1 Então Pilatos mandou açoitar Jesus. 2 Os soldados teceram uma coroa de espinhos e a puseram na cabeça dele. Vestiram-no com uma capa de púrpura, 3 e, chegando-se a ele, diziam: “Salve, rei dos judeus!” E batiam-lhe no rosto. 4 Mais uma vez, Pilatos saiu e disse aos judeus: “Vejam, eu o estou trazendo a vocês, para que saibam que não acho nele motivo algum de acusação”. 5 Quando Jesus veio para fora, usando a coroa de espinhos e a capa de púrpura, disse-lhes Pilatos: “Eis o homem!” 6 Ao vê-lo, os chefes dos sacerdotes e os guardas gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!”Mas Pilatos respondeu: “Levem-no vocês e crucifiquem-no. Quanto a mim, não encontro base para acusá-lo”. 7 Os judeus insistiram: “Temos uma lei e, de acordo com essa lei, ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus”. 8 Ao ouvir isso, Pilatos ficou ainda mais amedrontado 9 e voltou para dentro do palácio. Então perguntou a Jesus: “De onde você vem?”, mas Jesus não lhe deu resposta. 10 “Você se nega a falar comigo?”, disse Pilatos. “Não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo e para crucificá-lo?” 11 Jesus respondeu: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim se esta não te fosse dada de cima. Por isso, aquele que me entregou a ti é culpado de um pecado maior”. 12 Daí em diante Pilatos procurou libertar Jesus, mas os judeus gritavam: “Se deixares esse homem livre, não és amigo de César. Quem se diz rei opõe-se a César”. 13 Ao ouvir isso, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se na cadeira de juiz, num lugar conhecido como Pavimento de Pedra (que em aramaico é Gábata). 14 Era o Dia da Preparação na semana da Páscoa, por volta das seis horas da manhã.“Eis o rei de vocês”, disse Pilatos aos judeus. 15 Mas eles gritaram: “Mata! Mata! Crucifica-o!”“Devo crucificar o rei de vocês?”, perguntou Pilatos.“Não temos rei, senão César”, responderam os chefes dos sacerdotes. 16 Finalmente Pilatos o entregou a eles para ser crucificado.Então os soldados encarregaram-se de Jesus. 17 Levando a sua própria cruz, ele saiu para o lugar chamado Caveira (que em aramaico é chamado Gólgota). 18 Ali o crucificaram, e com ele dois outros, um de cada lado de Jesus. 19 Pilatos mandou preparar uma placa e pregá-la na cruz, com a seguinte inscrição: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. 20 Muitos dos judeus leram a placa, pois o lugar em que Jesus foi crucificado ficava próximo da cidade, e a placa estava escrita em aramaico, latim e grego. 21 Os chefes dos sacerdotes dos judeus protestaram junto a Pilatos: “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim que esse homem se dizia rei dos judeus”. 22 Pilatos respondeu: “O que escrevi, escrevi”. 23 Tendo crucificado Jesus, os soldados tomaram as roupas dele e as dividiram em quatro partes, uma para cada um deles, restando a túnica. Esta, porém, era sem costura, tecida numa única peça, de alto a baixo. 24 “Não a rasguemos”, disseram uns aos outros. “Vamos decidir por sorteio quem ficará com ela”.Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura que diz:“Dividiram as minhas roupas entre si,e tiraram sortes pelas minhas vestes”.Foi o que os soldados fizeram. 25 Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã dela, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26 Quando Jesus viu sua mãe ali, e, perto dela, o discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe: “Aí está o seu filho”, 27 e ao discípulo: “Aí está a sua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a recebeu em sua família. 28 Mais tarde, sabendo então que tudo estava concluído, para que a Escritura se cumprisse, Jesus disse: “Tenho sede”. 29 Estava ali uma vasilha cheia de vinagre. Então embeberam uma esponja nela, colocaram a esponja na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus. 30 Tendo-o provado, Jesus disse: “Está consumado!” Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito. 31 Era o Dia da Preparação e o dia seguinte seria um sábado especialmente sagrado. Como não queriam que os corpos permanecessem na cruz durante o sábado, os judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e retirar os corpos. 32 Vieram, então, os soldados e quebraram as pernas do primeiro homem que fora crucificado com Jesus e, em seguida, as do outro. 33 Mas, quando chegaram a Jesus, constatando que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. 