isso será decidido em assembleia, conforme a lei. 40 Da maneira como está, corremos o perigo de sermos acusados de perturbar a ordem pública por causa dos acontecimentos de hoje. Nesse caso, não seríamos capazes de justificar este tumulto, visto que não há razão para tal”. 41 E, tendo dito isso, encerrou a assembleia.
1 No quinto dia do sexto mês do sexto ano do exílio, eu e as autoridades de Judá estávamos sentados em minha casa quando a mão do Soberano, o SENHOR, veio sobre mim. 2 Olhei e vi uma figura como a de um homem. Do que parecia ser a sua cintura para baixo, ele era como fogo, e dali para cima sua aparência era tão brilhante como metal reluzente. 3 Ele estendeu o que parecia um braço e pegou-me pelo cabelo. O Espírito levantou-me entre a terra e o céu e, em visões de Deus, ele me levou a Jerusalém, à entrada da porta norte do pátio interno, onde estava colocado o ídolo que provoca o ciúme de Deus. 4 E ali, diante de mim, estava a glória do Deus de Israel, como na visão que eu havia tido na planície. 5 Então ele me disse: “Filho do homem, olhe para o norte”. Olhei para o lado norte, e vi, junto à porta do altar, o ídolo que provoca o ciúme de Deus. 6 E ele me disse: “Filho do homem, você vê o que estão fazendo? As práticas repugnantes da nação de Israel, coisas que me levarão para longe do meu santuário? Mas você verá práticas ainda piores que estas”. 7 Em seguida me levou para a entrada do pátio. Olhei e vi um buraco no muro. 8 Ele me disse: “Filho do homem, agora escave o muro”. Escavei o muro e vi ali a abertura de uma porta. 9 Ele me disse: “Entre e veja as coisas repugnantes e más que estão fazendo”. 10 Eu entrei e olhei. Lá, desenhadas por todas as paredes, vi todo tipo de criaturas rastejantes e animais impuros e todos os ídolos da nação de Israel. 11 Na frente deles estavam setenta autoridades da nação de Israel, e Jazanias, filho de Safã, estava no meio deles. Do incensário que cada um tinha em suas mãos, elevava-se uma nuvem aromática. 12 Ele me disse: “Filho do homem, você viu o que as autoridades da nação de Israel estão fazendo nas trevas, cada uma no santuário de sua própria imagem esculpida? Elas dizem: ‘O SENHOR não nos vê; o SENHOR abandonou o país’.” 13 E de novo disse: “Você os verá cometer práticas ainda mais repugnantes”. 14 Então ele me levou para a entrada da porta norte da casa do SENHOR. Lá eu vi mulheres sentadas, chorando por Tamuz. 15 Ele me disse: “Você vê isso, filho do homem? Você verá práticas ainda mais repugnantes do que esta”. 16 Ele então me levou para dentro do pátio interno da casa do SENHOR, e ali, à entrada do templo, entre o pórtico e o altar, havia uns vinte e cinco homens. Com as costas para o templo do SENHOR e o rosto voltado para o oriente, eles se prostravam na direção do Sol. 17 Ele me disse: “Você viu isso, filho do homem? Será que essas práticas repugnantes são corriqueiras para a nação de Judá? Deverão também encher a terra de violência e continuamente me provocar a ira? Veja! Eles estão pondo o ramo perto do nariz! 18 Por isso com ira eu os tratarei; não olharei com piedade para eles nem os pouparei. Mesmo que gritem aos meus ouvidos, não os ouvirei”.
