1 Eu sou o homem que viu a afliçãotrazida pela vara da sua ira. 2 Ele me impeliu e me fez andar na escuridão,e não na luz; 3 sim, ele voltou sua mão contra mimvez após vez, o tempo todo. 4 Fez que a minha pele e a minha carne envelhecesseme quebrou os meus ossos. 5 Ele me sitiou e me cercoude amargura e de pesar. 6 Fez-me habitar na escuridãocomo os que há muito morreram. 7 Cercou-me de muros, e não posso escapar;atou-me a pesadas correntes. 8 Mesmo quando chamo ou grito por socorro,ele rejeita a minha oração. 9 Ele impediu o meu caminho com blocos de pedra;e fez tortuosas as minhas sendas. 10 Como um urso à espreita,como um leão escondido, 11 arrancou-me do caminho e despedaçou-me,deixando-me abandonado. 12 Preparou o seu arcoe me fez alvo de suas flechas. 13 Atingiu o meu coraçãocom flechas de sua aljava. 14 Tornei-me objeto de riso de todo o meu povo;nas suas canções eles zombam de mim o tempo todo. 15 Fez-me comer ervas amargase fartou-me de fel. 16 Quebrou os meus dentes com pedras;e pisoteou-me no pó. 17 Tirou-me a paz;esqueci-me o que é prosperidade. 18 Por isso, digo: “Meu esplendor já se foi,bem como tudo o que eu esperava do SENHOR”. 19 Lembro-me da minha aflição e do meu delírio,da minha amargura e do meu pesar. 20 Lembro-me bem disso tudo,e a minha alma desfalece dentro de mim. 21 Todavia, lembro-me tambémdo que pode me dar esperança: 22 Graças ao grande amor do SENHOR é que não somos consumidos,pois as suas misericórdias são inesgotáveis. 23 Renovam-se cada manhã;grande é a sua fidelidade! 24 Digo a mim mesmo: A minha porção é o SENHOR;portanto, nele porei a minha esperança. 25 O SENHOR é bom para com aqueles cuja esperança está nele,para com aqueles que o buscam; 26 é bom esperar tranquilopela salvação do SENHOR. 27 É bom que o homem suporte o jugoenquanto é jovem. 28 Leve-o sozinho e em silêncio,porque o SENHOR o pôs sobre ele. 29 Ponha o seu rosto no pó;talvez ainda haja esperança. 30 Ofereça o rosto a quem o quer ferir,e engula a desonra. 31 Porque o Senhornão o desprezará para sempre. 32 Embora ele traga tristeza, mostrará compaixão,tão grande é o seu amor infalível. 33 Porque não é do seu agrado trazer afliçãoe tristeza aos filhos dos homens, 34 esmagar com os péstodos os prisioneiros da terra, 35 negar a alguém os seus direitos,enfrentando o Altíssimo, 36 impedir a alguém o acesso à justiça;não veria o Senhor tais coisas? 37 Quem poderá falar e fazer acontecer,se o Senhor não o tiver decretado? 38 Não é da boca do Altíssimo que vêmtanto as desgraças como as bênçãos? 39 Como pode um homem reclamarquando é punido por seus pecados? 40 Examinemos e coloquemos à prova os nossos caminhose depois voltemos ao SENHOR. 41 Levantemos o coração e as mãospara Deus, que está nos céus, e digamos: 42 “Pecamos e nos rebelamos,e tu não nos perdoaste. 43 “Tu te cobriste de ira e nos perseguiste,massacraste-nos sem piedade. 44 Tu te escondeste atrás de uma nuvempara que nenhuma oração chegasse a ti. 45 Tu nos tornaste escóriae refugo entre as nações. 46 “Todos os nossos inimigosescancaram a boca contra nós. 47 Sofremos terror e ciladas,ruína e destruição”. 48 Rios de lágrimas correm dos meus olhosporque o meu povo foi destruído. 49 Meus olhos choram sem parar,sem nenhum descanso, 50 até que o SENHOR contemple dos céuse veja. 51 O que eu enxergo enche-me a alma de tristeza,de pena de todas as mulheres da minha cidade. 52 Aqueles que, sem motivo, eram meus inimigoscaçaram-me como a um passarinho. 53 Procuraram fazer minha vida acabar na covae me jogaram pedras; 54 as águas me encobriram a cabeça,e cheguei a pensar que o fim de tudo tinha chegado. 55 Clamei pelo teu nome, SENHOR,das profundezas da cova. 56 Tu ouviste o meu clamor: “Não feches os teus ouvidosaos meus gritos de socorro”. 57 Tu te aproximaste quando a ti clamei,e disseste: “Não tenha medo”. 58 Senhor, tu assumiste a minha causa;e redimiste a minha vida. 59 Tu tens visto, SENHOR, o mal que me tem sido feito.Toma a teu cargo a minha causa! 60 Tu viste como é terrível a vingança deles,todas as suas ciladas contra mim. 61 SENHOR, tu ouviste os seus insultos,todas as suas ciladas contra mim, 62 aquilo que os meus inimigos sussurrame murmuram o tempo todo contra mim. 63 Olha para eles! Sentados ou em pé,zombam de mim com as suas canções. 64 Dá-lhes o que merecem, SENHOR,conforme o que as suas mãos têm feito. 65 Coloca um véu sobre os seus coraçõese esteja a tua maldição sobre eles. 66 Persegue-os com fúria e elimina-osde debaixo dos teus céus, ó SENHOR.