34 Em vez disso, um dos soldados perfurou o lado de Jesus com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35 Aquele que o viu, disso deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que está dizendo a verdade, e dela testemunha para que vocês também creiam. 36 Estas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: “Nenhum dos seus ossos será quebrado”., 37 e, como diz a Escritura noutro lugar: “Olharão para aquele que traspassaram” 38 Depois disso José de Arimateia pediu a Pilatos o corpo de Jesus. José era discípulo de Jesus, mas o era secretamente, porque tinha medo dos judeus. Com a permissão de Pilatos, veio e levou embora o corpo. 39 Ele estava acompanhado de Nicodemos, aquele que antes tinha visitado Jesus à noite. Nicodemos levou cerca de trinta e quatro quilos de uma mistura de mirra e aloés. 40 Tomando o corpo de Jesus, os dois o envolveram em faixas de linho, com as especiarias, de acordo com os costumes judaicos de sepultamento. 41 No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim; e no jardim, um sepulcro novo, onde ninguém jamais fora colocado. 42 Por ser o Dia da Preparação dos judeus, e visto que o sepulcro ficava perto, colocaram Jesus ali.
1 “Vocês são os filhos do SENHOR, o seu Deus. Não façam cortes no corpo nem rapem a frente da cabeça por causa dos mortos, 2 pois vocês são povo consagrado ao SENHOR, o seu Deus. Dentre todos os povos da face da terra, o SENHOR os escolheu para serem o seu tesouro pessoal. 3 “Não comam nada que seja proibido. 4 São estes os animais que vocês podem comer: o boi, a ovelha, o bode, 5 o veado, a gazela, a corça, o bode montês, o antílope, o bode selvagem e a ovelha montês. 6 Vocês poderão comer qualquer animal que tenha o casco fendido e dividido em duas unhas e que rumine. 7 Contudo, dos que ruminam ou têm o casco fendido, vocês não poderão comer o camelo, o coelho e o rato silvestre. Embora ruminem, não têm casco fendido; são impuros para vocês. 8 O porco também é impuro; embora tenha casco fendido, não rumina. Vocês não poderão comer a carne desses animais nem tocar em seus cadáveres. 9 “De todas as criaturas que vivem nas águas vocês poderão comer as que possuem barbatanas e escamas. 10 Mas não poderão comer nenhuma criatura que não tiver barbatanas nem escamas; é impura para vocês. 11 “Vocês poderão comer qualquer ave pura. 12 Mas estas vocês não poderão comer: a águia, o urubu, a águia-marinha, 13 o milhafre, qualquer espécie de falcão, 14 qualquer espécie de corvo, 15 a coruja-de-chifre, a coruja-de-orelha-pequena, a coruja-orelhuda, qualquer espécie de gavião, 16 o mocho, o corujão, a coruja-branca, 17 a coruja-do-deserto, o abutre, a coruja-pescadora, 18 a cegonha, qualquer tipo de garça, a poupa e o morcego. 19 “Todas as pequenas criaturas que enxameiam e têm asas são impuras para vocês; não as comam. 20 Mas qualquer criatura que tem asas, sendo pura, vocês poderão comer. 21 “Não comam nada que encontrarem morto. Vocês poderão dá-lo a um estrangeiro residente de qualquer cidade de vocês, e ele poderá comê-lo, ou vocês poderão vendê-lo a outros estrangeiros. Mas vocês são povo consagrado ao SENHOR, o seu Deus.“Não cozinhem o cabrito no leite da própria mãe. 22 “Separem o dízimo de tudo o que a terra produzir anualmente. 23 Comam o dízimo do cereal, do vinho novo e do azeite, e a primeira cria de todos os seus rebanhos na presença do SENHOR, o seu Deus, no local que ele escolher como habitação do seu Nome, para que aprendam a temer sempre o SENHOR, o seu Deus. 24 Mas, se o local for longe demais e vocês tiverem sido abençoados pelo SENHOR, o seu Deus, e não puderem carregar o dízimo, pois o local escolhido pelo SENHOR para ali pôr o seu Nome é longe demais, 25 troquem o dízimo por prata, e levem a prata ao local que o SENHOR, o seu Deus, tiver escolhido. 26 Com prata comprem o que quiserem: bois, ovelhas, vinho ou outra bebida fermentada, ou qualquer outra coisa que desejarem. Então juntamente com suas famílias comam e alegrem-se ali, na presença do SENHOR, o seu Deus. 27 E nunca se esqueçam dos levitas que vivem em suas cidades, pois eles não possuem propriedade nem herança próprias. 28 “Ao final de cada três anos, tragam todos os dízimos da colheita do terceiro ano, armazenando-os em sua própria cidade, 29 para que os levitas, que não possuem propriedade nem herança, e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que vivem na sua cidade venham comer e saciar-se, e para que o SENHOR, o seu Deus, os abençoe em todo o trabalho das suas mãos.