1 Faltavam apenas dois dias para a Páscoa e para a festa dos pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam procurando um meio de flagrar Jesus em algum erro e matá-lo. 2 Mas diziam: “Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo”. 3 Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de um homem conhecido como Simão, o leproso, aproximou-se dele certa mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. 4 Alguns dos presentes começaram a dizer uns aos outros, indignados: “Por que este desperdício de perfume? 5 Ele poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro ser dado aos pobres”. E eles a repreendiam severamente. 6 “Deixem-na em paz”, disse Jesus. “Por que a estão perturbando? Ela praticou uma boa ação para comigo. 7 Pois os pobres vocês sempre terão com vocês e poderão ajudá-los sempre que o desejarem. Mas a mim vocês nem sempre terão. 8 Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. 9 Eu asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória”. 10 Então Judas Iscariotes, um dos Doze, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes a fim de lhes entregar Jesus. 11 A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro. Assim, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo. 12 No primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando se costumava sacrificar o cordeiro pascal, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “Aonde queres que vamos e te preparemos a refeição da Páscoa?” 13 Então ele enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: “Entrem na cidade, e um homem carregando um pote de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no 14 e digam ao dono da casa em que ele entrar: O Mestre pergunta: Onde é o meu salão de hóspedes, no qual poderei comer a Páscoa com meus discípulos? 15 Ele mostrará uma ampla sala no andar superior, mobiliada e pronta. Façam ali os preparativos para nós”. 16 Os discípulos se retiraram, entraram na cidade e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. E prepararam a Páscoa. 17 Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze. 18 Quando estavam comendo, reclinados à mesa, Jesus disse: “Digo que certamente um de vocês me trairá, alguém que está comendo comigo”. 19 Eles ficaram tristes e, um por um, lhe disseram: “Com certeza não sou eu!” 20 Afirmou Jesus: “É um dos Doze, alguém que come comigo do mesmo prato. 21 O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido”. 22 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos discípulos, dizendo: “Tomem; isto é o meu corpo”. 23 Em seguida tomou o cálice, deu graças, ofereceu-o aos discípulos, e todos beberam. 24 E disse-lhes: “Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25 Eu afirmo que não beberei outra vez do fruto da videira, até aquele dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”. 26 Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras. 27 Disse-lhes Jesus: “Vocês todos me abandonarão. Pois está escrito:“ ‘Ferirei o pastor,e as ovelhas serão dispersas’. 28 Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galileia”. 29 Pedro declarou: “Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei!” 30 Respondeu Jesus: “Asseguro que ainda hoje, esta noite, antes que duas vezes cante o galo, três vezes você me negará”. 31 Mas Pedro insistia ainda mais: “Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei”. E todos os outros disseram o mesmo. 32 Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: “Sentem-se aqui enquanto vou orar”. 33 Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado. 34 E disse-lhes: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem”. 35 Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora. 36 E dizia: “Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres”. 37 Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. “Simão”, disse ele a Pedro, “você está dormindo? Não pôde vigiar nem por uma hora? 38 Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. 39 Mais uma vez ele se afastou e orou, repetindo as mesmas palavras. 40 Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados. Eles não sabiam o que lhe dizer. 41 Voltando pela terceira vez, ele lhes disse: “Vocês ainda dormem e descansam? Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. 42 Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!” 43 Enquanto ele ainda falava, apareceu Judas, um dos Doze. Com ele estava uma multidão armada de espadas e varas, enviada pelos chefes dos sacerdotes, mestres da lei e líderes religiosos. 44 O traidor havia combinado um sinal com eles: “Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele: prendam-no e levem-no em segurança”. 45 Dirigindo-se imediatamente a Jesus, Judas disse: “Mestre!”, e o beijou. 46 Os homens agarraram Jesus e o prenderam. 47 Então, um dos que estavam por perto puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha. 48 Disse Jesus: “Estou eu chefiando alguma rebelião, para que vocês venham me prender com espadas e varas? 49 Todos os dias eu estive com vocês, ensinando no templo, e vocês não me prenderam. Mas as Escrituras precisam ser cumpridas”. 50 Então todos o abandonaram e fugiram. 51 Um jovem, vestindo apenas um lençol de linho, estava seguindo Jesus. Quando tentaram prendê-lo, 52 ele fugiu nu, deixando o lençol para trás. 53 Levaram Jesus ao sumo sacerdote; e então se reuniram todos os chefes dos sacerdotes, os líderes religiosos e os mestres da lei. 54 Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. Sentando-se ali com os guardas, esquentava-se junto ao fogo. 55 Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando depoimentos contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte, mas não encontravam nenhum. 56 Muitos testemunharam falsamente contra ele, mas as declarações deles não eram coerentes. 57 Então se levantaram alguns e declararam falsamente contra ele: 58 “Nós o ouvimos dizer: ‘Destruirei este templo feito por mãos humanas e em três dias construirei outro, não feito por mãos de homens’.” 59 Mas, nem mesmo assim, o depoimento deles era coerente. 60 Depois o sumo sacerdote levantou-se diante deles e perguntou a Jesus: “Você não vai responder à acusação que estes fazem sobre você?” 61 Mas Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu.Outra vez o sumo sacerdote lhe perguntou: “Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?” 62 “Sou”, disse Jesus. “E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo com as nuvens do céu”. 63 O sumo sacerdote, rasgando as próprias vestes, perguntou: “Por que precisamos de mais testemunhas? 64 Vocês ouviram a blasfêmia. Que acham?”Todos o julgaram digno de morte. 65 Então alguns começaram a cuspir nele; vendaram-lhe os olhos e, dando-lhe murros, diziam: “Profetize!” E os guardas o levaram, dando-lhe tapas. 66 Estando Pedro embaixo, no pátio, uma das criadas do sumo sacerdote passou por ali. 67 Vendo Pedro a aquecer-se, olhou bem para ele e disse:“Você também estava com Jesus, o Nazareno”. 68 Contudo ele o negou, dizendo: “Não o conheço, nem sei do que você está falando”. E saiu para o alpendre. 69 Quando a criada o viu lá, disse novamente aos que estavam por perto: “Esse aí é um deles”. 70 De novo ele negou.Pouco tempo depois, os que estavam sentados ali perto disseram a Pedro: “Certamente você é um deles. Você é galileu!” 71 Ele começou a se amaldiçoar e a jurar: “Não conheço o homem de quem vocês estão falando!” 72 E logo o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: “Antes que duas vezes cante o galo, você me negará três vezes”. E se pôs a chorar.
