1 Naquele dia, Débora e Baraque, filho de Abinoão, entoaram este cântico: 2 “Consagrem-se para a guerra os chefes de Israel.Voluntariamente o povo se apresenta.Louvem o SENHOR! 3 “Ouçam, ó reis! Governantes, escutem!Cantarei aoSENHOR, cantarei;comporei músicas aoSENHOR, o Deus de Israel. 4 “Ó SENHOR, quando saíste de Seir,quando marchaste desde os campos de Edom,a terra estremeceu, os céus gotejaram,as nuvens despejaram água! 5 Os montes tremeram perante o SENHOR, o Deus do Sinai,perante o SENHOR, o Deus de Israel. 6 “Nos dias de Sangar, filho de Anate,nos dias de Jael, as estradas estavam desertas;os que viajavam seguiam caminhos tortuosos. 7 Já tinham desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido,até que eu, Débora, me levantei;levantou-se uma mãe em Israel. 8 Quando escolheram novos deuses,a guerra chegou às portas,e não se via um só escudo ou lançaentre quarenta mil de Israel. 9 Meu coração está com os comandantes de Israel,com os voluntários dentre o povo.Louvem o SENHOR! 10 “Vocês, que cavalgam em brancos jumentos,que se assentam em ricos tapetes,que caminham pela estrada,considerem! 11 Mais alto que a voz dos que distribuem água junto aos bebedouros,recitem-se os justos feitos do SENHOR,os justos feitos em favor dos camponeses de Israel.“Então o povo dodesceu às portas. 12 ‘Desperte, Débora! Desperte!Desperte, desperte, irrompa em cânticos!Levante-se, Baraque!Leve presos os seus prisioneiros, ó filho de Abinoão!’ 13 “Então desceram os restantes e foram aos nobres;o povo do SENHOR veio a mim contra os poderosos. 14 Alguns vieram de Efraim, das raízes de Amaleque;Benjamim estava com o povo que seguiu você.De Maquir desceram comandantes;de Zebulom, os que levam a vara de oficial. 15 Os líderes de Issacar estavam com Débora;sim, Issacar também estava com Baraque,apressando-se após ele até o vale.Nas divisões de Rúbenhouve muita inquietação. 16 Por que vocês permaneceram entre as fogueirasa ouvir o balido dos rebanhos?Nas divisões de Rúbenhouve muita indecisão. 17 Gileade permaneceu do outro lado do Jordão.E Dã, por que se deteve junto aos navios?Aser permaneceu no litorale em suas enseadas ficou. 18 O povo de Zebulom arriscou a vida,como o fez Naftali nas altas regiões do campo. 19 “Vieram reis e lutaram.Os reis de Canaã lutaramem Taanaque, junto às águas de Megido,mas não levaram prata alguma, despojo algum. 20 Desde o céu lutaram as estrelas,desde as suas órbitas lutaram contra Sísera. 21 O rio Quisom os levou,o antigo rio, o rio Quisom.Avante, minh'alma! Seja forte! 22 Os cascos dos cavalos faziam tremer o chão;galopavam, galopavam os seus poderosos cavalos. 23 ‘Amaldiçoem Meroz’, disse o anjo do SENHOR.‘Amaldiçoem o seu povo,pois não vieram ajudar o SENHOR,ajudar o SENHOR contra os poderosos’. 24 “Que Jael seja a mais bendita das mulheres,Jael, mulher de Héber, o queneu!Seja ela bendita entre as mulheres que habitam em tendas! 25 Ele pediu água, e ela lhe deu leite;numa tigela digna de príncipes trouxe-lhe coalhada. 26 Ela estendeu a mão e apanhou a estaca da tenda;e com a mão direita o martelo do trabalhador.Golpeou Sísera, esmigalhou sua cabeça,esmagou e traspassou suas têmporas. 27 Aos seus pés ele se curvou,caiu e ali ficou prostrado.Aos seus pés ele se curvou e caiu;onde caiu, ali ficou. Morto! 