1 Sansão desceu a Timna e viu ali uma mulher do povo filisteu. 2 Quando voltou para casa, disse a seu pai e a sua mãe: “Vi uma mulher filisteia em Timna; consigam essa mulher para ser minha esposa”. 3 Seu pai e sua mãe lhe perguntaram: “Será que não há mulher entre os seus parentes ou entre todo o seu povo? Você tem que ir aos filisteus incircuncisos para conseguir esposa?”Sansão, porém, disse ao pai: “Consiga-a para mim. É ela que me agrada”. 4 Seus pais não sabiam que isso vinha do SENHOR, que buscava ocasião contra os filisteus; pois naquela época eles dominavam Israel. 5 Sansão foi para Timna com seu pai e sua mãe. Quando se aproximavam das vinhas de Timna, de repente um leão forte veio rugindo na direção dele. 6 O Espírito do SENHOR apossou-se de Sansão, e ele, sem nada nas mãos, rasgou o leão como se fosse um cabrito. Mas não contou nem ao pai nem à mãe o que fizera. 7 Então foi conversar com a mulher de quem gostava. 8 Algum tempo depois, quando voltou para casar-se com ela, Sansão saiu do caminho para olhar o cadáver do leão, e nele havia um enxame de abelhas e mel. 9 Tirou o mel com as mãos e o foi comendo pelo caminho. Quando voltou aos seus pais, repartiu com eles o mel, e eles também comeram. Mas não lhes contou que tinha tirado o mel do cadáver do leão. 10 Seu pai desceu à casa da mulher, e Sansão deu ali uma festa, como era costume dos noivos. 11 Quando ele chegou, trouxeram-lhe trinta rapazes para o acompanharem na festa. 12 “Vou propor um enigma para vocês”, disse-lhes Sansão. “Se vocês puderem dar-me a resposta certa durante os sete dias da festa, então eu darei a vocês trinta vestes de linho e trinta mudas de roupas. 13 Se não conseguirem dar-me a resposta, vocês me darão trinta vestes de linho e trinta mudas de roupas”.“Proponha-nos o seu enigma”, disseram. “Vamos ouvi-lo”. 14 Disse ele então:“Do que come saiu comida;do que é forte saiu doçura”.Durante três dias eles não conseguiram dar a resposta. 15 No quarto dia disseram à mulher de Sansão: “Convença o seu marido a explicar o enigma. Caso contrário, poremos fogo em você e na família de seu pai, e vocês morrerão. Você nos convidou para nos roubar?” 16 Então a mulher de Sansão implorou-lhe aos prantos: “Você me odeia! Você não me ama! Você deu ao meu povo um enigma, mas não me contou a resposta!”“Nem a meu pai nem à minha mãe expliquei o enigma”, respondeu ele. “Por que deveria explicá-lo a você?” 17 Ela chorou durante o restante da semana da festa. Por fim, no sétimo dia, ele lhe contou, pois ela continuava a perturbá-lo. Ela, por sua vez, revelou o enigma ao seu povo. 18 Antes do pôr do sol do sétimo dia, os homens da cidade vieram lhe dizer:“O que é mais doce que o mel?O que é mais forte que o leão?”Sansão lhes disse:“Se vocês não tivessem arado com a minha novilha,não teriam solucionado o meu enigma”. 19 Então o Espírito do SENHOR apossou-se de Sansão. Ele desceu a Ascalom, matou trinta homens, pegou as suas roupas e as deu aos que tinham explicado o enigma. Depois, enfurecido, foi para a casa do seu pai. 20 E a mulher de Sansão foi dada ao amigo que tinha sido o acompanhante dele no casamento.
1 Algum tempo depois, na época da colheita do trigo, Sansão foi visitar a sua mulher e levou-lhe um cabrito. “Vou ao quarto da minha mulher”, disse ele. Mas o pai dela não quis deixá-lo entrar. 2 “Eu estava tão certo de que você a odiava”, disse ele, “que a dei ao seu amigo. A sua irmã mais nova não é mais bonita? Fique com ela no lugar da irmã”. 3 Sansão lhes disse: “Desta vez ninguém poderá me culpar quando eu acertar as contas com os filisteus!” 4 Então saiu, capturou trezentas raposas e as amarrou aos pares pela cauda. Depois prendeu uma tocha em cada par de caudas, 5 acendeu as tochas e soltou as raposas no meio das plantações dos filisteus. Assim ele queimou os feixes, o cereal que iam colher e também as vinhas e os olivais. 6 Os filisteus perguntaram: “Quem fez isso?” Responderam-lhes: “Foi Sansão, o genro do timnita, porque a sua mulher foi dada ao seu amigo”. Então os filisteus foram e queimaram a mulher e seu pai. 7 Sansão lhes disse: “Já que fizeram isso, não sossegarei enquanto não me vingar de vocês”. 8 Ele os atacou sem dó nem piedade e fez terrível matança. Depois desceu e ficou numa caverna da rocha de Etã. 9 Os filisteus foram para Judá e lá acamparam, espalhando-se pelas proximidades de Leí. 10 Os homens de Judá perguntaram: “Por que vocês vieram lutar contra nós?”Eles responderam: “Queremos levar Sansão amarrado, para tratá-lo como ele nos tratou”. 11 Três mil homens de Judá desceram então à caverna da rocha de Etã e disseram a Sansão: “Você não sabe que os filisteus dominam sobre nós? Você viu o que nos fez?”Ele respondeu: “Fiz a eles apenas o que eles me fizeram”. 12 Disseram-lhe: “Viemos amarrá-lo para entregá-lo aos filisteus”.Sansão disse: “Jurem-me que vocês mesmos não me matarão”. 13 “Certamente que não!”, responderam. “Somente vamos amarrá-lo e entregá-lo nas mãos deles. Não o mataremos”. E o prenderam com duas cordas novas e o fizeram sair da rocha. 14 Quando ia chegando a Leí, os filisteus foram ao encontro dele aos gritos. Mas o Espírito do SENHOR apossou-se dele. As cordas em seus braços se tornaram como fibra de linho queimada, e os laços caíram das suas mãos. 15 Encontrando a carcaça de um jumento, pegou a queixada e com ela matou mil homens. 16 Disse ele então:“Com uma queixada de jumentofiz deles montões.Com uma queixada de jumentomatei mil homens”. 17 Quando acabou de falar, jogou fora a queixada; e o local foi chamado Ramate-Leí. 18 Sansão estava com muita sede e clamou ao SENHOR: “Deste pela mão de teu servo esta grande vitória. Morrerei eu agora de sede para cair nas mãos dos incircuncisos?” 19 Deus então abriu a rocha que há em Leí, e dela saiu água. Sansão bebeu, suas forças voltaram, e ele recobrou o ânimo. Por esse motivo essa fonte foi chamada En-Hacoré, e ainda lá está, em Leí. 20 Sansão liderou Israel durante vinte anos, no tempo do domínio dos filisteus.