1 Eu, Paulo, pela mansidão e pela bondade de Cristo, apelo para vocês; eu, que sou “humilde” quando estou face a face com vocês, mas “audaz” quando ausente! 2 Rogo a vocês que, quando estiver presente, não me obriguem a agir com audácia, tal como penso que ousarei fazer, para com alguns que acham que procedemos segundo os padrões humanos. 3 Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. 4 As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. 5 Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo. 6 E estaremos prontos para punir todo ato de desobediência, uma vez estando completa a obediência de vocês. 7 Vocês observam apenas a aparência das coisas. Se alguém está convencido de que pertence a Cristo, deveria considerar novamente consigo mesmo que, assim como ele, nós também pertencemos a Cristo. 8 Pois mesmo que eu tenha me orgulhado um pouco mais da autoridade que o Senhor nos deu, não me envergonho disso, pois essa autoridade é para edificá-los, e não para destruí-los. 9 Não quero que pareça que estou tentando amedrontá-los com as minhas cartas. 10 Pois alguns dizem: “As cartas dele são duras e fortes, mas ele pessoalmente não impressiona, e a sua palavra é desprezível”. 11 Saibam tais pessoas que aquilo que somos em cartas, quando estamos ausentes, seremos em atos, quando estivermos presentes. 12 Não temos a pretensão de nos igualar ou de nos comparar com alguns que se recomendam a si mesmos. Quando eles se medem e se comparam consigo mesmos, agem sem entendimento. 13 Nós, porém, não nos gloriaremos além do limite adequado, mas limitaremos nosso orgulho à esfera de ação que Deus nos confiou, a qual alcança vocês inclusive. 14 Não estamos indo longe demais em nosso orgulho, como seria se não tivéssemos chegado até vocês, pois chegamos a vocês com o evangelho de Cristo. 15 Da mesma forma, não vamos além de nossos limites, gloriando-nos de trabalhos que outros fizeram. Nossa esperança é que, à medida que for crescendo a fé que vocês têm, nossa atuação entre vocês aumente ainda mais, 16 para que possamos pregar o evangelho nas regiões que estão além de vocês, sem nos vangloriarmos de trabalho já realizado em território de outro. 17 Contudo, “quem se gloriar glorie-se no Senhor”, 18 pois não é aprovado quem a si mesmo se recomenda, mas aquele a quem o Senhor recomenda.
1 Portanto, livrem-se de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, inveja e toda espécie de maledicência. 2 Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação, 3 agora que provaram que o Senhor é bom. 4 À medida que se aproximam dele, a pedra viva—rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele—, 5 vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo. 6 Pois assim é dito na Escritura:“Eis que ponho em Siãouma pedra angular, escolhida e preciosa,e aquele que nela confiajamais será envergonhado”. 7 Portanto, para vocês, os que creem, esta pedra é preciosa; mas, para os que não creem,“a pedra que os construtores rejeitaramtornou-se a pedra angular” 8 e“pedra de tropeçoe rocha que faz cair”.Os que não creem tropeçam, porque desobedecem à mensagem; para o que também foram destinados. 9 Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 10 Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam. 11 Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. 12 Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, mesmo que eles os acusem de praticar o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da intervenção dele. 13 Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei, como autoridade suprema, 14 seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. 15 Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos. 16 Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus. 17 Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, temam a Deus e honrem o rei. 18 Escravos, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito, não apenas aos bons e amáveis, mas também aos maus. 19 Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus, alguém suporte aflições sofrendo injustamente. 20 Pois que vantagem há em suportar açoites recebidos por terem cometido o mal? Mas, se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável diante de Deus. 21 Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando exemplo, para que sigam os seus passos. 22 “Ele não cometeu pecado algum,e nenhum engano foi encontrado em sua boca”. 23 Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça. 24 Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados. 25 Pois vocês eram como ovelhas desgarradas, mas agora se converteram ao Pastor e Bispo de suas almas.