28 “Pela janela olhava a mãe de Sísera;atrás da grade ela exclamava:‘Por que o seu carro se demora tanto?Por que custa a chegar o ruído de seus carros?’ 29 As mais sábias de suas damas respondiam,e ela continuava falando consigo mesma: 30 ‘Estarão achando e repartindo os despojos?Uma ou duas moças para cada homem,roupas coloridas como despojo para Sísera,roupas coloridas e bordadas,tecidos bordados para o meu pescoço,tudo isso como despojo?’ 31 “Assim pereçam todos os teus inimigos, ó SENHOR!Mas os que te amam sejam como o solquando se levanta na sua força”.E a terra teve paz durante quarenta anos.
1 De novo os israelitas fizeram o que o SENHOR reprova, e durante sete anos ele os entregou nas mãos dos midianitas. 2 Os midianitas dominaram Israel; por isso os israelitas fizeram para si esconderijos nas montanhas, nas cavernas e nas fortalezas. 3 Sempre que os israelitas faziam as suas plantações, os midianitas, os amalequitas e outros povos da região a leste deles as invadiam. 4 Acampavam na terra e destruíam as plantações ao longo de todo o caminho, até Gaza, e não deixavam nada vivo em Israel, nem ovelhas nem gado nem jumentos. 5 Eles subiam trazendo os seus animais e suas tendas, e vinham como enxames de gafanhotos; era impossível contar os homens e os seus camelos. Invadiam a terra para devastá-la. 6 Por causa de Midiã, Israel empobreceu tanto que os israelitas clamaram por socorro ao SENHOR. 7 Quando os israelitas clamaram ao SENHOR por causa de Midiã, 8 ele lhes enviou um profeta, que disse: “Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: ‘Tirei vocês do Egito, da terra da escravidão. 9 Eu os livrei do poder do Egito e das mãos de todos os seus opressores. Expulsei-os e dei a vocês a terra deles. 10 E também disse a vocês: Eu sou o SENHOR, o seu Deus; não adorem os deuses dos amorreus, em cuja terra vivem, mas vocês não me deram ouvidos’.” 11 Então o Anjo do SENHOR veio e sentou-se sob a grande árvore de Ofra, que pertencia ao abiezrita Joás. Gideão, filho de Joás, estava malhando o trigo num tanque de prensar uvas, para escondê-lo dos midianitas. 12 Então o Anjo do SENHOR apareceu a Gideão e lhe disse: “O SENHOR está com você, poderoso guerreiro”. 13 “Ah, Senhor”, Gideão respondeu, “se o SENHOR está conosco, por que aconteceu tudo isso? Onde estão todas as suas maravilhas que os nossos pais nos contam quando dizem: ‘Não foi o SENHOR que nos tirou do Egito?’ Mas agora o SENHOR nos abandonou e nos entregou nas mãos de Midiã”. 14 O SENHOR se voltou para ele e disse: “Com a força que você tem, vá libertar Israel das mãos de Midiã. Não sou eu quem o está enviando?” 15 “Ah, Senhor”, respondeu Gideão, “como posso libertar Israel? Meu clã é o menos importante de Manassés, e eu sou o menor da minha família”. 16 “Eu estarei com você”, respondeu o SENHOR, “e você derrotará todos os midianitas como se fossem um só homem”. 17 E Gideão prosseguiu: “Se de fato posso contar com o teu favor, dá-me um sinal de que és tu que estás falando comigo. 18 Peço-te que não vás embora até que eu volte e traga minha oferta e a coloque diante de ti”.E o SENHOR respondeu: “Esperarei até você voltar”. 19 Gideão foi para casa, preparou um cabrito e com uma arroba de farinha fez pães sem fermento. Pôs a carne num cesto e o caldo numa panela, trouxe-os para fora e ofereceu-os a ele sob a grande árvore. 