1 Naquela noite toda a comunidade começou a chorar em alta voz. 2 Todos os israelitas queixaram-se contra Moisés e contra Arão, e toda a comunidade lhes disse: “Quem dera tivéssemos morrido no Egito! Ou neste deserto! 3 Por que o SENHOR está nos trazendo para esta terra? Só para nos deixar cair à espada? Nossas mulheres e nossos filhos serão tomados como despojo de guerra. Não seria melhor voltar para o Egito?” 4 E disseram uns aos outros: “Escolheremos um chefe e voltaremos para o Egito!” 5 Então Moisés e Arão prostraram-se com o rosto em terra, diante de toda a assembleia dos israelitas. 6 Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que haviam observado a terra, rasgaram as suas vestes 7 e disseram a toda a comunidade dos israelitas: “A terra que percorremos em missão de reconhecimento é excelente. 8 Se o SENHOR se agradar de nós, ele nos fará entrar nessa terra, onde há leite e mel com fartura, e a dará a nós. 9 Somente não sejam rebeldes contra o SENHOR. E não tenham medo do povo da terra, porque nós os devoraremos como se fossem pão. A proteção deles se foi, mas o SENHOR está conosco. Não tenham medo deles!” 10 Mas a comunidade toda falou em apedrejá-los. Então a glória do SENHOR apareceu a todos os israelitas na Tenda do Encontro. 11 E o SENHOR disse a Moisés: “Até quando este povo me tratará com pouco caso? Até quando se recusará a crer em mim, apesar de todos os sinais que realizei entre eles? 12 Eu os ferirei com praga e os destruirei, mas farei de você uma nação maior e mais forte do que eles”. 13 Moisés disse ao SENHOR: “Então os egípcios ouvirão que pelo teu poder fizeste este povo sair dentre eles, 14 e falarão disso aos habitantes desta terra. Eles ouviram que tu, ó SENHOR, estás com este povo e que te veem face a face, SENHOR, e que a tua nuvem paira sobre eles, e que vais adiante deles numa coluna de nuvem de dia e numa coluna de fogo de noite. 15 Se exterminares este povo, as nações que ouvirem falar do que fizeste dirão: 16 ‘O SENHOR não conseguiu levar esse povo à terra que lhes prometeu em juramento; por isso os matou no deserto’. 17 “Mas agora, que a força do Senhor se manifeste, segundo prometeste: 18 ‘O SENHOR é muito paciente e grande em fidelidade e perdoa a iniquidade e a rebelião, se bem que não deixa o pecado sem punição e castiga os filhos pela iniquidade dos pais até a terceira e quarta gerações’. 19 Segundo a tua grande fidelidade, perdoa a iniquidade deste povo, como a este povo tens perdoado desde que saíram do Egito até agora”. 20 O SENHOR respondeu: “Eu o perdoei, conforme você pediu. 21 No entanto, juro pela glória do SENHOR, que enche toda a terra, 22 que nenhum dos que viram a minha glória e os sinais milagrosos que realizei no Egito e no deserto e me puseram à prova e me desobedeceram dez vezes— 23 nenhum deles chegará a ver a terra que prometi com juramento aos seus antepassados. Ninguém que me tratou com desprezo a verá. 24 Mas, como o meu servo Calebe tem outro espírito e me segue com integridade, eu o farei entrar na terra que foi observar, e seus descendentes a herdarão. 25 Visto que os amalequitas e os cananeus habitam nos vales, amanhã deem meia-volta e partam em direção ao deserto pelo caminho que vai para o mar Vermelho”. 26 Disse mais o SENHOR a Moisés e a Arão: 27 “Até quando esta comunidade ímpia se queixará contra mim? Tenho ouvido as queixas desses israelitas murmuradores. 28 Diga-lhes: Juro pelo meu nome, declara o SENHOR, que farei a vocês tudo o que pediram: 29 Cairão neste deserto os cadáveres de todos vocês, de vinte anos para cima, que foram contados no recenseamento e que se queixaram contra mim. 30 Nenhum de vocês entrará na terra que, com mão levantada, jurei dar-lhes para sua habitação, exceto Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. 31 Mas, quanto aos seus filhos, sobre os quais vocês disseram que seriam tomados como despojo de guerra, eu os farei entrar para desfrutarem a terra que vocês rejeitaram. 32 Os cadáveres de vocês, porém, cairão neste deserto. 33 Seus filhos serão pastores aqui durante quarenta anos, sofrendo pela infidelidade de vocês, até que o último cadáver de vocês seja destruído no deserto. 