1 São estes, pois, os nomes dos filhos de Israel que entraram com Jacó no Egito, cada um com a sua respectiva família: 2 Rúben, Simeão, Levi e Judá; 3 Issacar, Zebulom e Benjamim; 4 Dã, Naftali, Gade e Aser. 5 Ao todo, os descendentes de Jacó eram setenta; José, porém, já estava no Egito. 6 Ora, morreram José, todos os seus irmãos e toda aquela geração. 7 Os israelitas, porém, eram férteis, proliferaram, tornaram-se numerosos e fortaleceram-se muito, tanto que encheram o país. 8 Então subiu ao trono do Egito um novo rei, que nada sabia sobre José. 9 Disse ele ao seu povo: “Vejam! O povo israelita é agora numeroso e mais forte que nós. 10 Temos que agir com astúcia, para que não se tornem ainda mais numerosos e, no caso de guerra, aliem-se aos nossos inimigos, lutem contra nós e fujam do país”. 11 Estabeleceram, pois, sobre eles chefes de trabalhos forçados, para os oprimir com tarefas pesadas. E assim os israelitas construíram para o faraó as cidades-celeiros de Pitom e Ramessés. 12 Todavia, quanto mais eram oprimidos, mais numerosos se tornavam e mais se espalhavam. Por isso os egípcios passaram a temer os israelitas 13 e os sujeitaram a cruel escravidão. 14 Tornaram-lhes a vida amarga, impondo-lhes a árdua tarefa de preparar o barro e fazer tijolos, e executar todo tipo de trabalho agrícola; em tudo os egípcios os sujeitavam a cruel escravidão. 15 O rei do Egito ordenou às parteiras dos hebreus, que se chamavam Sifrá e Puá: 16 “Quando vocês ajudarem as hebreias a dar à luz, verifiquem se é menino. Se for, matem-no; se for menina, deixem-na viver”. 17 Todavia, as parteiras temeram a Deus e não obedeceram às ordens do rei do Egito; deixaram viver os meninos. 18 Então o rei do Egito convocou as parteiras e lhes perguntou: “Por que vocês fizeram isso? Por que deixaram viver os meninos?” 19 Responderam as parteiras ao faraó: “As mulheres hebreias não são como as egípcias. São cheias de vigor e dão à luz antes de chegarem as parteiras”. 20 Deus foi bondoso com as parteiras; e o povo ia se tornando ainda mais numeroso, cada vez mais forte. 21 Visto que as parteiras temeram a Deus, ele concedeu-lhes que tivessem suas próprias famílias. 22 Por isso o faraó ordenou a todo o seu povo: “Lancem ao Nilo todo menino recém-nascido, mas deixem viver as meninas”.
1 Certo dia Jesus estava perto do lago de Genesaré, e uma multidão o comprimia de todos os lados para ouvir a palavra de Deus. 2 Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes. 3 Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se e do barco ensinava o povo. 4 Tendo acabado de falar, disse a Simão: “Vá para onde as águas são mais fundas”, e a todos: “Lancem as redes para a pesca”. 5 Simão respondeu: “Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes”. 6 Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de peixes que as redes começaram a rasgar-se. 7 Então fizeram sinais a seus companheiros no outro barco, para que viessem ajudá-los; e eles vieram e encheram ambos os barcos, ao ponto de começarem a afundar. 8 Quando Simão Pedro viu isso, prostrou-se aos pés de Jesus e disse: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!” 9 Pois ele e todos os seus companheiros estavam perplexos com a pesca que haviam feito, 10 como também Tiago e João, os filhos de Zebedeu, sócios de Simão.Jesus disse a Simão: “Não tenha medo; de agora em diante você será pescador de homens”. 11 Eles então arrastaram seus barcos para a praia, deixaram tudo e o seguiram. 12 Estando Jesus numa das cidades, passou um homem coberto de lepra. Quando viu Jesus, prostrou-se com o rosto em terra e rogou-lhe: “Se quiseres, podes purificar-me”. 13 Jesus estendeu a mão e tocou nele, dizendo: “Quero. Seja purificado!” E imediatamente a lepra o deixou. 14 Então Jesus lhe ordenou: “Não conte isso a ninguém; mas vá mostrar-se ao sacerdote e ofereça pela sua purificação os sacrifícios que Moisés ordenou, para que sirva de testemunho”. 