20 E o Anjo de Deus lhe disse: “Apanhe a carne e os pães sem fermento, ponha-os sobre esta rocha e derrame o caldo”. Gideão assim o fez. 21 Com a ponta do cajado que estava em sua mão, o Anjo do SENHOR tocou a carne e os pães sem fermento. Fogo subiu da rocha, consumindo a carne e os pães. E o Anjo do SENHOR desapareceu. 22 Quando Gideão viu que era o Anjo do SENHOR, exclamou: “Ah, SENHOR Soberano! Vi o Anjo do SENHOR face a face!” 23 Disse-lhe, porém, o SENHOR: “Paz seja com você! Não tenha medo. Você não morrerá”. 24 Gideão construiu ali um altar em honra ao SENHOR e lhe deu este nome: O SENHOR é Paz. Até hoje o altar está em Ofra dos abiezritas. 25 Naquela mesma noite, o SENHOR lhe disse: “Separe o segundo novilho do rebanho de seu pai, aquele de sete anos de idade. Despedace o altar de Baal, que pertence a seu pai, e corte o poste sagrado de Aserá que está ao lado do altar. 26 Depois faça um altar para o SENHOR, o seu Deus, no topo desta elevação. Ofereça o segundo novilho em holocausto com a madeira do poste sagrado que você irá cortar”. 27 Assim Gideão chamou dez dos seus servos e fez como o SENHOR lhe ordenara. Mas, com medo da sua família e dos homens da cidade, fez tudo de noite, e não durante o dia. 28 De manhã, quando os homens da cidade se levantaram, lá estava demolido o altar de Baal, com o poste sagrado ao seu lado, cortado, e com o segundo novilho sacrificado no altar recém-construído! 29 Perguntaram uns aos outros: “Quem fez isso?”Depois de investigar, concluíram: “Foi Gideão, filho de Joás”. 30 Os homens da cidade disseram a Joás: “Traga seu filho para fora. Ele deve morrer, pois derrubou o altar de Baal e quebrou o poste sagrado que ficava ao seu lado”. 31 Joás, porém, respondeu à multidão hostil que o cercava: “Vocês vão defender a causa de Baal? Estão tentando salvá-lo? Quem lutar por ele será morto pela manhã! Se Baal fosse realmente um deus, poderia defender-se quando derrubaram o seu altar”. 32 Por isso naquele dia chamaram Gideão de “Jerubaal”, dizendo: “Que Baal dispute com ele, pois derrubou o seu altar”. 33 Nesse meio tempo, todos os midianitas, amalequitas e outros povos que vinham do leste uniram os seus exércitos, atravessaram o Jordão e acamparam no vale de Jezreel. 34 Então o Espírito do SENHOR apoderou-se de Gideão, e ele, com toque de trombeta, convocou os abiezritas para segui-lo. 35 Enviou mensageiros a todo o Manassés, chamando-o às armas, e também a Aser, a Zebulom e a Naftali, que também subiram ao seu encontro. 36 E Gideão disse a Deus: “Quero saber se vais libertar Israel por meu intermédio, como prometeste. 37 Vê, colocarei uma porção de lã na eira. Se o orvalho molhar apenas a lã e todo o chão estiver seco, saberei que tu libertarás Israel por meu intermédio, como prometeste”. 38 E assim aconteceu. Gideão levantou-se bem cedo no dia seguinte, torceu a lã e encheu uma tigela de água do orvalho. 39 Disse ainda Gideão a Deus: “Não se acenda a tua ira contra mim. Deixa-me fazer só mais um pedido. Permite-me fazer mais um teste com a lã. Desta vez faze ficar seca a lã e o chão coberto de orvalho”. 40 E Deus assim fez naquela noite. Somente a lã estava seca; o chão estava todo coberto de orvalho.