1 Como o ouro perdeu o brilho!Como o ouro fino ficou embaçado!As pedras sagradas estão espalhadaspelas esquinas de todas as ruas. 2 Como os preciosos filhos de Sião,que antes valiam seu peso em ouro,hoje são considerados como vasos de barro,obra das mãos de um oleiro! 3 Até os chacais oferecem o peitopara amamentar os seus filhotes,mas o meu povo não tem mais coração;é como as avestruzes do deserto. 4 De tanta sede, a língua dos bebêsgruda no céu da boca;as crianças imploram pelo pão,mas ninguém as atende. 5 Aqueles que costumavam comer comidas finaspassam necessidade nas ruas.Aqueles que se adornavam de púrpurahoje estão prostrados sobre montes de cinza. 6 A punição do meu povoé maior que a de Sodoma,que foi destruída num instantesem que ninguém a socorresse. 7 Seus príncipes eram mais brilhantes que a neve,mais brancos do que o leite;e tinham a pele mais rosada que rubis;e sua aparência lembrava safiras. 8 Mas agora estão mais negros do que o carvão;não são reconhecidos nas ruas.Sua pele enrugou-se sobre os seus ossos;agora parecem madeira seca. 9 Os que foram mortos à espadaestão melhor do que os que morreram de fome,os quais, tendo sido torturados pela fome,definham pela falta de produção das lavouras. 10 Com as próprias mãos, mulheres bondosascozinharam seus próprios filhos,que se tornaram sua comidaquando o meu povo foi destruído. 11 O SENHOR deu vazão total à sua ira;derramou a sua grande fúria.Ele acendeu em Sião um fogoque consumiu os seus alicerces. 12 Os reis da terra e os povos de todo o mundonão acreditavamque os inimigos e os adversários pudessem entrarpelas portas de Jerusalém. 13 Dentro da cidade foi derramadoo sangue dos justos,por causa do pecado dos seus profetase das maldades dos seus sacerdotes. 14 Hoje eles tateiam pelas ruascomo cegos,e tão sujos de sangue estãoque ninguém ousa tocar em suas vestes. 15 “Vocês estão imundos!”, o povo grita para eles.“Afastem-se! Não nos toquem!”Quando eles fogem e andam errantes,os povos das outras nações dizem:“Aqui eles não podem habitar”. 16 O próprio SENHOR os espalhou;ele já não cuida deles.Ninguém honra os sacerdotesnem respeita os líderes. 17 Nossos olhos estão cansadosde buscar ajuda em vão;de nossas torres ficávamos à esperade uma nação que não podia salvar-nos. 18 Cada passo nosso era vigiado;nem podíamos caminhar por nossas ruas.Nosso fim estava próximo, nossos dias estavam contados;o nosso fim já havia chegado. 19 Nossos perseguidores eram mais velozesque as águias nos céus;perseguiam-nos por sobre as montanhas,ficavam de tocaia contra nós no deserto. 20 O ungido do SENHOR, o próprio fôlego da nossa vida,foi capturado em suas armadilhas.E nós que pensávamos que soba sua sombra viveríamos entre as nações! 21 Alegre-se e exulte, ó terra de Edom,você que vive na terra de Uz.Mas a você também será servido o cálice:você será embriagada e as suas roupas serão arrancadas. 22 Ó cidade de Sião, o seu castigo terminará;o SENHOR não prolongará o seu exílio.Mas você, ó terra de Edom, ele punirá o seu pecadoe porá à mostra a sua perversidade.
