1 Amados, esta é agora a segunda carta que escrevo a vocês. Em ambas quero despertar com estas lembranças a sua mente sincera para que vocês se recordem 2 das palavras proferidas no passado pelos santos profetas e do mandamento de nosso Senhor e Salvador que os apóstolos ensinaram a vocês. 3 Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. 4 Eles dirão: “O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação”. 5 Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela palavra de Deus, existem céus e terra, esta formada da água e pela água. 6 E pela água o mundo daquele tempo foi submerso e destruído. 7 Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios. 8 Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. 9 O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. 10 O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada. 11 Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa, 12 esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor. 13 Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça. 14 Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis. 15 Tenham em mente que a paciência de nosso Senhor significa salvação, como também o nosso amado irmão Paulo escreveu a vocês, com a sabedoria que Deus lhe deu. 16 Ele escreve da mesma forma em todas as suas cartas, falando nelas destes assuntos. Suas cartas contêm algumas coisas difíceis de entender, as quais os ignorantes e instáveis torcem, como também o fazem com as demais Escrituras, para a própria destruição deles. 17 Portanto, amados, sabendo disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. 18 Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém.
1 Será que com isso estamos começando a nos recomendar a nós mesmos novamente? Será que precisamos, como alguns, de cartas de recomendação para vocês ou da parte de vocês? 2 Vocês mesmos são a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos. 3 Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos. 4 Tal é a confiança que temos diante de Deus, por meio de Cristo. 5 Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus. 6 Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica. 7 O ministério que trouxe a morte foi gravado com letras em pedras; mas esse ministério veio com tal glória que os israelitas não podiam fixar os olhos na face de Moisés, por causa do resplendor do seu rosto, ainda que desvanecente. 8 Não será o ministério do Espírito ainda muito mais glorioso? 9 Se era glorioso o ministério que trouxe condenação, quanto mais glorioso será o ministério que produz justificação! 10 Pois o que outrora foi glorioso, agora não tem glória, em comparação com a glória insuperável. 11 E, se o que estava se desvanecendo se manifestou com glória, quanto maior será a glória do que permanece! 12 Portanto, visto que temos tal esperança, mostramos muita confiança. 13 Não somos como Moisés, que colocava um véu sobre a face para que os israelitas não contemplassem o resplendor que se desvanecia. 14 Na verdade a mente deles se fechou, pois até hoje o mesmo véu permanece quando é lida a antiga aliança. Não foi retirado, porque é somente em Cristo que ele é removido. 15 De fato, até o dia de hoje, quando Moisés é lido, um véu cobre os seus corações. 16 Mas, quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado. 17 Ora, o Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor ali há liberdade. 18 E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.