1 Eu disse a mim mesmo: Venha. Experimente a alegria. Descubra as coisas boas da vida! Mas isso também se revelou inútil. 2 Concluí que o rir é loucura, e a alegria de nada vale. 3 Decidi entregar-me ao vinho e à extravagância, mantendo, porém, a mente orientada pela sabedoria. Eu queria saber o que vale a pena, debaixo do céu, nos poucos dias da vida humana. 4 Lancei-me a grandes projetos: construí casas e plantei vinhas para mim. 5 Fiz jardins e pomares e neles plantei todo tipo de árvore frutífera. 6 Construí também reservatórios para irrigar os meus bosques verdejantes. 7 Comprei escravos e escravas e tive escravos que nasceram em minha casa. Além disso, tive também mais bois e ovelhas do que todos os que viveram antes de mim em Jerusalém. 8 Ajuntei para mim prata e ouro, tesouros de reis e de províncias. Servi-me de cantores e cantoras, e também de um harém, as delícias dos homens. 9 Tornei-me mais famoso e poderoso do que todos os que viveram em Jerusalém antes de mim, conservando comigo a minha sabedoria. 10 Não me neguei nada que os meus olhos desejaram;não me recusei a dar prazer algum ao meu coração.Na verdade, eu me alegrei em todo o meu trabalho;essa foi a recompensa de todo o meu esforço. 11 Contudo, quando avaliei tudo o que as minhas mãos haviam feitoe o trabalho que eu tanto me esforçara para realizar,percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento;não há nenhum proveito no que se faz debaixo do sol. 12 Então passei a refletir na sabedoria,na loucura e na insensatez.O que pode fazer o sucessor do rei,a não ser repetir o que já foi feito? 13 Percebi que a sabedoria é melhor que a insensatez,assim como a luz é melhor do que as trevas. 14 O homem sábio tem olhos que enxergam,mas o tolo anda nas trevas;todavia, percebique ambos têm o mesmo destino. 15 Aí fiquei pensando:O que acontece ao tolo também me acontecerá.Que proveito eu tive em ser sábio?Então eu disse a mim mesmo:Isso não faz o menor sentido! 16 Nem o sábio, nem o tolo serão lembrados para sempre;nos dias futuros ambos serão esquecidos.Como pode o sábio morrer como o tolo morre? 17 Por isso desprezei a vida, pois o trabalho que se faz debaixo do sol pareceu-me muito pesado. Tudo era inútil, era correr atrás do vento. 18 Desprezei todas as coisas pelas quais eu tanto me esforçara debaixo do sol, pois terei que deixá-las para aquele que me suceder. 19 E quem pode dizer se ele será sábio ou tolo? Todavia, terá domínio sobre tudo o que realizei com o meu trabalho e com a minha sabedoria debaixo do sol. Isso também não faz sentido. 20 Cheguei ao ponto de me desesperar por todo o trabalho no qual tanto me esforcei debaixo do sol. 21 Pois um homem pode realizar o seu trabalho com sabedoria, conhecimento e habilidade, mas terá que deixar tudo o que possui como herança para alguém que não se esforçou por aquilo. Isso também é um absurdo e uma grande injustiça. 22 Que proveito tem um homem de todo o esforço e de toda a ansiedade com que trabalha debaixo do sol? 23 Durante toda a sua vida, seu trabalho é pura dor e tristeza; mesmo à noite a sua mente não descansa. Isso também é absurdo. 24 Para o homem não existe nada melhor do que comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho. E vi que isso também vem da mão de Deus. 25 E quem aproveitou melhor as comidas e os prazeres do que eu? 26 Ao homem que o agrada, Deus dá sabedoria, conhecimento e felicidade. Quanto ao pecador, Deus o encarrega de ajuntar e armazenar riquezas para entregá-las a quem o agrada. Isso também é inútil, é correr atrás do vento.