1 Certa vez Sansão foi a Gaza, viu ali uma prostituta e passou a noite com ela. 2 Disseram ao povo de Gaza: “Sansão está aqui!” Então cercaram o local e ficaram à espera dele a noite toda, junto à porta da cidade. Não se moveram a noite inteira, dizendo: “Ao amanhecer o mataremos”. 3 Sansão, porém, ficou deitado só até a meia-noite. Levantou-se, agarrou firme a porta da cidade, com os dois batentes, e os arrancou, com tranca e tudo. Pôs tudo nos ombros e o levou ao topo da colina que fica defronte de Hebrom. 4 Depois dessas coisas, ele se apaixonou por uma mulher do vale de Soreque, chamada Dalila. 5 Os líderes dos filisteus foram dizer a ela: “Veja se consegue induzi-lo a mostrar para você o segredo da sua grande força e como poderemos dominá-lo, para que o amarremos e o subjuguemos. Cada um de nós dará a você treze quilos de prata”. 6 Disse, pois, Dalila a Sansão: “Conte-me, por favor, de onde vem a sua grande força e como você pode ser amarrado e subjugado”. 7 Respondeu-lhe Sansão: “Se alguém me amarrar com sete tiras de couro ainda úmidas, ficarei tão fraco quanto qualquer outro homem”. 8 Então os líderes dos filisteus trouxeram a ela sete tiras de couro ainda úmidas, e Dalila o amarrou com elas. 9 Tendo homens escondidos no quarto, ela o chamou: “Sansão, os filisteus o estão atacando!” Mas ele arrebentou as tiras de couro como se fossem um fio de estopa posto perto do fogo. Assim, não se descobriu de onde vinha a sua força. 10 Disse Dalila a Sansão: “Você me fez de boba; mentiu para mim! Agora conte-me, por favor, como você pode ser amarrado”. 11 Ele disse: “Se me amarrarem firmemente com cordas que nunca tenham sido usadas, ficarei tão fraco quanto qualquer outro homem”. 12 Dalila o amarrou com cordas novas. Depois, tendo homens escondidos no quarto, ela o chamou: “Sansão, os filisteus o estão atacando!” Mas ele arrebentou as cordas de seus braços como se fossem uma linha. 13 Disse Dalila a Sansão: “Até agora você me fez de boba e mentiu para mim. Diga-me como pode ser amarrado”.Ele respondeu: “Se você tecer num pano as sete tranças da minha cabeça e o prender com uma lançadeira, ficarei tão fraco quanto qualquer outro homem”. Assim, enquanto ele dormia, Dalila teceu as sete tranças da sua cabeça num pano 14 e o prendeu com a lançadeira.Novamente ela o chamou: “Sansão, os filisteus o estão atacando!” Ele despertou do sono e arrancou a lançadeira e o tear, com os fios. 15 Então ela lhe disse: “Como você pode dizer que me ama se não confia em mim? Esta é a terceira vez que você me fez de boba e não contou o segredo da sua grande força”. 16 Importunando-o o tempo todo, ela o cansava dia após dia, ficando ele a ponto de morrer. 17 Por isso ele lhe contou o segredo: “Jamais se passou navalha em minha cabeça”, disse ele, “pois sou nazireu, desde o ventre materno. Se fosse rapado o cabelo da minha cabeça, a minha força se afastaria de mim, e eu ficaria tão fraco quanto qualquer outro homem”. 18 Quando Dalila viu que Sansão lhe tinha contado todo o segredo, enviou esta mensagem aos líderes dos filisteus: “Subam mais esta vez, pois ele me contou todo o segredo”. Os líderes dos filisteus voltaram a ela levando a prata. 19 Fazendo-o dormir no seu colo, ela chamou um homem para cortar as sete tranças do cabelo dele, e assim começou a subjugá-lo. E a sua força o deixou. 20 Então ela chamou: “Sansão, os filisteus o estão atacando!”Ele acordou do sono e pensou: “Sairei como antes e me livrarei”. Mas não sabia que o SENHOR o tinha deixado. 21 Os filisteus o prenderam, furaram os seus olhos e o levaram para Gaza. Prenderam-no com algemas de bronze, e o puseram a girar um moinho na prisão. 22 Mas, logo o cabelo da sua cabeça começou a crescer de novo. 23 Os líderes dos filisteus se reuniram para oferecer um grande sacrifício a seu deus Dagom e para festejar. Comemorando sua vitória, diziam: “O nosso deus entregou o nosso inimigo Sansão em nossas mãos”. 24 Quando o povo o viu, louvou o seu deus:“O nosso deus nos entregou o nosso inimigo,o devastador da nossa terra,aquele que multiplicavaos nossos mortos”. 25 Com o coração cheio de alegria, gritaram: “Tragam-nos Sansão para nos divertir!” E mandaram trazer Sansão da prisão, e ele os divertia.Quando o puseram entre as colunas, 26 Sansão disse ao jovem que o guiava pela mão: “Ponha-me onde eu possa apalpar as colunas que sustentam o templo, para que eu me apoie nelas”. 27 Homens e mulheres lotavam o templo; todos os líderes dos filisteus estavam presentes e, no alto, na galeria, havia cerca de três mil homens e mulheres vendo Sansão, que os divertia. 28 E Sansão orou ao SENHOR: “Ó Soberano SENHOR, lembra-te de mim! Ó Deus, eu te suplico, dá-me forças, mais uma vez, e faze com que eu me vingue dos filisteus por causa dos meus dois olhos!” 29 Então Sansão forçou as duas colunas centrais sobre as quais o templo se firmava. Apoiando-se nelas, tendo a mão direita numa coluna e a esquerda na outra, 30 disse: “Que eu morra com os filisteus!” Em seguida, ele as empurrou com toda a força, e o templo desabou sobre os líderes e sobre todo o povo que ali estava. Assim, na sua morte, Sansão matou mais homens do que em toda a sua vida. 31 Foram, então, os seus irmãos e toda a família do seu pai para buscá-lo. Trouxeram-no e o sepultaram entre Zorá e Estaol, no túmulo de Manoá, seu pai. Sansão liderou Israel durante vinte anos.
1 Havia um homem chamado Mica, dos montes de Efraim, 2 que disse certa vez à sua mãe: “Os treze quilos de prata que foram roubados de você e pelos quais eu a ouvi pronunciar uma maldição, na verdade a prata está comigo; eu a peguei”.Disse-lhe sua mãe: “O SENHOR o abençoe, meu filho!” 3 Quando ele devolveu os treze quilos de prata à mãe, ela disse: “Consagro solenemente a minha prata ao SENHOR para que o meu filho faça uma imagem esculpida e um ídolo de metal. Eu a devolvo a você”. 4 Mas ele devolveu a prata à sua mãe, e ela separou dois quilos e quatrocentos gramas, e os deu a um ourives, que deles fez a imagem e o ídolo. E estes foram postos na casa de Mica. 5 Ora, esse homem, Mica, possuía um santuário, fez um manto sacerdotal e alguns ídolos da família e pôs um dos seus filhos como seu sacerdote. 6 Naquela época, não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo. 7 Um jovem levita de Belém de Judá, procedente do clã de Judá, 8 saiu daquela cidade em busca de outro lugar para morar. Em sua viagem, chegou à casa de Mica, nos montes de Efraim. 9 Mica lhe perguntou: “De onde você vem?”“Sou levita, de Belém de Judá”, respondeu ele. “Estou procurando um lugar para morar”. 10 “Fique comigo”, disse-lhe Mica. “Seja meu pai e sacerdote, e eu darei a você cento e vinte gramas de prata por ano, roupas e comida”. 11 O jovem levita concordou em ficar com Mica, e tornou-se como um dos seus filhos. 12 Mica acolheu o levita, e o jovem se tornou seu sacerdote, e ficou morando em sua casa. 13 E Mica disse: “Agora sei que o SENHOR me tratará com bondade, pois esse levita se tornou meu sacerdote”.