15 Todavia, as notícias a respeito dele se espalhavam ainda mais, de forma que multidões vinham para ouvi-lo e para serem curadas de suas doenças. 16 Mas Jesus retirava-se para lugares solitários e orava. 17 Certo dia, quando ele ensinava, estavam sentados ali fariseus e mestres da lei, procedentes de todos os povoados da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar os doentes. 18 Vieram alguns homens trazendo um paralítico numa maca e tentaram fazê-lo entrar na casa, para colocá-lo diante de Jesus. 19 Não conseguindo fazer isso, por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram em sua maca, através de uma abertura, até o meio da multidão, bem em frente de Jesus. 20 Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: “Homem, os seus pecados estão perdoados”. 21 Os fariseus e os mestres da lei começaram a pensar: “Quem é esse que blasfema? Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?” 22 Jesus, sabendo o que eles estavam pensando, perguntou: “Por que vocês estão pensando assim? 23 Que é mais fácil dizer: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou: ‘Levante-se e ande’? 24 Mas para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados”—disse ao paralítico—“eu digo a você: Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa”. 25 Imediatamente ele se levantou na frente deles, pegou a maca em que estivera deitado e foi para casa louvando a Deus. 26 Todos ficaram atônitos e glorificavam a Deus e, cheios de temor, diziam: “Hoje vimos coisas extraordinárias!” 27 Depois disso, Jesus saiu e viu um publicano chamado Levi, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”. 28 Levi levantou-se, deixou tudo e o seguiu. 29 Então Levi ofereceu um grande banquete a Jesus em sua casa. Havia muita gente comendo com eles: publicanos e outras pessoas. 30 Mas os fariseus e aqueles mestres da lei que eram da mesma facção queixaram-se aos discípulos de Jesus: “Por que vocês comem e bebem com publicanos e pecadores?” 31 Jesus lhes respondeu: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. 32 Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento”. 33 E eles lhe disseram: “Os discípulos de João jejuam e oram frequentemente, bem como os discípulos dos fariseus; mas os teus vivem comendo e bebendo”. 34 Jesus respondeu: “Podem vocês fazer os convidados do noivo jejuar enquanto o noivo está com eles? 35 Mas virão dias quando o noivo lhes será tirado; naqueles dias jejuarão”. 36 Então lhes contou esta parábola: “Ninguém tira um remendo de roupa nova e o costura em roupa velha; se o fizer, estragará a roupa nova, além do que o remendo da nova não se ajustará à velha. 37 E ninguém põe vinho novo em vasilha de couro velha; se o fizer, o vinho novo rebentará a vasilha, se derramará, e a vasilha se estragará. 38 Ao contrário, vinho novo deve ser posto em vasilha de couro nova. 39 E ninguém, depois de beber o vinho velho, prefere o novo, pois diz: ‘O vinho velho é melhor!’ ”
1 Certo sábado, enquanto Jesus passava pelas lavouras de cereal, seus discípulos começaram a colher e a debulhar espigas com as mãos, comendo os grãos. 2 Alguns fariseus perguntaram: “Por que vocês estão fazendo o que não é permitido no sábado?” 3 Jesus lhes respondeu: “Vocês nunca leram o que fez Davi quando ele e seus companheiros estavam com fome? 4 Ele entrou na casa de Deus e, tomando os pães da Presença, comeu o que apenas aos sacerdotes era permitido comer e os deu também aos seus companheiros”. 5 E então lhes disse: “O Filho do homem é Senhor do sábado”. 6 Noutro sábado, ele entrou na sinagoga e começou a ensinar; estava ali um homem cuja mão direita era atrofiada. 7 Os fariseus e os mestres da lei estavam procurando um motivo para acusar Jesus; por isso o observavam atentamente, para ver se ele iria curá-lo no sábado. 