1 Então o sumo sacerdote perguntou a Estêvão: “São verdadeiras estas acusações?” 2 A isso ele respondeu: “Irmãos e pais, ouçam-me! O Deus glorioso apareceu a Abraão, nosso pai, estando ele ainda na Mesopotâmia, antes de morar em Harã, e lhe disse: 3 ‘Saia da sua terra e do meio dos seus parentes e vá para a terra que eu lhe mostrarei’. 4 “Então ele saiu da terra dos caldeus e se estabeleceu em Harã. Depois da morte de seu pai, Deus o trouxe a esta terra, onde vocês agora vivem. 5 Deus não lhe deu nenhuma herança aqui, nem mesmo o espaço de um pé. Mas lhe prometeu que ele e, depois dele, seus descendentes, possuiriam a terra, embora, naquele tempo, Abraão não tivesse filhos. 6 Deus lhe falou desta forma: ‘Seus descendentes serão peregrinos numa terra estrangeira, escravizados e maltratados por quatrocentos anos. 7 Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos, e depois sairão dali e me adorarão neste lugar’. 8 E deu a Abraão a aliança da circuncisão. Por isso, Abraão gerou Isaque e o circuncidou oito dias depois do seu nascimento. Mais tarde, Isaque gerou Jacó, e este os doze patriarcas. 9 “Os patriarcas, tendo inveja de José, venderam-no como escravo para o Egito. Mas Deus estava com ele 10 e o libertou de todas as suas tribulações, dando a José favor e sabedoria diante do faraó, rei do Egito; este o tornou governador do Egito e de todo o seu palácio. 11 “Depois houve fome em todo o Egito e em Canaã, trazendo grande sofrimento, e os nossos antepassados não encontravam alimento. 12 Ouvindo que havia trigo no Egito, Jacó enviou nossos antepassados em sua primeira viagem. 13 Na segunda viagem deles, José fez-se reconhecer por seus irmãos, e o faraó pôde conhecer a família de José. 14 Depois disso, José mandou buscar seu pai, Jacó, e toda a sua família, que eram setenta e cinco pessoas. 15 Então Jacó desceu ao Egito, onde faleceram ele e os nossos antepassados. 16 Seus corpos foram levados de volta a Siquém e colocados no túmulo que Abraão havia comprado ali dos filhos de Hamor, por certa quantia. 17 “Ao se aproximar o tempo em que Deus cumpriria sua promessa a Abraão, aumentou muito o número do nosso povo no Egito. 18 Então outro rei, que nada sabia a respeito de José, passou a governar o Egito. 19 Ele agiu traiçoeiramente para com o nosso povo e oprimiu os nossos antepassados, obrigando-os a abandonar os seus recém-nascidos, para que não sobrevivessem. 20 “Naquele tempo nasceu Moisés, que era um menino extraordinário. Por três meses ele foi criado na casa de seu pai. 21 Quando foi abandonado, a filha do faraó o tomou e o criou como seu próprio filho. 22 Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a ser poderoso em palavras e obras. 23 “Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas. 24 Ao ver um deles sendo maltratado por um egípcio, saiu em defesa do oprimido e o vingou, matando o egípcio. 25 Ele pensava que seus irmãos compreenderiam que Deus o estava usando para salvá-los, mas eles não o compreenderam. 26 No dia seguinte, Moisés dirigiu-se a dois israelitas que estavam brigando, e tentou reconciliá-los, dizendo: ‘Homens, vocês são irmãos; por que ferem um ao outro?’ 27 “Mas o homem que maltratava o outro empurrou Moisés e disse: ‘Quem o nomeou líder e juiz sobre nós? 28 Quer matar-me como matou o egípcio ontem?’ 29 Ouvindo isso, Moisés fugiu para Midiã, onde ficou morando como estrangeiro e teve dois filhos. 30 “Passados quarenta anos, apareceu a Moisés um anjo nas labaredas de uma sarça em chamas no deserto, perto do monte Sinai. 31 Vendo aquilo, ficou atônito. E, aproximando-se para observar, ouviu a voz do Senhor: 32 ‘Eu sou o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’. Moisés, tremendo de medo, não ousava olhar. 33 “Então o Senhor lhe disse: ‘Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que você está é terra santa. 34 De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito. Ouvi seus gemidos e desci para livrá-lo. Venha agora, e eu o enviarei de volta ao Egito’. 35 “Este é o mesmo Moisés que tinham rejeitado com estas palavras: ‘Quem o nomeou líder e juiz?’ Ele foi enviado pelo próprio Deus para ser líder e libertador deles, por meio do anjo que lhe tinha aparecido na sarça. 36 Ele os tirou de lá, fazendo maravilhas e sinais no Egito, no mar Vermelho e no deserto durante quarenta anos. 37 “Este é aquele Moisés que disse aos israelitas: ‘Deus levantará dentre seus irmãos um profeta como eu’. 38 Ele estava na congregação, no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos antepassados, e recebeu palavras vivas, para transmiti-las a nós. 39 “Mas nossos antepassados se recusaram a obedecer-lhe; ao contrário, rejeitaram-no e em seu coração voltaram para o Egito. 40 Disseram a Arão: ‘Faça para nós deuses que nos conduzam, pois a esse Moisés que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu!’ 41 Naquela ocasião fizeram um ídolo em forma de bezerro. Trouxeram-lhe sacrifícios e fizeram uma celebração em honra ao que suas mãos tinham feito. 42 Mas Deus afastou-se deles e os entregou à adoração dos astros, conforme o que foi escrito no livro dos profetas:“ ‘Foi a mim que vocês apresentaram sacrifícios e ofertasdurante os quarenta anos no deserto, ó nação de Israel? 43 Em vez disso, levantaram o santuário de Moloquee a estrela do seu deus Renfã,ídolos que vocês fizeram para adorar!Portanto, eu os enviarei para o exílio, para além da Babilônia’. 44 “No deserto os nossos antepassados tinham o tabernáculo da aliança, que fora feito segundo a ordem de Deus a Moisés, de acordo com o modelo que ele tinha visto. 45 Tendo recebido o tabernáculo, nossos antepassados o levaram, sob a liderança de Josué, quando tomaram a terra das nações que Deus expulsou de diante deles. Esse tabernáculo permaneceu nesta terra até a época de Davi, 46 que encontrou graça diante de Deus e pediu que ele lhe permitisse providenciar uma habitação para o Deus de Jacó. 47 Mas foi Salomão quem lhe construiu a casa. 48 “Todavia, o Altíssimo não habita em casas feitas por homens. Como diz o profeta: 49 “ ‘O céu é o meu trono;a terra, o estrado dos meus pés.Que espécie de casa vocês me edificarão?diz o Senhor,ou, onde seria meu lugar de descanso? 50 Não foram as minhas mãos que fizeram todas estas coisas?’ 51 “Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo! 52 Qual dos profetas os seus antepassados não perseguiram? Eles mataram aqueles que prediziam a vinda do Justo, de quem agora vocês se tornaram traidores e assassinos— 53 vocês, que receberam a Lei por intermédio de anjos, mas não lhe obedeceram”. 54 Ouvindo isso, ficaram furiosos e rangeram os dentes contra ele. 55 Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus, 56 e disse: “Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé, à direita de Deus”. 57 Mas eles taparam os ouvidos e, dando fortes gritos, lançaram-se todos juntos contra ele, 58 arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. 59 Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. 60 Então caiu de joelhos e bradou: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado”. E, tendo dito isso, adormeceu.
1 Deus disse a Jacó: “Suba a Betel e estabeleça-se lá, e faça um altar ao Deus que lhe apareceu quando você fugia do seu irmão, Esaú”. 2 Disse, pois, Jacó aos de sua casa e a todos os que estavam com ele: “Livrem-se dos deuses estrangeiros que estão entre vocês, purifiquem-se e troquem de roupa. 3 Venham! Vamos subir a Betel, onde farei um altar ao Deus que me ouviu no dia da minha angústia e que tem estado comigo por onde tenho andado”. 4 Então entregaram a Jacó todos os deuses estrangeiros que possuíam e os brincos que usavam nas orelhas, e Jacó os enterrou ao pé da grande árvore, próximo a Siquém. 5 Quando eles partiram, o terror de Deus caiu de tal maneira sobre as cidades ao redor que ninguém ousou perseguir os filhos de Jacó. 6 Jacó e todos os que com ele estavam chegaram a Luz, que é Betel, na terra de Canaã. 