1 Naquela época, não havia rei em Israel, e a tribo de Dã estava procurando um local onde se estabelecer, pois ainda não tinha recebido herança entre as tribos de Israel. 2 Então enviaram cinco guerreiros de Zorá e de Estaol para espionarem a terra e explorá-la. Esses homens representavam todos os clãs da tribo. Disseram-lhes: “Vão, explorem a terra”.Os homens chegaram aos montes de Efraim e foram à casa de Mica, onde passaram a noite. 3 Quando estavam perto da casa de Mica, reconheceram a voz do jovem levita; aproximaram-se e lhe perguntaram: “Quem o trouxe para cá? O que você está fazendo neste lugar? Por que você está aqui?” 4 O jovem lhes contou o que Mica fizera por ele, e disse: “Ele me contratou, e eu sou seu sacerdote”. 5 Então eles lhe pediram: “Pergunte a Deus se a nossa viagem será bem-sucedida”. 6 O sacerdote lhes respondeu: “Vão em paz. Sua viagem tem a aprovação do SENHOR”. 7 Os cinco homens partiram e chegaram a Laís, onde viram que o povo vivia em segurança, como os sidônios, despreocupado e tranquilo, e gozava prosperidade, pois a sua terra não lhe deixava faltar nada. Viram também que o povo vivia longe dos sidônios e não tinha relações com nenhum outro povo. 8 Quando voltaram a Zorá e a Estaol, seus irmãos lhes perguntaram: “O que descobriram?” 9 Eles responderam: “Vamos atacá-los! Vimos que a terra é muito boa. Vocês vão ficar aí sem fazer nada? Não hesitem em ir apossar-se dela. 10 Chegando lá, vocês encontrarão um povo despreocupado e uma terra espaçosa que Deus pôs nas mãos de vocês, terra onde não falta coisa alguma!” 11 Então seiscentos homens da tribo de Dã partiram de Zorá e de Estaol, armados para a guerra. 12 Na viagem armaram acampamento perto de Quiriate-Jearim, em Judá. É por isso que até hoje o local, a oeste de Quiriate-Jearim, é chamado Maané-Dã. 13 Dali foram para os montes de Efraim e chegaram à casa de Mica. 14 Os cinco homens que haviam espionado a terra de Laís disseram a seus irmãos: “Vocês sabiam que numa dessas casas há um manto sacerdotal, ídolos da família, uma imagem esculpida e um ídolo de metal? Agora vocês sabem o que devem fazer”. 15 Então eles se aproximaram e foram à casa do jovem levita, à casa de Mica, e o saudaram. 16 Os seiscentos homens de Dã, armados para a guerra, ficaram junto à porta. 17 Os cinco homens que haviam espionado a terra entraram e apanharam a imagem, o manto sacerdotal, os ídolos da família e o ídolo de metal, enquanto o sacerdote e os seiscentos homens armados permaneciam à porta. 18 Quando os homens entraram na casa de Mica e apanharam a imagem, o manto sacerdotal, os ídolos da família e o ídolo de metal, o sacerdote lhes perguntou: “Que é que vocês estão fazendo?” 19 Eles lhe responderam: “Silêncio! Não diga nada. Venha conosco, e seja nosso pai e sacerdote. Não será melhor para você servir como sacerdote uma tribo e um clã de Israel do que apenas a família de um só homem?” 20 Então o sacerdote se alegrou, apanhou o manto sacerdotal, os ídolos da família e a imagem esculpida e se juntou à tropa. 21 Pondo os seus filhos, os seus animais e os seus bens na frente deles, partiram de volta. 22 Quando já estavam a certa distância da casa, os homens que moravam perto de Mica foram convocados e alcançaram os homens de Dã. 23 Como vinham gritando atrás deles, estes se voltaram e perguntaram a Mica: “Qual é o seu problema? Por que convocou os seus homens para lutar?” 24 Ele respondeu: “Vocês estão levando embora os deuses que fiz e o meu sacerdote. O que me sobrou? Como é que ainda podem perguntar: ‘Qual é o seu problema?’ ” 25 Os homens de Dã responderam: “Não discuta conosco, senão alguns homens de temperamento violento o atacarão, e você e a sua família perderão a vida”. 26 E assim os homens de Dã seguiram seu caminho. Vendo que eles eram fortes demais para ele, Mica virou-se e voltou para casa. 27 Os homens de Dã levaram o que Mica fizera e o seu sacerdote, e foram para Laís, lugar de um povo pacífico e despreocupado. Eles mataram todos ao fio da espada e queimaram a cidade. 28 Não houve quem os livrasse, pois viviam longe de Sidom e não tinham relações com nenhum outro povo. A cidade ficava num vale que se estende até Bete-Reobe.Os homens de Dã reconstruíram a cidade e se estabeleceram nela. 29 Deram à cidade anteriormente chamada Laís o nome de Dã, em homenagem a seu antepassado Dã, filho de Israel. 30 Eles levantaram para si o ídolo, e Jônatas, filho de Gérson, neto de Moisés, e os seus filhos foram sacerdotes da tribo de Dã até que o povo foi para o exílio. 31 Ficaram com o ídolo feito por Mica durante todo o tempo em que o santuário de Deus esteve em Siló.
1 Naquela época, não havia rei em Israel. Aconteceu que um levita que vivia nos montes de Efraim, numa região afastada, tomou para si uma concubina, que era de Belém de Judá. 2 Mas ela lhe foi infiel. Deixou-o e voltou para a casa do seu pai, em Belém de Judá. Quatro meses depois, 3 seu marido foi convencê-la a voltar. Ele tinha levado o seu servo e dois jumentos. A mulher o levou para dentro da casa do seu pai, e quando seu pai o viu, alegrou-se. 4 O sogro dele o convenceu a ficar ali; e ele permaneceu com eles três dias; todos comendo, bebendo e dormindo ali. 5 No quarto dia, eles se levantaram cedo, e o levita se preparou para partir, mas o pai da moça disse ao genro: “Coma alguma coisa, e depois vocês poderão partir”. 6 Os dois se assentaram para comer e beber juntos. Mas o pai da moça disse: “Eu peço a você que fique esta noite, e que se alegre”. 7 E, quando o homem se levantou para partir, seu sogro o convenceu a ficar ainda aquela noite. 8 Na manhã do quinto dia, quando ele se preparou para partir, o pai da moça disse: “Vamos comer! Espere até a tarde!” E os dois comeram juntos. 9 Então, quando o homem, sua concubina e seu servo levantaram-se para partir, o pai da moça, disse outra vez: “Veja, o dia está quase acabando, é quase noite; passe a noite aqui. Fique e alegre-se. Amanhã de madrugada vocês poderão levantar-se e ir para casa”. 10 Não desejando ficar outra noite, o homem partiu rumo a Jebus, isto é, Jerusalém, com dois jumentos selados e com a sua concubina. 11 Quando estavam perto de Jebus e já se findava o dia, o servo disse a seu senhor: “Venha. Vamos parar nesta cidade dos jebuseus e passar a noite aqui”. 12 O seu senhor respondeu: “Não. Não vamos entrar numa cidade estrangeira, cujo povo não é israelita. Iremos para Gibeá”. 