8 Mas Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse ao homem da mão atrofiada: “Levante-se e venha para o meio”. Ele se levantou e foi. 9 Jesus lhes disse: “Eu pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou destruí-la?” 10 Então, olhou para todos os que estavam à sua volta e disse ao homem: “Estenda a mão”. Ele a estendeu, e ela foi restaurada. 11 Mas eles ficaram furiosos e começaram discutir entre si o que poderiam fazer contra Jesus. 12 Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze deles, a quem também designou apóstolos: 14 Simão, a quem deu o nome de Pedro; seu irmão André; Tiago; João; Filipe; Bartolomeu; 15 Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado zelote; 16 Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. 17 Jesus desceu com eles e parou num lugar plano. Estavam ali muitos dos seus discípulos e uma imensa multidão procedente de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidom, 18 que vieram para ouvi-lo e serem curados de suas doenças. Os que eram perturbados por espíritos imundos ficaram curados, 19 e todos procuravam tocar nele, porque dele saía poder que curava todos. 20 Olhando para os seus discípulos, ele disse:“Bem-aventurados vocês os pobres,pois a vocês pertence o Reino de Deus. 21 Bem-aventurados vocês que agora têm fome,pois serão satisfeitos.Bem-aventurados vocês que agora choram,pois haverão de rir. 22 Bem-aventurados serão vocês quando os odiarem,expulsarem e insultarem,e eliminarem o nome de vocês, como sendo mau,por causa do Filho do homem. 23 “Regozijem-se nesse dia e saltem de alegria, porque grande é a sua recompensa no céu. Pois assim os antepassados deles trataram os profetas. 24 “Mas ai de vocês os ricos,pois já receberam sua consolação. 25 Ai de vocês que agora têm fartura,porque passarão fome.Ai de vocês que agora riem,pois haverão de se lamenter e chorar. 26 Ai de vocês quando todos falarem bem de vocês,pois assim os antepassados deles trataram os falsos profetas. 27 “Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, 28 abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. 29 Se alguém bater em você numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém tirar de você a capa, não o impeça de tirar a túnica. 30 Dê a todo aquele que pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva. 31 Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. 32 “Que mérito vocês terão se amarem aos que os amam? Até os pecadores amam aos que os amam. 33 E que mérito terão se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os pecadores agem assim. 34 E que mérito terão se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os pecadores emprestam a pecadores, esperando receber devolução integral. 35 Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. 36 Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso. 37 “Não julguem e vocês não serão julgados. Não condenem e não serão condenados. Perdoem e serão perdoados. 38 Deem e será dado a vocês: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês”. 39 Jesus fez também a seguinte comparação: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco? 40 O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre. 41 “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? 42 Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão. 43 “Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom. 44 Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas. 45 O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração. 46 “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo? 47 Eu mostrarei com quem se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. 48 É como um homem que, ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquela casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída. 49 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa”.