1 Salva-me, ó Deus, pelo teu nome;defende-me pelo teu poder. 2 Ouve a minha oração, ó Deus;escuta as minhas palavras. 3 Estrangeiros me atacam;homens cruéis querem matar-me,homens que não se importam com Deus. 4 Certamente Deus é o meu auxílio;é o Senhor que me sustém. 5 Recaia o mal sobre os meus inimigos!Extermina-os por tua fidelidade! 6 Eu te oferecerei um sacrifício voluntário;louvarei o teu nome, ó SENHOR, porque tu és bom. 7 Pois ele me livrou de todas as minhas angústias,e os meus olhos contemplaram a derrota dos meus inimigos.
1 O filho sábio acolhe a instrução do pai,mas o zombador não ouve a repreensão. 2 Do fruto de sua boca o homem desfruta coisas boas,mas o que os infiéis desejam é violência. 3 Quem guarda a sua boca guarda a sua vida,mas quem fala demais acaba se arruinando. 4 O preguiçoso deseja e nada consegue,mas os desejos do diligente são amplamente satisfeitos. 5 Os justos odeiam o que é falso,mas os ímpiostrazem vergonha e desgraça. 6 A retidão protege o homem íntegro,mas a impiedade derruba o pecador. 7 Alguns fingem que são ricos e nada têm;outros fingem que são pobres e têm grande riqueza. 8 As riquezas de um homem servem de resgate para a sua vida,mas o pobre nunca recebe ameaças. 9 A luz dos justos resplandece esplendidamente,mas a lâmpada dos ímpios apaga-se. 10 O orgulho só gera discussões,mas a sabedoria está com os que tomam conselho. 11 O dinheiro ganho com desonestidade diminuirá,mas quem o ajunta aos poucos terá cada vez mais. 12 A esperança que se retarda deixa o coração doente,mas o anseio satisfeito é árvore de vida. 13 Quem zomba da instrução pagará por ela,mas aquele que respeita o mandamento será recompensado. 14 O ensino dos sábios é fonte de vidae afasta o homem das armadilhas da morte. 15 O bom entendimento conquista favor,mas o caminho do infiel é áspero. 16 Todo homem prudente age com base no conhecimento,mas o tolo expõe a sua insensatez. 17 O mensageiro ímpio cai em dificuldade,mas o enviado digno de confiança traz a cura. 18 Quem despreza a disciplina cai na pobreza e na vergonha,mas quem acolhe a repreensão recebe tratamento honroso. 19 O anseio satisfeito agrada a alma,mas o tolo detesta afastar-se do mal. 20 Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio,mas o companheiro dos tolos acabará mal. 21 O infortúnio persegue o pecador,mas a prosperidade é a recompensa do justo. 22 O homem bom deixa herança para os filhos de seus filhos,mas a riqueza do pecador é armazenada para os justos. 23 A lavoura do pobre produz alimento com fartura,mas por falta de justiça ele o perde. 24 Quem se nega a castigar seu filho não o ama;quem o ama não hesita em discipliná-lo. 25 O justo come até satisfazer o apetite,mas os ímpios permanecem famintos.