13 E acrescentou: “Ande! Vamos tentar chegar a Gibeá ou a Ramá e passar a noite num desses lugares”. 14 Então prosseguiram, e o sol se pôs quando se aproximavam de Gibeá de Benjamim. 15 Ali entraram para passar a noite. Foram sentar-se na praça da cidade. E ninguém os convidou para passarem a noite em sua casa. 16 Naquela noite, um homem idoso procedente dos montes de Efraim e que estava morando em Gibeá (os homens do lugar eram benjamitas), voltava de seu trabalho no campo. 17 Quando viu o viajante na praça da cidade, o homem idoso perguntou: “Para onde você está indo? De onde vem?” 18 Ele respondeu: “Estamos de viagem, indo de Belém de Judá para uma região afastada, nos montes de Efraim, onde moro. Fui a Belém de Judá, e agora estou indo ao santuário doSENHOR. Mas aqui ninguém me recebeu em casa. 19 Temos palha e forragem para os nossos jumentos, e para nós mesmos, que somos seus servos, temos pão e vinho, para mim, para a sua serva e para o jovem que está conosco. Não temos falta de nada”. 20 “Você é bem-vindo em minha casa”, disse o homem idoso. “Vou atendê-lo no que você precisar. Não passe a noite na praça”. 21 E os levou para a sua casa e alimentou os jumentos. Depois de lavarem os pés, comeram e beberam alguma coisa. 22 Quando estavam entretidos, alguns vadios da cidade cercaram a casa. Esmurrando a porta, gritaram para o homem idoso, dono da casa: “Traga para fora o homem que entrou em sua casa para que tenhamos relações com ele!” 23 O dono da casa saiu e lhes disse: “Não sejam tão perversos, meus amigos. Já que esse homem é meu hóspede, não cometam essa loucura. 24 Vejam, aqui está minha filha virgem e a concubina do meu hóspede. Eu as trarei para vocês, e vocês poderão usá-las e fazer com elas o que quiserem. Mas, nada façam com esse homem, não cometam tal loucura!” 25 Mas os homens não quiseram ouvi-lo. Então o levita mandou a sua concubina para fora, e eles a violentaram e abusaram dela a noite toda. Ao alvorecer a deixaram. 26 Ao romper do dia a mulher voltou para a casa onde o seu senhor estava hospedado, caiu junto à porta e ali ficou até o dia clarear. 27 Quando o seu senhor se levantou de manhã, abriu a porta da casa e saiu para prosseguir viagem, lá estava a sua concubina, caída à entrada da casa, com as mãos na soleira da porta. 28 Ele lhe disse: “Levante-se, vamos!” Não houve resposta. Então o homem a pôs em seu jumento e foi para casa. 29 Quando chegou, apanhou uma faca e cortou o corpo da sua concubina em doze partes, e as enviou a todas as regiões de Israel. 30 Todos os que viram isso disseram: “Nunca se viu nem se fez uma coisa dessas desde o dia em que os israelitas saíram do Egito. Pensem! Reflitam! Digam o que se deve fazer!”
1 Então todos os israelitas, de Dã a Berseba, e de Gileade, saíram como um só homem e se reuniram em assembleia perante o SENHOR, em Mispá. 2 Os líderes de todo o povo das tribos de Israel tomaram seus lugares na assembleia do povo de Deus, quatrocentos mil soldados armados de espada. 3 (Os benjamitas souberam que os israelitas haviam subido a Mispá.) Os israelitas perguntaram: “Como aconteceu essa perversidade?” 4 Então o levita, marido da mulher assassinada, disse: “Eu e a minha concubina chegamos a Gibeá de Benjamim para passar a noite. 5 Durante a noite os homens de Gibeá vieram para atacar-me e cercaram a casa, com a intenção de matar-me. Então violentaram minha concubina, e ela morreu. 6 Peguei minha concubina, cortei-a em pedaços e enviei um pedaço a cada região da herança de Israel, pois eles cometeram essa perversidade e esse ato vergonhoso em Israel. 7 Agora, todos vocês, israelitas, manifestem-se e deem o seu veredicto”. 8 Todo o povo se levantou como se fosse um só homem, dizendo: “Nenhum de nós irá para casa. Nenhum de nós voltará para o seu lar. 9 Mas é isto que faremos agora contra Gibeá: separaremos, por sorteio, de todas as tribos de Israel, 10 de cada cem homens dez, de cada mil homens cem, de cada dez mil homens mil, para conseguirem provisões para o exército poder chegar a Gibeá de Benjamim e dar a eles o que merecem por esse ato vergonhoso cometido em Israel”. 11 E todos os israelitas se ajuntaram e se uniram como um só homem contra a cidade. 12 As tribos de Israel enviaram homens a toda a tribo de Benjamim, dizendo: “O que vocês dizem dessa maldade terrível que foi cometida no meio de vocês? 13 Agora, entreguem esses canalhas de Gibeá, para que os matemos e eliminemos esse mal de Israel”.Mas os benjamitas não quiseram ouvir seus irmãos israelitas. 14 Vindos de suas cidades, reuniram-se em Gibeá para lutar contra os israelitas. 15 Naquele dia, os benjamitas mobilizaram vinte e seis mil homens armados de espada que vieram das suas cidades, além dos setecentos melhores soldados que viviam em Gibeá. 16 Dentre todos esses soldados havia setecentos canhotos, muito hábeis, e cada um deles podia atirar com a funda uma pedra num cabelo sem errar. 17 Israel, sem os de Benjamim, convocou quatrocentos mil homens armados de espada, todos eles homens de guerra. 18 Os israelitas subiram a Betel e consultaram a Deus. “Quem de nós irá lutar primeiro contra os benjamitas?”, perguntaram.O SENHOR respondeu: “Judá irá primeiro”. 19 Na manhã seguinte, os israelitas se levantaram e armaram acampamento perto de Gibeá. 20 Os homens de Israel saíram para lutar contra os benjamitas e tomaram posição de combate contra eles em Gibeá. 21 Os benjamitas saíram de Gibeá e, naquele dia, mataram vinte e dois mil israelitas no campo de batalha. 22 Mas os homens de Israel procuraram animar-se uns aos outros e novamente ocuparam as mesmas posições do primeiro dia. 23 Os israelitas subiram, choraram perante o SENHOR até a tarde e consultaram o SENHOR: “Devemos atacar de novo os nossos irmãos benjamitas?”O SENHOR respondeu: “Vocês devem atacar”. 24 Então os israelitas avançaram contra os benjamitas no segundo dia. 25 Dessa vez, quando os benjamitas saíram de Gibeá para enfrentá-los, derrubaram outros dezoito mil israelitas, todos eles armados de espada. 26 Então todos os israelitas subiram a Betel, e ali se assentaram, chorando perante o SENHOR. Naquele dia, jejuaram até a tarde e apresentaram holocaustos e ofertas de comunhão ao SENHOR. 27 E os israelitas consultaram ao SENHOR. (Naqueles dias, a arca da aliança estava ali, 28 e Fineias, filho de Eleazar, filho de Arão, ministrava perante ela.) Perguntaram: “Sairemos de novo ou não, para lutar contra os nossos irmãos benjamitas?”O SENHOR respondeu: “Vão, pois amanhã eu os entregarei nas suas mãos”. 