1 Tendo terminado de dizer tudo isso ao povo, Jesus entrou em Cafarnaum. 2 Ali estava o servo de um centurião, doente e quase à morte, a quem seu senhor estimava muito. 3 Ele ouviu falar de Jesus e enviou-lhe alguns líderes religiosos dos judeus, pedindo-lhe que fosse curar o seu servo. 4 Chegando-se a Jesus, suplicaram-lhe com insistência: “Este homem merece que lhe faças isso, 5 porque ama a nossa nação e construiu a nossa sinagoga”. 6 Jesus foi com eles.Já estava perto da casa quando o centurião mandou amigos dizerem a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois não mereço receber-te debaixo do meu teto. 7 Por isso, nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. 8 Pois eu também sou homem sujeito a autoridade e com soldados sob o meu comando. Digo a um: Vá, e ele vai; e a outro: Venha, e ele vem. Digo a meu servo: Faça isto, e ele faz”. 9 Ao ouvir isso, Jesus admirou-se dele e, voltando-se para a multidão que o seguia, disse: “Eu digo que nem em Israel encontrei tamanha fé”. 10 Então os homens que haviam sido enviados voltaram para casa e encontraram o servo restabelecido. 11 Logo depois, Jesus foi a uma cidade chamada Naim, e com ele iam os seus discípulos e uma grande multidão. 12 Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela. 13 Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: “Não chore”. 14 Depois, aproximou-se e tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Jesus disse: “Jovem, eu digo, levante-se!” 15 O jovem sentou-se e começou a conversar, e Jesus o entregou à sua mãe. 16 Todos ficaram cheios de temor e louvavam a Deus. “Um grande profeta se levantou dentre nós”, diziam eles. “Deus interveio em favor do seu povo”. 17 Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda a Judeia e regiões circunvizinhas. 18 Os discípulos de João contaram-lhe todas essas coisas. Chamando dois deles, 19 enviou-os ao Senhor para perguntarem: “És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?” 20 Dirigindo-se a Jesus, aqueles homens disseram: “João Batista nos enviou para te perguntarmos: ‘És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?’ ” 21 Naquele momento Jesus curou muitos que tinham males, doenças graves e espíritos malignos, e concedeu visão a muitos que eram cegos. 22 Então ele respondeu aos mensageiros: “Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos veem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas-novas são pregadas aos pobres; 23 e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa”. 24 Depois que os mensageiros de João foram embora, Jesus começou a falar à multidão a respeito de João: “O que vocês foram ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25 Ou, o que foram ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas esplêndidas e se entregam ao luxo estão nos palácios. 26 Afinal, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu digo a vocês, e mais que profeta. 27 Este é aquele a respeito de quem está escrito:“ ‘Enviarei o meu mensageiro à tua frente;ele preparará o teu caminho diante de ti’. 28 Eu digo que entre os que nasceram de mulher não há ninguém maior do que João; todavia, o menor no Reino de Deus é maior do que ele”. 29 Todo o povo, até os publicanos, ouvindo as palavras de Jesus, reconheceram que o caminho de Deus era justo, sendo batizados por João. 30 Mas os fariseus e os peritos na lei rejeitaram o propósito de Deus para eles, não sendo batizados por João. 31 “A que posso, pois, comparar os homens desta geração?”, prosseguiu Jesus. “Com que se parecem? 32 São como crianças que ficam sentadas na praça e gritam umas às outras:“ ‘Nós tocamos flauta,mas vocês não dançaram;cantamos um lamento,mas vocês não choraram’. 33 Pois veio João Batista, que jejua e não bebe vinho, e vocês dizem: ‘Ele tem demônio’. 34 Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e vocês dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores’. 35 Mas a sabedoria é comprovada por todos os seus discípulos”. 36 Convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se à mesa. 37 Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma pecadora, trouxe um frasco de alabastro com perfume 38 e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume. 39 Ao ver isso, o fariseu que o havia convidado disse a si mesmo: “Se este homem fosse profeta, saberia quem nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma pecadora”. 40 Então lhe disse Jesus: “Simão, tenho algo a dizer a você”.“Dize, Mestre”, disse ele. 41 “Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. 42 Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos. Qual deles o amará mais?” 43 Simão respondeu: “Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior”.“Você julgou bem”, disse Jesus. 44 Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: “Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. 45 Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés. 46 Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés. 47 Portanto, eu digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados; pois ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama”. 48 Então Jesus disse a ela: “Seus pecados estão perdoados”. 49 Os outros convidados começaram a perguntar: “Quem é este que até perdoa pecados?” 50 Jesus disse à mulher: “Sua fé a salvou; vá em paz”.