1 E ocorreu que Sefatias, filho de Matã, Gedalias, filho de Pasur, Jucal, filho de Selemias, e Pasur, filho de Malquias, ouviram o que Jeremias estava dizendo a todo o povo: 2 “Assim diz o SENHOR: ‘Aquele que permanecer nesta cidade morrerá pela espada, pela fome e pela peste; mas aquele que se render aos babilônios viverá. Escapará com vida e sobreviverá’. 3 E, assim diz o SENHOR: ‘Esta cidade certamente será entregue ao exército do rei da Babilônia, que a conquistará’.” 4 Então os líderes disseram ao rei: “Este homem deve morrer. Ele está desencorajando os soldados que restaram nesta cidade, bem como todo o povo, com as coisas que ele está dizendo. Este homem não busca o bem deste povo, mas a sua ruína”. 5 O rei Zedequias respondeu: “Ele está em suas mãos; o rei não pode opor-se a vocês”. 6 Assim, pegaram Jeremias e o jogaram na cisterna de Malquias, filho do rei, a qual ficava no pátio da guarda. Baixaram Jeremias por meio de cordas para dentro da cisterna. Não havia água na cisterna, mas somente lama; e Jeremias afundou na lama. 7 Mas Ebede-Meleque, o etíope, oficial do palácio real, ouviu que eles tinham jogado Jeremias na cisterna. Ora, o rei estava sentado junto à porta de Benjamim, 8 e Ebede-Meleque saiu do palácio e foi dizer-lhe: 9 “Ó rei, meu senhor, esses homens cometeram um mal em tudo o que fizeram ao profeta Jeremias. Eles o jogaram numa cisterna para que morra de fome, pois já não há mais pão na cidade”. 10 Então o rei ordenou a Ebede-Meleque, o etíope: “Leve com você três homens sob as suas ordens e retire o profeta Jeremias da cisterna antes que ele morra”. 11 Então Ebede-Meleque levou consigo os homens que estavam sob as suas ordens e foi à sala que fica debaixo da tesouraria do palácio. Pegou alguns trapos e roupas velhas e desceu cordas até Jeremias na cisterna. 12 Ebede-Meleque, o etíope, disse a Jeremias: “Põe esses trapos e roupas velhas debaixo dos braços para servirem de almofada para as cordas”. E Jeremias assim fez. 13 Assim, com as cordas o puxaram para cima e o tiraram da cisterna.E Jeremias permaneceu no pátio da guarda. 14 Então o rei Zedequias mandou trazer o profeta Jeremias e o encontrou na terceira entrada do templo do SENHOR. “Quero pedir-te uma palavra”, disse o rei. “Não me escondas nada”. 15 Jeremias disse a Zedequias: “Se eu der uma resposta, você não me matará? Mesmo que eu o aconselhasse, você não me escutaria”. 16 O rei Zedequias, porém, fez este juramento secreto a Jeremias: “Juro pelo nome do SENHOR, de quem recebemos a vida, que eu não o matarei nem o entregarei nas mãos daqueles que desejam tirar sua vida”. 17 Então Jeremias disse a Zedequias: “Assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: ‘Se você se render imediatamente aos oficiais do rei da Babilônia, sua vida será poupada e esta cidade não será incendiada; você e a sua família viverão. 18 Mas, se você não se render imediatamente aos oficiais do rei da Babilônia, esta cidade será entregue nas mãos dos babilônios, e eles a incendiarão; nem mesmo você escapará das mãos deles’.” 19 O rei Zedequias disse a Jeremias: “Tenho medo dos judeus que estão apoiando os babilônios, pois os babilônios poderão entregar-me nas mãos deles, e eles me maltratarão”. 20 “Eles não o entregarão”, Jeremias respondeu. “Obedeça ao SENHOR fazendo o que eu digo, para que tudo corra bem a você e a sua vida seja poupada. 21 Mas, se você não quiser render-se, foi isto que o SENHOR me revelou: 22 Todas as mulheres deixadas no palácio real de Judá serão levadas aos oficiais do rei da Babilônia. E elas dirão a você:“ ‘Aqueles teus amigos de confiançate enganaram e prevaleceram sobre ti.Teus pés estão atolados na lama;teus amigos te abandonaram’. 23 “Todas as suas mulheres e os seus filhos serão levados aos babilônios. Você mesmo não escapará das mãos deles, mas será capturado pelo rei da Babilônia; e esta cidade será incendiada”. 24 Então Zedequias disse a Jeremias: “Se alguém souber dessa conversa, tu morrerás. 25 Se os líderes ouvirem que eu conversei contigo e vierem dizer-te: ‘Conta-nos o que disseste ao rei e o que o rei te disse; não escondas nada de nós, se não nós te mataremos’, 26 dize: Fui suplicar ao rei que não me mandasse de volta à casa de Jônatas, para ali morrer”. 27 Quando os líderes vieram interrogar Jeremias, ele lhes disse tudo o que o rei tinha ordenado que dissesse. E eles não lhe perguntaram mais nada, pois ninguém tinha ouvido a conversa com o rei. 28 E Jeremias permaneceu no pátio da guarda até o dia em que Jerusalém foi conquistada.