29 Então os israelitas armaram uma emboscada em torno de Gibeá. 30 Avançaram contra os benjamitas no terceiro dia e tomaram posição contra Gibeá, como tinham feito antes. 31 Os benjamitas saíram para enfrentá-los e foram atraídos para longe da cidade. Começaram a ferir alguns dos israelitas como tinham feito antes, e uns trinta homens foram mortos em campo aberto e nas estradas, uma que vai para Betel e a outra que vai para Gibeá. 32 Enquanto os benjamitas diziam: “Nós os derrotamos como antes”, os israelitas diziam: “Vamos retirar-nos e atraí-los para longe da cidade, para as estradas”. 33 Todos os homens de Israel saíram dos seus lugares e ocuparam posições em Baal-Tamar, e a emboscada israelita atacou da sua posição a oeste de Gibeá. 34 Então dez mil dos melhores soldados de Israel iniciaram um ataque frontal contra Gibeá. O combate foi duro, e os benjamitas não perceberam que a desgraça estava próxima deles. 35 O SENHOR derrotou Benjamim perante Israel, e naquele dia os israelitas feriram vinte e cinco mil e cem benjamitas, todos armados de espada. 36 Então os benjamitas viram que estavam derrotados.Os israelitas bateram em retirada diante de Benjamim, pois confiavam na emboscada que tinham preparado perto de Gibeá. 37 Os da emboscada avançaram repentinamente para dentro de Gibeá, espalharam-se e mataram todos os habitantes da cidade à espada. 38 Os israelitas tinham combinado com os da emboscada que estes fariam subir da cidade uma grande nuvem de fumaça, 39 e então os israelitas voltariam a combater.Os benjamitas tinham começado a ferir os israelitas, matando cerca de trinta deles, e disseram: “Nós os derrotamos como na primeira batalha”. 40 Mas, quando a coluna de fumaça começou a se levantar da cidade, os benjamitas se viraram e viram a fumaça subindo ao céu. 41 Então os israelitas se voltaram contra eles, e os homens de Benjamim ficaram apavorados, pois perceberam que a sua desgraça havia chegado. 42 Assim, fugiram da presença dos israelitas tomando o caminho do deserto, mas não conseguiram escapar do combate. E os homens de Israel que saíram das cidades os mataram ali. 43 Cercaram os benjamitas e os perseguiram, e facilmente os alcançaram nas proximidades de Gibeá, no lado leste. 44 Dezoito mil benjamitas morreram, todos eles soldados valentes. 45 Quando se viraram e fugiram rumo ao deserto, para a rocha de Rimom, os israelitas abateram cinco mil homens ao longo das estradas. Até Gidom eles pressionaram os benjamitas e mataram mais de dois mil homens. 46 Naquele dia, vinte e cinco mil benjamitas que portavam espada morreram, todos eles soldados valentes. 47 Seiscentos homens, porém, viraram as costas e fugiram para o deserto, para a rocha de Rimom, onde ficaram durante quatro meses. 48 Os israelitas voltaram a Benjamim e passaram todas as cidades à espada, matando inclusive os animais e tudo o que encontraram nelas. E incendiaram todas as cidades por onde passaram.
1 Os homens de Israel tinham feito este juramento em Mispá: “Nenhum de nós dará sua filha em casamento a um benjamita”. 2 O povo foi a Betel, onde esteve sentado perante Deus até a tarde, chorando alto e amargamente. 3 “Ó SENHOR Deus de Israel”, lamentaram, “por que aconteceu isso em Israel? Por que teria que faltar hoje uma tribo em Israel?” 4 Na manhã do dia seguinte, o povo se levantou cedo, construiu um altar e apresentou holocaustos e ofertas de comunhão. 5 Os israelitas perguntaram: “Quem dentre todas as tribos de Israel deixou de vir à assembleia perante o SENHOR?” Pois tinham feito um juramento solene de que qualquer que deixasse de se reunir perante o SENHOR em Mispá seria morto. 6 Os israelitas prantearam pelos seus irmãos benjamitas. “Hoje uma tribo foi eliminada de Israel”, diziam. 7 “Como poderemos conseguir mulheres para os sobreviventes, visto que juramos pelo SENHOR não lhes dar em casamento nenhuma de nossas filhas?” 8 Então perguntaram: “Qual das tribos de Israel deixou de reunir-se perante o SENHOR em Mispá?” Descobriu-se então que ninguém de Jabes-Gileade tinha vindo ao acampamento para a assembleia. 9 Quando contaram o povo, verificaram que ninguém do povo de Jabes-Gileade estava ali. 10 Então a comunidade enviou doze mil homens de guerra com instruções para irem a Jabes-Gileade e matarem à espada todos os que viviam lá, inclusive mulheres e crianças. 11 “É isto o que vocês deverão fazer”, disseram, “matem todos os homens e todas as mulheres que não forem virgens”. 12 No meio de todo o povo que vivia em Jabes-Gileade encontraram quatrocentas moças virgens e as levaram para o acampamento de Siló, em Canaã. 13 Depois a comunidade toda enviou uma oferta de comunhão aos benjamitas que estavam na rocha de Rimom. 14 Os benjamitas voltaram naquela ocasião e receberam as mulheres de Jabes-Gileade que tinham sido poupadas. Mas não havia mulheres suficientes para todos eles. 15 O povo pranteou Benjamim, pois o SENHOR tinha aberto uma lacuna nas tribos de Israel. 16 E os líderes da comunidade disseram: “Mortas as mulheres de Benjamim, como conseguiremos mulheres para os homens que restaram? 17 Os benjamitas sobreviventes precisam ter herdeiros, para que uma tribo de Israel não seja destruída. 18 Não podemos dar-lhes nossas filhas em casamento, pois nós, israelitas, fizemos este juramento: Maldito seja todo aquele que der mulher a um benjamita. 19 Há, porém, a festa anual do SENHOR em Siló, ao norte de Betel, a leste da estrada que vai de Betel a Siquém, e ao sul de Lebona”. 20 Então mandaram para lá os benjamitas, dizendo: “Vão, escondam-se nas vinhas 21 e fiquem observando. Quando as moças de Siló forem para as danças, saiam correndo das vinhas e cada um de vocês apodere-se de uma das moças de Siló e vá para a terra de Benjamim. 22 Quando os pais ou irmãos delas se queixarem a nós, diremos: Tenham misericórdia deles, pois não conseguimos mulheres para eles durante a guerra, e vocês são inocentes, visto que não lhes deram suas filhas”. 23 Foi o que os benjamitas fizeram. Quando as moças estavam dançando, cada homem tomou uma para fazer dela sua mulher. Depois voltaram para a sua herança, reconstruíram as cidades e se estabeleceram nelas. 24 Na mesma ocasião os israelitas saíram daquele local e voltaram para as suas tribos e para os seus clãs, cada um para a sua própria herança. 25 Naquela época, não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo.