1 De madrugada Jerubaal, isto é, Gideão, e todo o seu exército acampou junto à fonte de Harode. O acampamento de Midiã estava ao norte deles, no vale, perto do monte Moré. 2 E o SENHOR disse a Gideão: “Você tem gente demais, para eu entregar Midiã nas suas mãos. A fim de que Israel não se orgulhe contra mim, dizendo que a sua própria força o libertou, 3 anuncie, pois, ao povo que todo aquele que estiver tremendo de medo poderá ir embora do monte Gileade”. Então vinte e dois mil homens partiram, e ficaram apenas dez mil. 4 Mas o SENHOR tornou a dizer a Gideão: “Ainda há gente demais. Desça com eles à beira d'água, e eu separarei os que ficarão com você. Se eu disser: Este irá com você, ele irá; mas, se eu disser: Este não irá com você, ele não irá”. 5 Assim Gideão levou os homens à beira d'água, e o SENHOR lhe disse: “Separe os que beberem a água lambendo-a como faz o cachorro, daqueles que se ajoelharem para beber”. 6 O número dos que lamberam a água levando-a com as mãos à boca foi de trezentos homens. Todos os demais se ajoelharam para beber. 7 O SENHOR disse a Gideão: “Com os trezentos homens que lamberam a água livrarei vocês e entregarei os midianitas nas suas mãos. Mande para casa todos os outros homens”. 8 Gideão mandou os israelitas para as suas tendas, mas reteve os trezentos. E estes ficaram com as provisões e as trombetas dos que partiram.O acampamento de Midiã ficava abaixo deles, no vale. 9 Naquela noite, o SENHOR disse a Gideão: “Levante-se e desça ao acampamento, pois vou entregá-lo nas suas mãos. 10 Se você está com medo de atacá-los, desça ao acampamento com o seu servo Pura 11 e ouça o que estiverem dizendo. Depois disso você terá coragem para atacar”. Então ele e o seu servo Pura desceram até os postos avançados do acampamento. 12 Os midianitas, os amalequitas e todos os outros povos que vinham do leste haviam se instalado no vale; eram numerosos como nuvens de gafanhotos. Assim como não se pode contar a areia da praia, também não se podia contar os seus camelos. 13 Gideão chegou bem no momento em que um homem estava contando seu sonho a um amigo. “Tive um sonho”, dizia ele. “Um pão de cevada vinha rolando dentro do acampamento midianita e atingiu a tenda com tanta força que ela tombou e se desmontou”. 14 Seu amigo respondeu: “Não pode ser outra coisa senão a espada de Gideão, filho de Joás, o israelita. Deus entregou os midianitas e todo o acampamento nas mãos dele”. 15 Quando Gideão ouviu o sonho e a sua interpretação, adorou a Deus. Voltou para o acampamento de Israel e gritou: “Levantem-se! O SENHOR entregou o acampamento midianita nas mãos de vocês”. 16 Dividiu os trezentos homens em três companhias e pôs nas mãos de todos eles trombetas e jarros vazios, com tochas dentro. 17 E ele lhes disse: “Observem-me. Façam o que eu fizer. Quando eu chegar à extremidade do acampamento, façam o que eu fizer. 18 Quando eu e todos os que estiverem comigo tocarmos as nossas trombetas ao redor do acampamento, toquem as suas, e gritem: Pelo SENHOR e por Gideão!” 19 Gideão e os cem homens que o acompanhavam chegaram aos postos avançados do acampamento pouco depois da meia-noite, assim que foram trocadas as sentinelas. Então tocaram as suas trombetas e quebraram os jarros que tinham nas mãos; 20 as três companhias tocaram as trombetas e despedaçaram os jarros. Empunhando as tochas com a mão esquerda e as trombetas com a direita, gritaram: “À espada, pelo SENHOR e por Gideão!” 21 Cada homem mantinha a sua posição em torno do acampamento, e todos os midianitas fugiam correndo e gritando. 