7 Nesse lugar construiu um altar e lhe deu o nome de El-Betel, porque ali Deus havia se revelado a ele, quando fugia do seu irmão. 8 Débora, ama de Rebeca, morreu e foi sepultada perto de Betel, ao pé do Carvalho, que por isso foi chamado Alom-Bacute. 9 Depois que Jacó retornou de Padã-Arã, Deus lhe apareceu de novo e o abençoou, 10 dizendo: “Seu nome é Jacó, mas você não será mais chamado Jacó; seu nome será Israel”. Assim lhe deu o nome de Israel. 11 E Deus ainda lhe disse: “Eu sou o Deus todo-poderoso; seja prolífero e multiplique-se. De você procederão uma nação e uma comunidade de nações, e reis estarão entre os seus descendentes. 12 A terra que dei a Abraão e a Isaque, dou a você; e também aos seus futuros descendentes darei esta terra”. 13 A seguir, Deus elevou-se do lugar onde estivera falando com Jacó. 14 Jacó levantou uma coluna de pedra no lugar em que Deus lhe falara, e derramou sobre ela uma oferta de bebidas e a ungiu com óleo. 15 Jacó deu o nome de Betel ao lugar onde Deus tinha falado com ele. 16 Eles partiram de Betel, e, quando ainda estavam a certa distância de Efrata, Raquel começou a dar à luz com grande dificuldade. 17 E, enquanto sofria muito, tentando dar à luz, a parteira lhe disse: “Não tenha medo, pois você ainda terá outro menino”. 18 Já a ponto de sair-lhe a vida, quando estava morrendo, deu ao filho o nome de Benoni. Mas o pai deu-lhe o nome de Benjamim. 19 Assim morreu Raquel, e foi sepultada junto do caminho de Efrata, que é Belém. 20 Sobre a sua sepultura Jacó levantou uma coluna, e até o dia de hoje aquela coluna marca o túmulo de Raquel. 21 Israel partiu novamente e armou acampamento adiante de Migdal-Éder. 22 Na época em que Israel vivia naquela região, Rúben deitou-se com Bila, concubina de seu pai. E Israel ficou sabendo disso.Jacó teve doze filhos: 23 Estes foram seus filhos com Lia:Rúben, o filho mais velho de Jacó,Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom. 24 Estes foram seus filhos com Raquel:José e Benjamim. 25 Estes foram seus filhos com Bila, serva de Raquel:Dã e Naftali. 26 Estes foram seus filhos com Zilpa, serva de Lia:Gade e Aser.Foram esses os filhos de Jacó, nascidos em Padã-Arã. 27 Depois Jacó foi visitar seu pai Isaque em Manre, perto de Quiriate-Arba, que é Hebrom, onde Abraão e Isaque tinham morado. 28 Isaque viveu cento e oitenta anos. 29 Morreu em idade bem avançada e foi reunido aos seus antepassados. E seus filhos, Esaú e Jacó, o sepultaram.
1 O deserto e a terra ressequida se regozijarão;o ermo exultará e florescerácomo a tulipa; 2 irromperá em flores,mostrará grande regozijo e cantará de alegria.A glória do Líbano lhe será dada,como também o resplendor do Carmelo e de Sarom;verão a glória do SENHOR,o resplendor do nosso Deus. 3 Fortaleçam as mãos cansadas,firmem os joelhos vacilantes; 4 digam aos desanimados de coração:“Sejam fortes, não temam!Seu Deus virá, virá com vingança;com divina retribuiçãovirá para salvá-los”. 5 Então os olhos dos cegos se abrirãoe os ouvidos dos surdos se destaparão. 6 Então os coxos saltarão como o cervo,e a língua do mudo cantará de alegria.Águas irromperão no ermoe riachos no deserto. 7 A areia abrasadora se tornará um lago;a terra seca, fontes borbulhantes.Nos antros onde outrora havia chacais,crescerão a relva, o junco e o papiro. 8 E ali haverá uma grande estrada,um caminho que será chamado Caminho de Santidade.Os impuros não passarão por ele;servirá apenas aos que são do Caminho;os insensatos não o tomarão. 9 Ali não haverá leão algum,e nenhum animal feroz passará por ele;nenhum deles se verá por ali.Só os redimidos andarão por ele, 10 e os que o SENHOR resgatou voltarão.Entrarão em Sião com cantos de alegria;duradoura alegria coroará sua cabeça.Júbilo e alegria se apoderarão deles,e a tristeza e o suspiro fugirão.