1 Na época dos juízes houve fome na terra. Um homem de Belém de Judá, com a mulher e os dois filhos, foi viver por algum tempo nas terras de Moabe. 2 O homem chamava-se Elimeleque; sua mulher, Noemi; e seus dois filhos, Malom e Quiliom. Eram efrateus de Belém de Judá. Chegaram a Moabe, e lá ficaram. 3 Morreu Elimeleque, marido de Noemi, e ela ficou sozinha, com seus dois filhos. 4 Eles se casaram com mulheres moabitas, uma chamada Orfa e a outra Rute. Depois de terem morado lá por quase dez anos, 5 morreram também Malom e Quiliom, e Noemi ficou sozinha, sem os seus dois filhos e sem o seu marido. 6 Quando Noemi soube em Moabe que o SENHOR viera em auxílio do seu povo, dando-lhe alimento, decidiu voltar com suas duas noras para a sua terra. 7 Assim, ela, com as duas noras, partiu do lugar onde tinha morado.Enquanto voltavam para a terra de Judá, 8 disse-lhes Noemi: “Vão! Retornem para a casa de suas mães! Que o SENHOR seja leal com vocês, como vocês foram leais com os falecidos e comigo. 9 O SENHOR conceda que cada uma de vocês encontre segurança no lar doutro marido”.Então deu-lhes beijos de despedida. Mas elas começaram a chorar alto 10 e lhe disseram:“Não! Voltaremos com você para junto de seu povo!” 11 Disse, porém, Noemi: “Voltem, minhas filhas! Por que viriam comigo? Poderia eu ainda ter filhos, que viessem a ser seus maridos? 12 Voltem, minhas filhas! Vão! Estou velha demais para ter outro marido. E mesmo que eu pensasse que ainda há esperança para mim—ainda que eu me casasse esta noite e depois desse à luz filhos, 13 iriam vocês esperar até que eles crescessem? Ficariam sem se casar à espera deles? De jeito nenhum, minhas filhas! Para mim é mais amargo do que para vocês, pois a mão do SENHOR voltou-se contra mim!” 14 Elas, então, começaram a chorar alto de novo. Depois Orfa deu um beijo de despedida em sua sogra, mas Rute ficou com ela. 15 Então Noemi a aconselhou: “Veja, sua concunhada está voltando para o seu povo e para o seu deus. Volte com ela!” 16 Rute, porém, respondeu:“Não insistas comigo que te deixe e que não mais te acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus! 17 Onde morreres morrerei, e ali serei sepultada. Que o SENHOR me castigue com todo o rigor se outra coisa que não a morte me separar de ti!” 18 Quando Noemi viu que Rute estava de fato decidida a acompanhá-la, não insistiu mais. 19 Prosseguiram, pois, as duas até Belém. Ali chegando, todo o povoado ficou alvoroçado por causa delas. “Será que é Noemi?”, perguntavam as mulheres. 20 Mas ela respondeu:“Não me chamem Noemi, melhor que me chamem de Mara, pois o Todo-poderoso tornou minha vida muito amarga! 21 De mãos cheias eu parti, mas de mãos vazias o SENHOR me trouxe de volta. Por que me chamam Noemi? O SENHOR colocou-se contra mim! O Todo-poderoso me trouxe desgraça!” 22 Foi assim que Noemi voltou das terras de Moabe, com sua nora Rute, a moabita. Elas chegaram a Belém no início da colheita da cevada.
1 Noemi tinha um parente por parte do marido. Era um homem rico e influente, pertencia ao clã de Elimeleque e chamava-se Boaz. 2 Rute, a moabita, disse a Noemi: “Vou recolher espigas no campo daquele que me permitir”.“Vá, minha filha”, respondeu-lhe Noemi. 3 Então ela foi e começou a recolher espigas atrás dos ceifeiros. Casualmente entrou justo na parte da plantação que pertencia a Boaz, que era do clã de Elimeleque. 4 Naquele exato momento, Boaz chegou de Belém e saudou os ceifeiros: “O SENHOR esteja com vocês!”Eles responderam: “O SENHOR te abençoe!” 5 Boaz perguntou ao capataz dos ceifeiros: “A quem pertence aquela moça?” 6 O capataz respondeu: “É uma moabita que voltou de Moabe com Noemi. 7 Ela me pediu que a deixasse recolher e juntar espigas entre os feixes, após os ceifeiros. Ela chegou cedo e está em pé até agora. Só sentou-se um pouco no abrigo”. 8 Disse então Boaz a Rute: “Ouça bem, minha filha, não vá colher noutra lavoura, nem se afaste daqui. Fique com minhas servas. 9 Preste atenção onde os homens estão ceifando, e vá atrás das moças que vão colher. Darei ordem aos rapazes para que não toquem em você. Quando tiver sede, beba da água dos potes que os rapazes encheram”. 10 Ela inclinou-se e, prostrada com o rosto em terra, exclamou: “Por que achei favor a seus olhos, ao ponto de o senhor se importar comigo, uma estrangeira?” 11 Boaz respondeu: “Contaram-me tudo o que você tem feito por sua sogra, depois que você perdeu o seu marido: como deixou seu pai, sua mãe e sua terra natal para viver com um povo que você não conhecia bem. 12 O SENHOR retribua a você o que você tem feito! Que seja ricamente recompensada pelo SENHOR, o Deus de Israel, sob cujas asas você veio buscar refúgio!” 13 E disse ela: “Continue eu a ser bem acolhida, meu senhor! O senhor me deu ânimo e encorajou sua serva—e eu sequer sou uma de suas servas!” 14 Na hora da refeição, Boaz lhe disse: “Venha cá! Pegue um pedaço de pão e molhe-o no vinagre”.Quando ela se sentou junto aos ceifeiros, Boaz lhe ofereceu grãos tostados. Ela comeu até ficar satisfeita e ainda sobrou. 15 Quando ela se levantou para recolher espigas, Boaz deu estas ordens a seus servos: “Mesmo que ela recolha entre os feixes, não a repreendam! 16 Ao contrário, quando estiverem colhendo, tirem para ela algumas espigas dos feixes e deixem-nas cair para que ela as recolha, e não a impeçam”. 17 E assim Rute colheu na lavoura até o entardecer. Depois debulhou o que tinha ajuntado: quase uma arroba de cevada. 18 Carregou-a para o povoado, e sua sogra viu quanto Rute havia recolhido quando ela lhe ofereceu o que havia sobrado da refeição. 19 A sogra lhe perguntou: “Onde você colheu hoje? Onde trabalhou? Bendito seja aquele que se importou com você!”Então Rute contou à sogra com quem tinha trabalhado: “O nome do homem com quem trabalhei hoje é Boaz”. 20 E Noemi exclamou: “Seja ele abençoado pelo SENHOR, que não deixa de ser leal e bondoso com os vivos e com os mortos!” E acrescentou: “Aquele homem é nosso parente; é um de nossos resgatadores!” 21 E Rute, a moabita, continuou: “Pois ele mesmo me disse também: ‘Fique com os meus ceifeiros até que terminem toda a minha colheita’.” 22 Então Noemi aconselhou à sua nora Rute: “É melhor mesmo você ir com as servas dele, minha filha. Noutra lavoura poderiam molestá-la”. 23 Assim Rute ficou com as servas de Boaz para recolher espigas, até acabarem as colheitas de cevada e de trigo. E continuou morando com a sua sogra.
1 Certo dia, Noemi, sua sogra, lhe disse: “Minha filha, tenho que procurar um lar seguro, para a sua felicidade. 2 Boaz, senhor das servas com quem você esteve, é nosso parente próximo. Esta noite ele estará limpando cevada na eira. 3 Lave-se, perfume-se, vista sua melhor roupa e desça para a eira. Mas não deixe que ele perceba você até que tenha comido e bebido. 4 Quando ele for dormir, note bem o lugar em que ele se deitar. Então vá, descubra os pés dele e deite-se. Ele dirá a você o que fazer”. 5 Respondeu Rute: “Farei tudo o que você está me dizendo”. 6 Então ela desceu para a eira e fez tudo o que a sua sogra lhe tinha recomendado. 7 Quando Boaz terminou de comer e beber, ficou alegre e foi deitar-se perto do monte de grãos. Rute aproximou-se sem ser notada, descobriu os pés dele e deitou-se. 8 No meio da noite, o homem acordou de repente. Ele se virou e assustou-se ao ver uma mulher deitada a seus pés. 9 “Quem é você?”, perguntou ele.“Sou sua serva Rute”, disse ela. “Estenda a sua capa sobre a sua serva, pois o senhor é resgatador”. 10 Boaz lhe respondeu: “O SENHOR a abençoe, minha filha! Este seu gesto de bondade é ainda maior do que o primeiro, pois você poderia ter ido atrás dos mais jovens, ricos ou pobres! 11 Agora, minha filha, não tenha medo; farei por você tudo o que me pedir. Todos os meus concidadãos sabem que você é mulher virtuosa. 12 É verdade que sou resgatador, mas há um outro que é parente mais próximo do que eu. 13 Passe a noite aqui. De manhã veremos: se ele quiser resgatá-la, muito bem, que resgate. Se não quiser, juro pelo nome do SENHOR que eu a resgatarei. Deite-se aqui até de manhã”. 14 Ela ficou deitada aos pés dele até de manhã, mas levantou-se antes de clarear para não ser reconhecida.Boaz pensou: “Ninguém deve saber que esta mulher esteve na eira”. 15 Por isso disse: “Traga-me o manto que você está usando e segure-o”. Ela o segurou, e o homem despejou nele seis medidas de cevada e o pôs sobre os ombros dela. Depois ele voltou para a cidade. 16 Quando Rute voltou à sua sogra, esta lhe perguntou: “Como foi, minha filha?”Rute lhe contou tudo o que Boaz lhe tinha feito, 17 e acrescentou: “Ele me deu estas seis medidas de cevada, dizendo: ‘Não volte para a sua sogra de mãos vazias’.” 18 Disse então Noemi: “Agora espere, minha filha, até saber o que acontecerá. Sem dúvida aquele homem não descansará enquanto não resolver esta questão hoje mesmo”.