22 Quando as trezentas trombetas soaram, o SENHOR fez que em todo o acampamento os homens se voltassem uns contra os outros com as suas espadas. Mas muitos fugiram para Bete-Sita, na direção de Zererá, até a fronteira de Abel-Meolá, perto de Tabate. 23 Os israelitas de Naftali, de Aser e de todo o Manassés foram convocados, e perseguiram os midianitas. 24 Gideão enviou mensageiros a todos os montes de Efraim, dizendo: “Desçam para atacar os midianitas e cerquem as águas do Jordão à frente deles até Bete-Bara”.Foram, pois, convocados todos os homens de Efraim, e eles ocuparam as águas do Jordão até Bete-Bara. 25 Eles prenderam dois líderes midianitas, Orebe e Zeebe. Mataram Orebe na rocha de Orebe e Zeebe no tanque de prensar uvas de Zeebe. E, depois de perseguir os midianitas, trouxeram a cabeça de Orebe e a de Zeebe a Gideão, que estava do outro lado do Jordão.
1 Os efraimitas perguntaram, então, a Gideão: “Por que você nos tratou dessa forma? Por que não nos chamou quando foi lutar contra Midiã?” E o criticaram duramente. 2 Ele, porém, lhes respondeu: “Que é que eu fiz, em comparação com vocês? O resto das uvas de Efraim não são melhores do que toda a colheita de Abiezer? 3 Deus entregou os líderes midianitas Orebe e Zeebe nas mãos de vocês. O que pude fazer não se compara com o que vocês fizeram!” Diante disso, acalmou-se a indignação deles contra Gideão. 4 Gideão e seus trezentos homens, já exaustos, continuaram a perseguição, chegaram ao Jordão e o atravessaram. 5 Em Sucote, disse ele aos homens dali: “Peço a vocês um pouco de pão para as minhas tropas; os homens estão cansados, e eu ainda estou perseguindo os reis de Midiã, Zeba e Zalmuna”. 6 Os líderes de Sucote, porém, disseram: “Ainda não estão em seu poder Zeba e Zalmuna? Por que deveríamos dar pão às suas tropas?” 7 “É assim?”, replicou Gideão. “Quando o SENHOR entregar Zeba e Zalmuna em minhas mãos, rasgarei a carne de vocês com espinhos e espinheiros do deserto”. 8 Dali subiu a Peniel e fez o mesmo pedido aos homens de Peniel, mas eles responderam como os de Sucote. 9 Aos homens de Peniel ele disse: “Quando eu voltar triunfante, destruirei esta fortaleza”. 10 Ora, Zeba e Zalmuna estavam em Carcor, e com eles cerca de quinze mil homens. Estes foram todos os que sobraram dos exércitos dos povos que vinham do leste, pois cento e vinte mil homens que portavam espada tinham sido mortos. 11 Gideão subiu pela rota dos nômades, a leste de Noba e Jogbeá, e atacou de surpresa o exército. 12 Zeba e Zalmuna, os dois reis de Midiã, fugiram, mas ele os perseguiu e os capturou, derrotando também o exército. 13 Depois Gideão, filho de Joás, voltou da batalha, pela subida de Heres. 14 Ele capturou um jovem de Sucote e o interrogou, e o jovem escreveu para Gideão os nomes dos setenta e sete líderes e autoridades da cidade. 15 Gideão foi então a Sucote e disse aos homens de lá: “Aqui estão Zeba e Zalmuna, acerca dos quais vocês zombaram de mim, dizendo: ‘Ainda não estão em seu poder Zeba e Zalmuna? Por que deveríamos dar pão aos seus homens exaustos?’ ” 16 Gideão prendeu os líderes da cidade de Sucote, castigando-os com espinhos e espinheiros do deserto; 17 depois derrubou a fortaleza de Peniel e matou os homens daquela cidade. 18 Então perguntou a Zeba e a Zalmuna: “Como eram os homens que vocês mataram em Tabor?”