1 Jefté, o gileadita, era um guerreiro valente. Sua mãe era uma prostituta; seu pai chamava-se Gileade. 2 A mulher de Gileade também lhe deu filhos, que, quando já estavam grandes, expulsaram Jefté, dizendo: “Você não vai receber nenhuma herança de nossa família, pois é filho de outra mulher”. 3 Então Jefté fugiu dos seus irmãos e se estabeleceu em Tobe. Ali um bando de vadios uniu-se a ele e o seguia. 4 Algum tempo depois, quando os amonitas entraram em guerra contra Israel, 5 os líderes de Gileade foram buscar Jefté em Tobe. 6 “Venha”, disseram. “Seja nosso comandante, para que possamos combater os amonitas”. 7 Disse-lhes Jefté: “Vocês não me odiavam e não me expulsaram da casa de meu pai? Por que me procuram agora, quando estão em dificuldades?” 8 “Apesar disso, agora estamos apelando para você”, responderam os líderes de Gileade. “Venha conosco combater os amonitas, e você será o chefe de todos os que vivem em Gileade”. 9 Jefté respondeu: “Se vocês me levarem de volta para combater os amonitas e o SENHOR os entregar a mim, serei o chefe de vocês?” 10 Os líderes de Gileade responderam: “O SENHOR é nossa testemunha; faremos conforme você diz”. 11 Assim Jefté foi com os líderes de Gileade, e o povo o fez chefe e comandante sobre todos. E ele repetiu perante o SENHOR, em Mispá, todas as palavras que tinha dito. 12 Jefté enviou mensageiros ao rei amonita com a seguinte pergunta: “Que é que tens contra nós, para teres atacado a nossa terra?” 13 O rei dos amonitas respondeu aos mensageiros de Jefté: “Quando Israel veio do Egito tomou as minhas terras, desde o Arnom até o Jaboque e até o Jordão. Agora, devolvam-me essas terras pacificamente”. 14 Jefté mandou de novo mensageiros ao rei amonita, 15 dizendo:“Assim diz Jefté: Israel não tomou a terra de Moabe, e tampouco a terra dos amonitas. 16 Quando veio do Egito, Israel foi pelo deserto até o mar Vermelho e daí para Cades. 17 Então Israel enviou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: ‘Deixa-nos atravessar a tua terra’, mas o rei de Edom não quis ouvi-lo. Enviou o mesmo pedido ao rei de Moabe, e ele também não consentiu. Assim Israel permaneceu em Cades. 18 “Em seguida, os israelitas viajaram pelo deserto e contornaram Edom e Moabe; passaram a leste de Moabe e acamparam do outro lado do Arnom. Não entraram no território de Moabe, pois o Arnom era a sua fronteira. 19 “Depois Israel enviou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, em Hesbom, e lhe pediu: ‘Deixa-nos atravessar a tua terra para irmos ao lugar que nos pertence!’ 20 Seom, porém, não acreditou que Israel fosse apenas atravessar o seu território; assim convocou todos os seus homens, acampou em Jaza e lutou contra Israel. 21 “Então o SENHOR, o Deus de Israel, entregou Seom e todos os seus homens nas mãos de Israel, e este os derrotou. Israel tomou posse de todas as terras dos amorreus que viviam naquela região, 22 conquistando-a por inteiro, desde o Arnom até o Jaboque, e desde o deserto até o Jordão. 23 “Agora que o SENHOR, o Deus de Israel, expulsou os amorreus da presença de Israel, seu povo, queres tu tomá-la? 24 Acaso não tomas posse daquilo que o teu deus Camos te dá? Da mesma forma tomaremos posse do que o SENHOR, o nosso Deus, nos deu. 25 És tu melhor do que Balaque, filho de Zipor, rei de Moabe? Entrou ele alguma vez em conflito com Israel ou lutou com ele? 26 Durante trezentos anos Israel ocupou Hesbom, Aroer, os povoados ao redor e todas as cidades às margens do Arnom. Por que não os reconquistaste todo esse tempo? 27 Nada fiz contra ti, mas tu estás cometendo um erro, lutando contra mim. Que o SENHOR, o Juiz, julgue hoje a disputa entre os israelitas e os amonitas”. 28 Entretanto, o rei de Amom não deu atenção à mensagem de Jefté. 29 Então o Espírito do SENHOR se apossou de Jefté. Este atravessou Gileade e Manassés, passou por Mispá de Gileade, e daí avançou contra os amonitas. 