1 Enquanto isso, Boaz subiu à porta da cidade e sentou-se, exatamente quando o resgatador que ele havia mencionado estava passando por ali. Boaz o chamou e disse: “Meu amigo, venha cá e sente-se”. Ele foi e sentou-se. 2 Boaz reuniu dez líderes da cidade e disse: “Sentem-se aqui”. E eles se sentaram. 3 Depois disse ao resgatador: “Noemi, que voltou de Moabe, está vendendo o pedaço de terra que pertencia ao nosso irmão Elimeleque. 4 Pensei que devia apresentar a você o assunto, na presença dos líderes do povo, e sugerir a você que adquira o terreno. Se quiser resgatar esta propriedade, resgate-a. Se não, diga-me, para que eu o saiba. Pois ninguém tem esse direito, a não ser você; e depois eu”.“Eu a resgatarei”, respondeu ele. 5 Boaz, porém, lhe disse: “No dia em que você adquirir as terras de Noemi e da moabita Rute, estará adquirindo também a viúva do falecido, para manter o nome dele em sua herança”. 6 Diante disso, o resgatador respondeu: “Nesse caso não poderei resgatá-la, pois poria em risco a minha propriedade. Resgate-a você mesmo. Eu não poderei fazê-lo!” 7 (Antigamente, em Israel, para que o resgate e a transferência de propriedade fossem válidos, a pessoa tirava a sandália e a dava ao outro. Assim oficializavam os negócios em Israel.) 8 Quando, pois, o resgatador disse a Boaz: “Adquira-a você mesmo!”, tirou a sandália. 9 Então Boaz anunciou aos líderes e a todo o povo ali presente: “Vocês hoje são testemunhas de que estou adquirindo de Noemi toda a propriedade de Elimeleque, de Quiliom e de Malom. 10 Também estou adquirindo o direito de ter como mulher a moabita Rute, viúva de Malom, para manter o nome do falecido sobre a sua herança e para que o seu nome não desapareça do meio da sua família ou dos registros da cidade. Vocês hoje são testemunhas disso!” 11 Os líderes e todos os que estavam na porta confirmaram: “Somos testemunhas! Faça o SENHOR com essa mulher que está entrando em sua família como fez com Raquel e Lia, que, juntas, formaram as tribos de Israel. Seja poderoso em Efrata e ganhe fama em Belém! 12 E com os filhos que o SENHOR conceder a você dessa jovem, seja a sua família como a de Perez, que Tamar deu a Judá!” 13 Boaz casou-se com Rute, e ela se tornou sua mulher. Boaz a possuiu e o SENHOR concedeu que ela engravidasse dele e desse à luz um filho. 14 As mulheres disseram a Noemi: “Louvado seja o SENHOR, que hoje não a deixou sem resgatador! Que o seu nome seja celebrado em Israel! 15 O menino dará a você nova vida e a sustentará na velhice, pois é filho da sua nora, que a ama e que é melhor do que sete filhos para você!” 16 Noemi pôs o menino no colo e passou a cuidar dele. 17 As mulheres da vizinhança celebraram o seu nome e disseram: “Noemi tem um filho!”, e lhe deram o nome de Obede. Este foi o pai de Jessé, pai de Davi. 18 Esta é a história dos antepassados de Davi, desde Perez:Perez gerou Hezrom; 19 Hezrom gerou Rão;Rão gerou Aminadabe; 20 Aminadabe gerou Naassom;Naassom gerou Salmom; 21 Salmom gerou Boaz;Boaz gerou Obede; 22 Obede gerou Jessé;e Jessé gerou Davi.
1 Havia certo homem de Ramataim, zufita, dos montes de Efraim, chamado Elcana, filho de Jeroão, neto de Eliú e bisneto de Toú, filho do efraimita Zufe. 2 Ele tinha duas mulheres: uma se chamava Ana e a outra Penina. Penina tinha filhos; Ana, porém, não tinha. 3 Todos os anos esse homem subia de sua cidade a Siló para adorar e sacrificar ao SENHOR dos Exércitos. Lá, Hofni e Fineias, os dois filhos de Eli, eram sacerdotes do SENHOR. 4 No dia em que Elcana oferecia sacrifícios, dava porções à sua mulher Penina e a todos os filhos e filhas dela. 5 Mas a Ana dava uma porção dupla, porque a amava, apesar de o SENHOR tê-la deixado estéril. 6 E porque o SENHOR a tinha deixado estéril, sua rival a provocava continuamente, a fim de irritá-la. 7 Isso acontecia ano após ano. Sempre que Ana subia à casa do SENHOR, sua rival a provocava, e ela chorava e não comia. 8 Elcana, seu marido, lhe perguntava: “Ana, por que você está chorando? Por que não come? Por que está triste? Será que eu não sou melhor para você do que dez filhos?” 9 Certa vez quando terminou de comer e beber em Siló, estando o sacerdote Eli sentado numa cadeira junto à entrada do santuário do SENHOR, Ana se levantou 10 e, com a alma amargurada, chorou muito e orou ao SENHOR. 11 E fez um voto, dizendo: “Ó SENHOR dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao SENHOR por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados”. 12 Enquanto ela continuava a orar diante do SENHOR, Eli observava sua boca. 13 Como Ana orava silenciosamente, seus lábios se mexiam, mas não se ouvia sua voz. Então Eli pensou que ela estivesse embriagada 14 e lhe disse: “Até quando você continuará embriagada? Abandone o vinho!” 15 Ana respondeu: “Não se trata disso, meu senhor. Sou uma mulher muito angustiada. Não bebi vinho nem bebida fermentada; eu estava derramando minha alma diante do SENHOR. 16 Não julgues tua serva uma mulher vadia; estou orando aqui até agora por causa de minha grande angústia e tristeza”. 17 Eli respondeu: “Vá em paz, e que o Deus de Israel conceda a você o que pediu”. 18 Ela disse: “Espero que sejas benevolente para com tua serva!” Então ela seguiu seu caminho, comeu, e seu rosto já não estava mais abatido. 19 Na manhã seguinte, eles se levantaram e adoraram o SENHOR; então voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve relações com sua mulher Ana, e o SENHOR se lembrou dela. 20 Assim Ana engravidou e, no devido tempo, deu à luz um filho. E deu-lhe o nome de Samuel, dizendo: “Eu o pedi ao SENHOR”. 21 Quando no ano seguinte Elcana subiu com toda a família para oferecer o sacrifício anual ao SENHOR e para cumprir o seu voto, 22 Ana não foi e disse a seu marido: “Depois que o menino for desmamado, eu o levarei e o apresentarei ao SENHOR, e ele morará ali para sempre”. 23 Disse Elcana, seu marido: “Faça o que parecer melhor a você. Fique aqui até desmamá-lo; que o SENHOR apenas confirme a palavra dele!” Então ela ficou em casa e criou seu filho até que o desmamou. 24 Depois de desmamá-lo, levou o menino, ainda pequeno, à casa do SENHOR, em Siló, com um novilho de três anos de idade, uma arroba de farinha e uma vasilha de couro cheia de vinho. 25 Eles sacrificaram o novilho e levaram o menino a Eli, 26 e ela lhe disse: “Meu senhor, juro por tua vida que eu sou a mulher que esteve aqui a teu lado, orando ao SENHOR. 27 Era este menino que eu pedia, e o SENHOR concedeu-me o pedido. 28 Por isso, agora, eu o dedico ao SENHOR. Por toda a sua vida será dedicado ao SENHOR”. E ali adorou o SENHOR.