“Eram como você”, responderam, “cada um tinha o porte de um príncipe”. 19 Gideão prosseguiu: “Aqueles homens eram meus irmãos, filhos de minha própria mãe. Juro pelo nome do SENHOR que, se vocês tivessem poupado a vida deles, eu não mataria vocês”. 20 E Gideão voltou-se para Jéter, seu filho mais velho, e lhe disse: “Mate-os!” Jéter, porém, teve medo e não desembainhou a espada, pois era muito jovem. 21 Mas Zeba e Zalmuna disseram: “Venha, mate-nos você mesmo. Isso exige coragem de homem”. Então Gideão avançou e os matou, e tirou os enfeites do pescoço dos camelos deles. 22 Os israelitas disseram a Gideão: “Reine sobre nós, você, seu filho e seu neto, pois você nos libertou das mãos de Midiã”. 23 “Não reinarei sobre vocês”, respondeu-lhes Gideão, “nem meu filho reinará sobre vocês. O SENHOR reinará sobre vocês”. 24 E prosseguiu: “Só faço a vocês um pedido: que cada um de vocês me dê um brinco da sua parte dos despojos”. (Os ismaelitas costumavam usar brincos de ouro.) 25 Eles responderam: “De boa vontade os daremos a você!” Então estenderam uma capa, e cada homem jogou sobre ela um brinco tirado de seus despojos. 26 O peso dos brincos de ouro chegou a vinte quilos e meio, sem contar os enfeites, os pendentes e as roupas de púrpura que os reis de Midiã usavam e os colares que estavam no pescoço de seus camelos. 27 Gideão usou o ouro para fazer um manto sacerdotal, que ele colocou em sua cidade, em Ofra. Todo o Israel prostituiu-se, fazendo dele objeto de adoração; e veio a ser uma armadilha para Gideão e sua família. 28 Assim Midiã foi subjugado pelos israelitas, e não tornou a erguer a cabeça. Durante a vida de Gideão a terra desfrutou paz quarenta anos. 29 Jerubaal, filho de Joás, retirou-se e foi para casa, onde ficou morando. 30 Teve setenta filhos, todos gerados por ele, pois tinha muitas mulheres. 31 Sua concubina, que morava em Siquém, também lhe deu um filho, a quem ele deu o nome de Abimeleque. 32 Gideão, filho de Joás, morreu em idade avançada e foi sepultado no túmulo de seu pai, Joás, em Ofra dos abiezritas. 33 Logo depois que Gideão morreu, os israelitas voltaram a prostituir-se com os baalins, cultuando-os. Ergueram Baal-Berite como seu deus e 34 não se lembraram do SENHOR, o seu Deus, que os tinha livrado das mãos dos seus inimigos em redor. 35 Também não foram bondosos com a família de Jerubaal, isto é, Gideão, pois não reconheceram todo o bem que ele tinha feito a Israel.
1 Abimeleque, filho de Jerubaal, foi aos irmãos de sua mãe em Siquém e disse a eles e a todo o clã da família de sua mãe: 2 “Perguntem a todos os cidadãos de Siquém o que é melhor para eles, ter todos os setenta filhos de Jerubaal governando sobre eles, ou somente um homem? Lembrem-se de que eu sou sangue do seu sangue”. 3 Os irmãos de sua mãe repetiram tudo aos cidadãos de Siquém, e estes se mostraram propensos a seguir Abimeleque, pois disseram: “Ele é nosso irmão”. 4 Deram-lhe setenta peças de prata tiradas do templo de Baal-Berite, as quais Abimeleque usou para contratar alguns desocupados e vadios, que se tornaram seus seguidores. 5 Foi à casa de seu pai em Ofra e matou seus setenta irmãos, filhos de Jerubaal, sobre uma rocha. Mas Jotão, o filho mais novo de Jerubaal, escondeu-se e escapou. 