1 Depois disso Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto. 2 Ali, encontrou um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, que havia chegado recentemente da Itália com Priscila, sua mulher, pois Cláudio havia ordenado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo foi vê-los 3 e, uma vez que tinham a mesma profissão, ficou morando e trabalhando com eles, pois eram fabricantes de tendas. 4 Todos os sábados ele debatia na sinagoga e convencia judeus e gregos. 5 Depois que Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo se dedicou exclusivamente à pregação, testemunhando aos judeus que Jesus era o Cristo. 6 Opondo-se eles e lançando maldições, Paulo sacudiu a roupa e lhes disse: “Caia sobre a cabeça de vocês o seu próprio sangue! Estou livre da minha responsabilidade. De agora em diante irei para os gentios”. 7 Então Paulo saiu da sinagoga e foi para a casa de Tício Justo, que era temente a Deus e que morava ao lado da sinagoga. 8 Crispo, chefe da sinagoga, creu no Senhor, ele e toda a sua casa; e, dos coríntios que o ouviam, muitos criam e eram batizados. 9 Certa noite o Senhor falou a Paulo em visão: “Não tenha medo, continue falando e não fique calado, 10 pois estou com você, e ninguém vai lhe fazer mal ou feri-lo, porque tenho muita gente nesta cidade”. 11 Assim, Paulo ficou ali durante um ano e meio, ensinando-lhes a palavra de Deus. 12 Sendo Gálio procônsul da Acaia, os judeus fizeram em conjunto um levante contra Paulo e o levaram ao tribunal, fazendo a seguinte acusação: 13 “Este homem está persuadindo o povo a adorar a Deus de maneira contrária à lei”. 14 Quando Paulo ia começar a falar, Gálio disse aos judeus: “Se vocês, judeus, estivessem apresentando queixa de algum delito ou crime grave, seria razoável que eu os ouvisse. 15 Mas, visto que se trata de uma questão de palavras e nomes de sua própria lei, resolvam o problema vocês mesmos. Não serei juiz dessas coisas”. 16 E mandou expulsá-los do tribunal. 17 Então todos se voltaram contra Sóstenes, o chefe da sinagoga, e o espancaram diante do tribunal. Mas Gálio não demonstrou nenhuma preocupação com isso. 18 Paulo permaneceu em Corinto por algum tempo. Depois despediu-se dos irmãos e navegou para a Síria, acompanhado de Priscila e Áquila. Antes de embarcar, rapou a cabeça em Cencreia, devido a um voto que havia feito. 19 Chegaram a Éfeso, onde Paulo deixou Priscila e Áquila. Ele, porém, entrando na sinagoga, começou a debater com os judeus. 20 Pedindo eles que ficasse mais tempo, não cedeu. 21 Mas, ao partir, prometeu: “Voltarei, se for da vontade de Deus”. Então, embarcando, partiu de Éfeso. 22 Ao chegar a Cesareia, subiu até a igreja para saudá-la e depois desceu para Antioquia. 23 Depois de passar algum tempo em Antioquia, Paulo partiu dali e viajou por toda a região da Galácia e da Frígia, fortalecendo todos os discípulos. 24 Enquanto isso, um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, chegou a Éfeso. Ele era homem culto e tinha grande conhecimento das Escrituras. 25 Fora instruído no caminho do Senhor e com grande fervor falava e ensinava com exatidão acerca de Jesus, embora conhecesse apenas o batismo de João. 26 Logo começou a falar corajosamente na sinagoga. Quando Priscila e Áquila o ouviram, convidaram-no para ir à sua casa e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus. 27 Querendo ele ir para a Acaia, os irmãos o encorajaram e escreveram aos discípulos que o recebessem. Ao chegar, ele auxiliou muito os que pela graça haviam crido, 28 pois refutava vigorosamente os judeus em debate público, provando pelas Escrituras que Jesus é o Cristo.