30 E Jefté fez este voto ao SENHOR: “Se entregares os amonitas nas minhas mãos, 31 aquele que estiver saindo da porta da minha casa ao meu encontro, quando eu retornar da vitória sobre os amonitas, será do SENHOR, e eu o oferecerei em holocausto”. 32 Então Jefté foi combater os amonitas, e o SENHOR os entregou nas suas mãos. 33 Ele conquistou vinte cidades, desde Aroer até as vizinhanças de Minite, chegando a Abel-Queramim. Assim os amonitas foram subjugados pelos israelitas. 34 Quando Jefté chegou à sua casa em Mispá, sua filha saiu ao seu encontro, dançando ao som de tamborins. E ela era filha única. Ele não tinha outro filho ou filha. 35 Quando a viu, rasgou suas vestes e gritou: “Ah, minha filha! Estou angustiado e desesperado por sua causa, pois fiz ao SENHOR um voto que não posso quebrar”. 36 “Meu pai”, respondeu ela, “sua palavra foi dada ao SENHOR. Faça comigo o que prometeu, agora que o SENHOR o vingou dos seus inimigos, os amonitas”. 37 E prosseguiu: “Mas conceda-me dois meses para vagar pelas colinas e chorar com as minhas amigas, porque jamais me casarei”. 38 “Vá!”, disse ele. E deixou que ela fosse por dois meses. Ela e suas amigas foram para as colinas e choraram porque ela jamais se casaria. 39 Passados os dois meses, ela voltou a seu pai, e ele fez com ela o que tinha prometido no voto. Assim, ela nunca deixou de ser virgem.Daí vem o costume em Israel 40 de saírem as moças durante quatro dias, todos os anos, para celebrar a memória da filha de Jefté, o gileadita.
1 Os fariseus e alguns dos mestres da lei, vindos de Jerusalém, reuniram-se a Jesus e 2 viram alguns dos seus discípulos comerem com as mãos impuras, isto é, por lavar. 3 (Os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar as mãos cerimonialmente, apegando-se, assim, à tradição dos líderes religiosos. 4 Quando chegam da rua, não comem sem antes se lavarem. E observam muitas outras tradições, tais como o lavar de copos, jarros e vasilhas de metal.) 5 Então os fariseus e os mestres da lei perguntaram a Jesus: “Por que os seus discípulos não vivem de acordo com a tradição dos líderes religiosos, em vez de comerem o alimento com as mãos impuras?” 6 Ele respondeu: “Bem profetizou Isaías acerca de vocês, hipócritas; como está escrito:“ ‘Este povo me honra com os lábios,mas o seu coração está longe de mim. 7 Em vão me adoram;seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’. 8 Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens”. 9 E disse-lhes: “Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira de pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecerem às suas tradições! 10 Pois Moisés disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’. e ‘Quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe terá que ser executado’ 11 Mas vocês afirmam que, se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: ‘Qualquer ajuda que vocês poderiam receber de mim é Corbã’, isto é, uma oferta dedicada a Deus, 12 vocês o desobrigam de qualquer dever para com seu pai ou sua mãe. 13 Assim vocês anulam a palavra de Deus, por meio da tradição que vocês mesmos transmitiram. E fazem muitas coisas como essa”. 14 Jesus chamou novamente a multidão para junto de si e disse: “Ouçam-me todos e entendam isto: 15 Não há nada fora do homem que, nele entrando, possa torná-lo impuro. Ao contrário, o que sai do homem é que o torna impuro. 16 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!” 17 Depois de deixar a multidão e entrar em casa, os discípulos lhe pediram explicação da parábola. 18 “Será que vocês também não conseguem entender?”, perguntou-lhes Jesus. “Não percebem que nada que entre no homem pode torná-lo impuro? 19 Porque não entra em seu coração, mas em seu estômago, sendo depois eliminado”. Ao dizer isso, Jesus declarou puros todos os alimentos. 20 E continuou: “O que sai do homem é que o torna impuro. 21 Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, 22 as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. 