34 Durante quarenta anos vocês sofrerão a consequência dos seus pecados e experimentarão a minha rejeição; cada ano corresponderá a cada um dos quarenta dias em que vocês observaram a terra. 35 Eu, o SENHOR, falei, e certamente farei essas coisas a toda esta comunidade ímpia, que conspirou contra mim. Encontrarão o seu fim neste deserto; aqui morrerão”. 36 Os homens enviados por Moisés em missão de reconhecimento daquela terra voltaram e fizeram toda a comunidade queixar-se contra ele ao espalharem um relatório negativo; 37 esses homens responsáveis por espalhar o relatório negativo sobre a terra morreram subitamente de praga perante o SENHOR. 38 De todos os que foram observar a terra, somente Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, sobreviveram. 39 Quando Moisés transmitiu essas palavras a todos os israelitas, eles choraram amargamente. 40 Na madrugada seguinte subiram para o alto da região montanhosa e disseram: “Subiremos ao lugar que o SENHOR prometeu, pois cometemos pecado”. 41 Moisés, porém, disse: “Por que vocês estão desobedecendo à ordem do SENHOR? Isso não terá sucesso! 42 Não subam, porque o SENHOR não está com vocês. Vocês serão derrotados pelos inimigos, 43 pois os amalequitas e os cananeus os enfrentarão ali, e vocês cairão à espada. Visto que deixaram de seguir o SENHOR, ele não estará com vocês”. 44 Apesar disso, eles subiram desafiadoramente ao alto da região montanhosa, mas nem Moisés nem a arca da aliança do SENHOR saíram do acampamento. 45 Então os amalequitas e os cananeus que lá viviam desceram, derrotaram-nos e os perseguiram até Hormá.
1 Meu filho, obedeça às minhas palavrase no íntimo guarde os meus mandamentos. 2 Obedeça aos meus mandamentos, e você terá vida;guarde os meus ensinos como a menina dos seus olhos. 3 Amarre-os aos dedos;escreva-os na tábua do seu coração. 4 Diga à sabedoria: “Você é minha irmã”,e chame ao entendimento seu parente; 5 eles o manterão afastado da mulher imoral,da mulher leviana com suas palavras sedutoras. 6 Da janela de minha casaolhei através da grade 7 e vi entre os inexperientes,no meio dos jovens,um rapaz sem juízo. 8 Ele vinha pela rua, próximo à esquina de certa mulher,andando em direção à casa dela. 9 Era crepúsculo, o entardecer do dia,chegavam as sombras da noite, crescia a escuridão. 10 A mulher veio então ao seu encontro,vestida como prostituta, cheia de astúcia no coração. 11 (Ela é espalhafatosa e provocadora,seus pés nunca param em casa; 12 uma hora na rua, outra nas praças,em cada esquina fica à espreita.) 13 Ela agarrou o rapaz,beijou-o e lhe disse descaradamente: 14 “Tenho em casa a carne dos sacrifícios de comunhão,que hoje fiz para cumprir os meus votos. 15 Por isso saí para encontrá-lo;vim à sua procura e encontrei! 16 Estendi sobre o meu leitocobertas de linho fino do Egito. 17 Perfumei a minha camacom mirra, aloés e canela. 18 Venha, vamos embriagar-nos de carícias até o amanhecer;gozemos as delícias do amor! 19 Pois o meu marido não está em casa;partiu para uma longa viagem. 20 Levou uma bolsa cheia de pratae não voltará antes da lua cheia”. 21 Com a sedução das palavras o persuadiue o atraiu com o dulçor dos lábios. 22 Imediatamente ele a seguiucomo o boi levado ao matadouro,ou como o cervo que vai cair no laço 23 até que uma flecha lhe atravesse o fígado,ou como o pássaro que salta para dentro do alçapão,sem saber que isso lhe custará a vida. 24 Então, meu filho, ouça-me;dê atenção às minhas palavras. 25 Não deixe que o seu coração se volte para os caminhos dela,nem se perca em tais veredas. 26 Muitas foram as suas vítimas;os que matou são uma grande multidão. 27 A casa dela é um caminho que desce para a sepultura,para as moradas da morte.
1 SENHOR, o meu coração não é orgulhosoe os meus olhos não são arrogantes.Não me envolvo com coisas grandiosasnem maravilhosas demais para mim. 2 De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma.Sou como uma criançarecém-amamentada por sua mãe;a minha alma é como essa criança. 3 Ponha a sua esperança no SENHOR, ó Israel,desde agora e para sempre!