6 Então todos os cidadãos de Siquém e de Bete-Milo reuniram-se ao lado do Carvalho, junto à coluna de Siquém, para coroar Abimeleque rei. 7 Quando Jotão soube disso, subiu ao topo do monte Gerizim e gritou para eles: “Ouçam-me, cidadãos de Siquém, para que Deus os ouça. 8 Certo dia as árvores saíram para ungir um rei para si. Disseram à oliveira: ‘Seja o nosso rei!’ 9 “A oliveira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu azeite, com o qual se presta honra aos deuses e aos homens, para dominar sobre as árvores?’ 10 “Então as árvores disseram à figueira: ‘Venha ser o nosso rei!’ 11 “A figueira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu fruto saboroso e doce, para dominar sobre as árvores?’ 12 “Depois as árvores disseram à videira: ‘Venha ser o nosso rei!’ 13 “A videira, porém, respondeu: ‘Deveria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para ter domínio sobre as árvores?’ 14 “Finalmente todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Venha ser o nosso rei!’ 15 “O espinheiro disse às árvores: ‘Se querem realmente ungir-me rei sobre vocês, venham abrigar-se à minha sombra; do contrário, sairá fogo do espinheiro e consumirá até os cedros do Líbano!’ 16 “Será que vocês agiram de fato com sinceridade quando fizeram Abimeleque rei? Foram justos com Jerubaal e sua família, como ele merecia? 17 Meu pai lutou por vocês e arriscou a vida para livrá-los das mãos de Midiã. 18 Hoje, porém, vocês se revoltaram contra a família de meu pai, mataram seus setenta filhos sobre a mesma rocha e proclamaram Abimeleque, o filho de sua escrava, rei sobre os cidadãos de Siquém pelo fato de ser irmão de vocês. 19 Se hoje vocês de fato agiram com sinceridade para com Jerubaal e sua família, alegrem-se com Abimeleque, e alegre-se ele com vocês! 20 Entretanto, se não foi assim, que saia fogo de Abimeleque e consuma os cidadãos de Siquém e de Bete-Milo, e que saia fogo dos cidadãos de Siquém e de Bete-Milo, e consuma Abimeleque!” 21 Depois Jotão fugiu para Beer, onde ficou morando, longe de seu irmão Abimeleque. 22 Fazia três anos que Abimeleque governava Israel, 23 quando Deus enviou um espírito maligno entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém, e estes agiram traiçoeiramente contra Abimeleque. 24 Isso aconteceu para que o crime contra os setenta filhos de Jerubaal, o derramamento do sangue deles, fosse vingado em seu irmão Abimeleque e nos cidadãos de Siquém que o ajudaram a assassinar os seus irmãos. 25 Os cidadãos de Siquém enviaram homens para o alto das colinas para emboscarem os que passassem por ali, e Abimeleque foi informado disso. 26 Nesse meio tempo, Gaal, filho de Ebede, mudou-se com seus parentes para Siquém, cujos cidadãos confiavam nele. 27 Sucedeu que foram ao campo, colheram uvas, pisaram-nas e fizeram uma festa no templo do seu deus. Comendo e bebendo, amaldiçoaram Abimeleque. 28 Então Gaal, filho de Ebede, disse: “Quem é Abimeleque para que o sirvamos? E quem é Siquém? Não é ele o filho de Jerubaal, e não é Zebul o seu representante? Sirvam aos homens de Hamor, o pai de Siquém! Por que servir a Abimeleque? 29 Ah! Se eu tivesse esse povo sob o meu comando! Eu me livraria de Abimeleque e lhe diria: Mobilize o seu exército e venha!” 30 Quando Zebul, o governante da cidade, ouviu o que dizia Gaal, filho de Ebede, ficou indignado. 