1 Então Jacó chamou seus filhos e disse: “Ajuntem-se a meu lado para que eu lhes diga o que lhes acontecerá nos dias que virão. 2 “Reúnam-se para ouvir, filhos de Jacó;ouçam o que diz Israel, seu pai. 3 “Rúben, você é meu primogênito,minha força, o primeiro sinal do meu vigor,superior em honra, superior em poder. 4 Turbulento como as águas, já não será superior,porque você subiu à cama de seu pai,ao meu leito, e o desonrou. 5 “Simeão e Levi são irmãos;suas espadas são armas de violência. 6 Que eu não entre no conselho deles,nem participe da sua assembleia,porque em sua ira mataram homense a seu bel-prazer aleijaram bois, cortando-lhes o tendão. 7 Maldita seja a sua ira, tão tremenda,e a sua fúria, tão cruel!Eu os dividirei pelas terras de Jacóe os dispersarei em Israel. 8 “Judá, seus irmãos o louvarão,sua mão estará sobre o pescoço dos seus inimigos;os filhos de seu pai se curvarão diante de você. 9 Judá é um leão novo.Você vem subindo, filho meu, depois de matar a presa.Como um leão, ele se assenta;e deita-se como uma leoa; quem tem coragem de acordá-lo? 10 O cetro não se apartará de Judá,nem o bastão de comando de seus descendentes,até que venha aquele a quem ele pertence,e a ele as nações obedecerão. 11 Ele amarrará seu jumento a uma videira;e o seu jumentinho, ao ramo mais seleto;lavará no vinho as suas roupas;no sangue das uvas, as suas vestimentas. 12 Seus olhos serão mais escuros que o vinho;seus dentes, mais brancos que o leite. 13 “Zebulom morará à beira-mare se tornará um porto para os navios;suas fronteiras se estenderão até Sidom. 14 “Issacar é um jumento forte,deitado entre as suas cargas. 15 Quando ele perceber como é bom o seu lugar de repousoe como é aprazível a sua terra,curvará seus ombros ao fardoe se submeterá a trabalhos forçados. 16 “Dã defenderá o direito do seu povocomo qualquer das tribos de Israel. 17 Dã será uma serpent à beira da estrada,uma víbora à margem do caminho,que morde o calcanhar do cavaloe faz cair de costas o seu cavaleiro. 18 “Ó SENHOR, eu espero a tua libertação! 19 “Gade será atacado por um bando,mas é ele que o atacará e o perseguirá. 20 “A mesa de Aser será farta;ele oferecerá manjares de rei. 21 “Naftali é uma gazela solta,que por isso faz festa. 22 “José é uma árvore frutífera,árvore frutífera à beira de uma fonte,cujos galhos passam por cima do muro. 23 Com rancor arqueiros o atacaram,atirando-lhe flechas com hostilidade. 24 Mas o seu arco permaneceu firme;os seus braços permaneceram fortes, ágeis para atirar,pela mão do Poderoso de Jacó,pelo nome do Pastor, a Rocha de Israel, 25 pelo Deus de seu pai, que ajuda você,o Todo-poderoso, que o abençoacom bênçãos dos altos céus,bênçãos das profundezas,bênçãos da fertilidade e da fartura. 26 As bênçãos de seu pai são superioresàs bênçãos dos montes antigos,às delícias das colinas eternas.Que todas essas bênçãos repousem sobre a cabeça de José,sobre a fronte daquele que foi separado de entre os seus irmãos. 27 “Benjamim é um lobo predador;pela manhã devora a presae à tarde divide o despojo”. 28 São esses os que formaram as doze tribos de Israel, e foi isso que seu pai lhes disse, ao abençoá-los, dando a cada um a bênção que lhe pertencia. 29 A seguir, Jacó deu-lhes estas instruções: “Estou para ser reunido aos meus antepassados. Sepultem-me junto aos meus pais na caverna do campo de Efrom, o hitita, 30 na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, em Canaã, campo que Abraão comprou de Efrom, o hitita, como propriedade para sepultura. 31 Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, e Isaque e Rebeca, sua mulher; ali também sepultei Lia. 32 “Tanto o campo como a caverna que nele está foram comprados dos hititas”. 33 Ao acabar de dar essas instruções a seus filhos, Jacó deitou-se, expirou e foi reunido aos seus antepassados.