1 Então Ana orou assim:“Meu coração exulta no SENHOR;no SENHOR minha força é exaltada.Minha boca se exalta sobre os meus inimigos,pois me alegro em tua libertação. 2 “Não há ninguém santo como o SENHOR;não há outro além de ti;não há rocha alguma como o nosso Deus. 3 “Não falem tão orgulhosamente,nem saia de sua boca tal arrogância,pois o SENHOR é Deus sábio;é ele quem julga os atos dos homens. 4 “O arco dos fortes é quebrado,mas os fracos são revestidos de força. 5 Os que tinham muito agora trabalham por comida,mas os que estavam famintos agora não passam fome.A que era estéril deu à luz sete filhos,mas a que tinha muitos filhos ficou sem vigor. 6 “O SENHOR mata e preserva a vida;ele faz descer à sepultura e dela resgata. 7 O SENHOR é quem dá pobreza e riqueza;ele humilha e exalta. 8 Levanta do pó o necessitadoe do monte de cinzas ergue o pobre;ele os faz sentar-se com príncipese lhes dá lugar de honra.“Pois os alicerces da terra são do SENHOR;sobre eles estabeleceu o mundo. 9 Ele guardará os pés dos seus santos,mas os ímpios serão silenciados nas trevas,“pois não é pela força que o homem prevalece. 10 Aqueles que se opõem ao SENHOR serão despedaçados.Ele trovejará do céu contra eles;o SENHOR julgará até os confins da terra.“Ele dará poder a seu reie exaltará a força do seu ungido”. 11 Então Elcana voltou para casa em Ramá, mas o menino começou a servir o SENHOR sob a direção do sacerdote Eli. 12 Os filhos de Eli eram ímpios; não se importavam com o SENHOR 13 nem cumpriam os deveres de sacerdotes para com o povo; sempre que alguém oferecia um sacrifício, o auxiliar do sacerdote vinha com um garfo de três dentes, 14 e, enquanto a carne estava cozinhando, ele enfiava o garfo na panela, ou travessa, ou caldeirão, ou caçarola, e o sacerdote pegava para si tudo o que vinha no garfo. Assim faziam com todos os israelitas que iam a Siló. 15 Mas, antes mesmo de queimarem a gordura, vinha o auxiliar do sacerdote e dizia ao homem que estava oferecendo o sacrifício: “Dê um pedaço desta carne para o sacerdote assar; ele não aceitará de você carne cozida, somente crua”. 16 Se o homem lhe dissesse: “Deixe primeiro a gordura se queimar e então pegue o que quiser”, o auxiliar respondia: “Não. Entregue a carne agora. Se não, eu a tomarei à força”. 17 O pecado desses jovens era muito grande à vista do SENHOR, pois eles estavam tratando com desprezo a oferta do SENHOR. 18 Samuel, contudo, ainda menino, ministrava perante o SENHOR, vestindo uma túnica de linho. 19 Todos os anos sua mãe fazia uma pequena túnica e a levava para ele, quando subia a Siló com o marido para oferecer o sacrifício anual. 20 Eli abençoava Elcana e sua mulher, dizendo: “O SENHOR dê a você filhos desta mulher no lugar daquele por quem ela pediu e dedicou ao SENHOR”. Então voltavam para casa. 21 O SENHOR foi bondoso com Ana; ela engravidou e deu à luz três filhos e duas filhas. Enquanto isso, o menino Samuel crescia na presença do SENHOR. 22 Eli, já bem idoso, ficou sabendo de tudo o que seus filhos faziam a todo o Israel e que eles se deitavam com as mulheres que serviam junto à entrada da Tenda do Encontro. 23 Por isso lhes perguntou: “Por que vocês fazem estas coisas? De todo o povo ouço a respeito do mal que vocês fazem. 24 Não, meus filhos; não é bom o que escuto se espalhando no meio do povo do SENHOR. 25 Se um homem pecar contra outro homem, os juízes poderão intervir em seu favor; mas, se pecar contra o SENHOR, quem intercederá por ele?” Seus filhos, contudo, não deram atenção à repreensão de seu pai, pois o SENHOR queria matá-los. 26 E o menino Samuel continuava a crescer, sendo cada vez mais estimado pelo SENHOR e pelo povo. 27 E veio um homem de Deus a Eli e lhe disse: “Assim diz o SENHOR: ‘Acaso não me revelei claramente à família de seu pai, quando eles estavam no Egito, sob o domínio do faraó? 28 Escolhi seu pai dentre todas as tribos de Israel para ser o meu sacerdote, subir ao meu altar, queimar incenso e usar um colete sacerdotal na minha presença. Também dei à família de seu pai todas as ofertas preparadas no fogo pelos israelitas. 29 Por que vocês zombam de meu sacrifício e da oferta que determinei para a minha habitação? Por que você honra seus filhos mais do que a mim, deixando-os engordar com as melhores partes de todas as ofertas feitas por Israel, o meu povo?’ 30 “Portanto, o SENHOR, o Deus de Israel, declara: ‘Prometi à sua família e à linhagem de seu pai que ministrariam diante de mim para sempre’. Mas agora o SENHOR declara: ‘Longe de mim tal coisa! Honrarei aqueles que me honram, mas aqueles que me desprezam serão tratados com desprezo. 31 É chegada a hora em que eliminarei a sua força e a força da família de seu pai, e não haverá mais nenhum idoso na sua família, 32 e você verá aflição na minha habitação. Embora Israel prospere, na sua família ninguém alcançará idade avançada. 33 E todo descendente seu que eu não eliminar de meu altar será poupado apenas para consumir os seus olhos com lágrimas e para entristecer o seu coração, e todos os seus descendentes morrerão no vigor da vida. 34 “ ‘E o que acontecer a seus dois filhos, Hofni e Fineias, será um sinal para você: os dois morrerão no mesmo dia. 35 Levantarei para mim um sacerdote fiel, que agirá de acordo com o meu coração e o meu pensamento. Edificarei firmemente a família dele, e ele ministrará sempre perante o meu rei ungido. 36 Então todo o que restar da sua família virá e se prostrará perante ele, para obter uma moeda de prata e um pedaço de pão. E lhe implorará que o ponha em alguma função sacerdotal, para ter o que comer’.”