31 Secretamente enviou mensageiros a Abimeleque dizendo: “Gaal, filho de Ebede, e seus parentes vieram a Siquém e estão agitando a cidade contra você. 32 Venha de noite, você e seus homens, e fiquem à espera no campo. 33 De manhã, ao nascer do sol, avance contra a cidade. Quando Gaal e sua tropa atacarem, faça com eles o que achar melhor”. 34 E assim Abimeleque e todas as suas tropas partiram de noite e prepararam emboscadas perto de Siquém, em quatro companhias. 35 Ora, Gaal, filho de Ebede, tinha saído e estava à porta da cidade quando Abimeleque e seus homens saíram da sua emboscada. 36 Quando Gaal os viu, disse a Zebul: “Veja, vem gente descendo do alto das colinas!”Zebul, porém, respondeu: “Você está confundindo as sombras dos montes com homens”. 37 Mas Gaal tornou a falar: “Veja, vem gente descendo da parte central do território, e uma companhia está vindo pelo caminho do carvalho dos Adivinhadores”. 38 Disse-lhe Zebul: “Onde está toda aquela sua conversa? Você dizia: ‘Quem é Abimeleque, para que o sirvamos?’ Não são estes os homens que você ridicularizou? Saia e lute contra eles!” 39 Então Gaal conduziu para fora os cidadãos de Siquém e lutou contra Abimeleque. 40 Abimeleque o perseguiu, e ele fugiu. Muitos dos homens de Siquém caíram mortos ao longo de todo o caminho, até a porta da cidade. 41 Abimeleque permaneceu em Arumá, e Zebul expulsou Gaal e os seus parentes de Siquém. 42 No dia seguinte, o povo de Siquém saiu aos campos, e Abimeleque ficou sabendo disso. 43 Então dividiu os seus homens em três companhias e armou emboscadas no campo. Quando viu o povo saindo da cidade, levantou-se contra ele e atacou-o. 44 Abimeleque e as tropas que estavam com ele avançaram até a porta da cidade. Então duas companhias avançaram sobre os que estavam nos campos e os mataram. 45 E Abimeleque atacou a cidade o dia todo, até conquistá-la e matar o seu povo. Depois destruiu a cidade e espalhou sal sobre ela. 46 Ao saberem disso, os cidadãos que estavam na torre de Siquém entraram na fortaleza do templo de El-Berite. 47 Quando Abimeleque soube que se haviam reunido lá, 48 ele e todos os seus homens subiram o monte Zalmom. Ele apanhou um machado, cortou um galho de árvore e o pôs nos ombros. Então deu esta ordem aos homens que estavam com ele: “Rápido! Façam o que eu estou fazendo!” 49 Todos os homens cortaram galhos e seguiram Abimeleque. Empilharam os galhos junto à fortaleza e a incendiaram. Assim morreu também o povo que estava na torre de Siquém, cerca de mil homens e mulheres. 50 A seguir, Abimeleque foi a Tebes, sitiou-a e conquistou-a. 51 Mas dentro da cidade havia uma torre bastante forte, para a qual fugiram todos os homens e mulheres, todo o povo da cidade. Trancaram-se por dentro e subiram para o telhado da torre. 52 Abimeleque foi para a torre e atacou-a. E, quando se aproximava da entrada da torre para incendiá-la, 53 uma mulher jogou uma pedra de moinho na cabeça dele, e lhe rachou o crânio. 54 Imediatamente ele chamou seu escudeiro e lhe ordenou: “Tire a espada e mate-me, para que não digam que uma mulher me matou”. Então o jovem o atravessou, e ele morreu. 55 Quando os israelitas viram que Abimeleque estava morto, voltaram para casa. 56 Assim Deus retribuiu a maldade que Abimeleque praticara contra o seu pai, matando os seus setenta irmãos. 57 Deus fez também os homens de Siquém pagarem por toda a sua maldade. A maldição de Jotão, filho de Jerubaal, caiu sobre eles.