23 Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem impuro”. 24 Jesus saiu daquele lugar e foi para os arredores de Tiro e de Sidom. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse; contudo, não conseguiu manter em segredo a sua presença. 25 De fato, logo que ouviu falar dele, certa mulher, cuja filha estava com um espírito imundo, veio e lançou-se aos seus pés. 26 A mulher era grega, siro-fenícia de origem, e rogava a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. 27 Ele lhe disse: “Deixe que primeiro os filhos comam até se fartar; pois não é correto tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”. 28 Ela respondeu: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças”. 29 Então ele lhe disse: “Por causa desta resposta, você pode ir; o demônio já saiu da sua filha”. 30 Ela foi para casa e encontrou sua filha deitada na cama, e o demônio já a deixara. 31 A seguir Jesus saiu dos arredores de Tiro e atravessou Sidom, até o mar da Galileia e a região de Decápolis. 32 Ali algumas pessoas lhe trouxeram um homem que era surdo e mal podia falar, suplicando que lhe impusesse as mãos. 33 Depois de levá-lo à parte, longe da multidão, Jesus colocou os dedos nos ouvidos dele. Em seguida, cuspiu e tocou na língua do homem. 34 Então voltou os olhos para o céu e, com um profundo suspiro, disse-lhe: “Efatá!”, que significa “abra-se!” 35 Com isso, os ouvidos do homem se abriram, sua língua ficou livre e ele começou a falar corretamente. 36 Jesus ordenou-lhes que não o contassem a ninguém. Contudo, quanto mais ele os proibia, mais eles falavam. 37 O povo ficava simplesmente maravilhado e dizia: “Ele faz tudo muito bem. Faz até o surdo ouvir e o mudo falar”.
1 Ouçam, meus filhos, a instrução de um pai;estejam atentos e obterão discernimento. 2 O ensino que ofereço a vocês é bom;por isso não abandonem a minha instrução. 3 Quando eu era menino, ainda pequeno,em companhia de meu pai, um filho muito especial para minha mãe, 4 ele me ensinava e me dizia:“Apegue-se às minhas palavras de todo o coração;obedeça aos meus mandamentos, e você terá vida. 5 Procure obter sabedoria e entendimento;não se esqueça das minhas palavras nem delas se afaste. 6 Não abandone a sabedoria, e ela o protegerá;ame-a, e ela cuidará de você. 7 O conselho da sabedoria é: Procure obter sabedoria;use tudo o que você possui para adquirir entendimento. 8 Dedique alta estima à sabedoria, e ela o exaltará;abrace-a, e ela o honrará. 9 Ela porá um belo diadema sobre a sua cabeçae dará de presente a você uma coroa de esplendor”. 10 Ouça, meu filho, e aceite o que digo,e você terá vida longa. 11 Eu o conduzi pelo caminho da sabedoriae o encaminhei por veredas retas. 12 Assim, quando você por elas seguir, não encontrará obstáculos;quando correr, não tropeçará. 13 Apegue-se à instrução, não a abandone;guarde-a bem, pois dela depende a sua vida. 14 Não siga pela vereda dos ímpiosnem ande no caminho dos maus. 15 Evite-o, não passe por ele;afaste-se e não se detenha. 16 Porque eles não conseguem dormir enquanto não fazem o mal;perdem o sono se não causarem a ruína de alguém. 17 Pois eles se alimentam de maldade,e se embriagam de violência. 18 A vereda do justo é como a luz da alvorada,que brilha cada vez mais até a plena claridade do dia. 19 Mas o caminho dos ímpios é como densas trevas;nem sequer sabem em que tropeçam. 20 Meu filho, escute o que digo a você;preste atenção às minhas palavras. 21 Nunca as perca de vista;guarde-as no fundo do coração, 22 pois são vida para quem as encontrae saúde para todo o seu ser. 23 Acima de tudo, guarde o seu coração,pois dele depende toda a sua vida. 24 Afaste da sua boca as palavras perversas;fique longe dos seus lábios a maldade. 25 Olhe sempre para a frente,mantenha o olhar fixo no que está adiante de você. 26 Veja bem por onde anda,e os seus passos serão seguros. 27 Não se desvie nem para a direita nem para a esquerda;afaste os seus pés da maldade.