1 José atirou-se sobre seu pai, chorou sobre ele e o beijou. 2 Em seguida, deu ordens aos médicos, que estavam ao seu serviço, que embalsamassem seu pai Israel. E eles o embalsamaram. 3 Levaram quarenta dias completos, pois esse era o tempo para o embalsamamento. E os egípcios choraram sua morte setenta dias. 4 Passados os dias de luto, José disse à corte do faraó: “Se posso contar com a bondade de vocês, falem com o faraó em meu favor. Digam-lhe que 5 meu pai fez-me prestar-lhe o seguinte juramento: ‘Estou à beira da morte; sepulte-me no túmulo que preparei para mim na terra de Canaã’. Agora, pois, peçam-lhe que me permita partir e sepultar meu pai; logo depois voltarei”. 6 Respondeu o faraó: “Vá e faça o sepultamento de seu pai como este o fez jurar”. 7 Então José partiu para sepultar seu pai. Com ele foram todos os conselheiros do faraó, as autoridades da sua corte e todas as autoridades do Egito, 8 e, além deles, todos os da família de José, os seus irmãos e todos os da casa de seu pai. Somente as crianças, as ovelhas e os bois foram deixados em Gósen. 9 Carruagens e cavaleiros também o acompanharam. A comitiva era imensa. 10 Chegando à eira de Atade, perto do Jordão, lamentaram-se em alta voz, com grande amargura; e ali José guardou sete dias de pranto pela morte do seu pai. 11 Quando os cananeus que lá habitavam viram aquele pranto na eira de Atade, disseram: “Os egípcios estão celebrando uma cerimônia de luto solene”. Por essa razão, aquele lugar, próximo ao Jordão, foi chamado Abel-Mizraim. 12 Assim fizeram os filhos de Jacó o que este lhes havia ordenado: 13 Levaram-no à terra de Canaã e o sepultaram na caverna do campo de Macpela, perto de Manre, que, com o campo, Abraão tinha comprado de Efrom, o hitita, para que lhe servisse de propriedade para sepultura. 14 Depois de sepultar seu pai, José voltou ao Egito, com os seus irmãos e com todos os demais que o tinham acompanhado. 15 Vendo os irmãos de José que seu pai havia morrido, disseram: “E se José tiver rancor contra nós e resolver retribuir todo o mal que lhe causamos?” 16 Então mandaram um recado a José, dizendo: “Antes de morrer, teu pai nos ordenou 17 que te disséssemos o seguinte: ‘Peço-lhe que perdoe os erros e pecados de seus irmãos que o trataram com tanta maldade!’ Agora, pois, perdoa os pecados dos servos do Deus do teu pai”. Quando recebeu o recado, José chorou. 18 Depois vieram seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: “Aqui estamos. Somos teus escravos!” 19 José, porém, lhes disse: “Não tenham medo. Estaria eu no lugar de Deus? 20 Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos. 21 Por isso, não tenham medo. Eu sustentarei vocês e seus filhos”. E assim os tranquilizou e lhes falou amavelmente. 22 José permaneceu no Egito, com toda a família de seu pai. Viveu cento e dez anos 23 e viu a terceira geração dos filhos de Efraim. Além disso, recebeu como seus os filhos de Maquir, filho de Manassés. 24 Antes de morrer José disse a seus irmãos: “Estou à beira da morte. Mas Deus certamente virá em auxílio de vocês e os tirará desta terra, levando-os para a terra que prometeu com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó”. 25 E José fez que os filhos de Israel lhe prestassem um juramento, dizendo-lhes: “Quando Deus intervier em favor de vocês, levem os meus ossos daqui”. 26 Morreu José com a idade de cento e dez anos. E, depois de embalsamado, foi colocado num sarcófago no Egito.