1 Defende-me, SENHOR, dos que me acusam;luta contra os que lutam comigo. 2 Toma os escudos, o grande e o pequeno;levanta-te e vem socorrer-me. 3 Empunha a lança e o machado de guerracontra os meus perseguidores.Dize à minha alma:“Eu sou a sua salvação”. 4 Sejam humilhados e desprezadosos que procuram matar-me;retrocedam envergonhadosaqueles que tramam a minha ruína. 5 Que eles sejam como a palha ao vento,quando o anjo do SENHOR os expulsar; 6 seja a vereda deles sombria e escorregadia,quando o anjo do SENHOR os perseguir. 7 Já que, sem motivo, prepararam contra mim uma armadilha ocultae, sem motivo, abriram uma cova para mim, 8 que a ruína lhes sobrevenha de surpresa:sejam presos pela armadilha que prepararam,caiam na cova que abriram, para a sua própria ruína. 9 Então a minha alma exultará noe se regozijará na sua salvação. 10 Todo o meu ser exclamará:“Quem se compara a ti, SENHOR?Tu livras os necessitados daqueles que sãomais poderosos do que eles,livras os necessitados e os pobresdaqueles que os exploram”. 11 Testemunhas maldosas enfrentam-mee questionam-me sobre coisas de que nada sei. 12 Elas me retribuem o bem com o male procuram tirar-me a vida. 13 Contudo, quando estavam doentes, usei vestes de lamento,humilhei-me com jejume recolhi-me em oração. 14 Saí vagueando e pranteando,como por um amigo ou por um irmão.Eu me prostrei enlutado,como quem lamenta por sua mãe. 15 Mas, quando tropecei, eles se reuniram alegres;sem que eu o soubesse, ajuntaram-se para me atacar.Eles me agrediram sem cessar. 16 Como ímpios caçoando do meu refúgio,rosnaram contra mim. 17 Senhor, até quando ficarás olhando?Livra-me dos ataques deles,livra a minha vida preciosa desses leões. 18 Eu te darei graças na grande assembleia;no meio da grande multidão te louvarei. 19 Não deixes que os meus inimigos traiçoeirosse divirtam à minha custa;não permitas que aqueles que sem razão me odeiamtroquem olhares de desprezo. 20 Não falam pacificamente,mas planejam acusações falsascontra os que vivem tranquilamente na terra. 21 Com a boca escancarada, riem de mim e me acusam:“Nós vimos! Sabemos de tudo!” 22 Tu viste isso, SENHOR! Não fiques calado.Não te afastes de mim, Senhor, 23 Acorda! Desperta! Faze-me justiça!Defende a minha causa, meu Deus e Senhor. 24 SENHOR, meu Deus, tu és justo; faze-me justiça para que elesnão se alegrem à minha custa. 25 Não deixes que pensem: “Ah! Era isso que queríamos!”nem que digam: “Acabamos com ele!” 26 Sejam humilhados e frustrados todos os que se divertemà custa do meu sofrimento;cubram-se de vergonha e desonratodos os que se acham superiores a mim. 27 Cantem de alegria e regozijotodos os que desejam ver provada a minha inocênciae sempre repitam: “O SENHOR seja engrandecido!Ele tem prazer no bem-estar do seu servo”. 28 Minha língua proclamará a tua justiçae o teu louvor o dia inteiro.