1 Lembra-te, SENHOR, do que tem acontecido conosco;olha e vê a nossa desgraça. 2 Nossa herança foi entregue aos estranhos,nossas casas, aos estrangeiros. 3 Somos órfãos de pai,nossas mães são como viúvas. 4 Temos que comprar a água que bebemos;nossa lenha, só conseguimos pagando. 5 Aqueles que nos perseguem estão bem próximos;estamos exaustos e não temos como descansar. 6 Submetemo-nos ao Egito e à Assíriapara conseguir pão. 7 Nossos pais pecaram e já não existem,e nós recebemos o castigo pelos seus pecados. 8 Escravos dominam sobre nós,e não há quem possa livrar-nos das suas mãos. 9 Conseguimos pão arriscando a vida,enfrentando a espada do deserto. 10 Nossa pele está quente como um forno,febril de tanta fome. 11 As mulheres têm sido violentadas em Sião,e as virgens, nas cidades de Judá. 12 Os líderes foram pendurados por suas mãos;aos idosos não se mostra nenhum respeito. 13 Os jovens trabalham nos moinhos;os meninos cambaleiam sob o fardo de lenha. 14 Os líderes já não se reúnem junto às portas da cidade;os jovens cessaram a sua música. 15 Dos nossos corações fugiu a alegria;nossas danças se transformaram em lamentos. 16 A coroa caiu da nossa cabeça.Ai de nós, porque temos pecado! 17 E por esse motivo o nosso coração desfalece,e os nossos olhos perdem o brilho. 18 Tudo porque o monte Sião está deserto,e os chacais perambulam por ele. 19 Tu, SENHOR, reinas para sempre;teu trono permanece de geração em geração. 20 Por que motivo então te esquecerias de nós?Por que haverias de desamparar-nos por tanto tempo? 21 Restaura-nos para ti, SENHOR, para que voltemos;renova os nossos dias como os de antigamente, 22 a não ser que já nos tenhas rejeitado completamentee a tua ira contra nós não tenha limite!
1 Era o quinto dia do quarto mês do trigésimo ano, e eu estava entre os exilados, junto ao rio Quebar. Abriram-se os céus, e eu tive visões de Deus. 2 Foi no quinto ano do exílio do rei Joaquim, no quinto dia do quarto mês. 3 A palavra do SENHOR veio ao sacerdote Ezequiel, filho de Buzi, junto ao rio Quebar, na terra dos caldeus. Ali a mão do SENHOR esteve sobre ele. 4 Olhei e vi uma tempestade que vinha do norte: uma nuvem imensa, com relâmpagos e faíscas, cercada por uma luz brilhante. O centro do fogo parecia metal reluzente, 5 e no meio do fogo havia quatro vultos que pareciam seres viventes. Na aparência tinham forma de homem, 6 mas cada um deles tinha quatro rostos e quatro asas. 7 Suas pernas eram retas; seus pés eram como os de um bezerro e reluziam como bronze polido. 8 Debaixo de suas asas, nos quatro lados, eles tinham mãos humanas. Os quatro tinham rostos e asas, 9 e as suas asas encostavam umas nas outras. Quando se moviam, andavam para a frente e não se viravam. 10 Quanto à aparência dos seus rostos, os quatro tinham rosto de homem, rosto de leão no lado direito, rosto de boi no lado esquerdo e rosto de águia. 11 Assim eram os seus rostos. Suas asas estavam estendidas para cima; cada um deles tinha duas asas que se encostavam na de outro ser vivente, de um lado e do outro, e duas asas que cobriam os seus corpos. 12 Cada um deles ia sempre para a frente. Para onde quer que fosse o Espírito, eles iam e não se viravam quando se moviam. 13 Os seres viventes pareciam carvão aceso; eram como tochas. O fogo ia de um lado a outro entre os seres viventes, e do fogo saíam relâmpagos e faíscas. 14 Os seres viventes iam e vinham como relâmpagos. 15 Enquanto eu olhava para eles, vi uma roda ao lado de cada um deles, diante dos seus quatro rostos. 16 Esta era a aparência das rodas e a sua estrutura: reluziam como o berilo; as quatro tinham aparência semelhante. Cada roda parecia estar entrosada na outra. 17 Quando se moviam, seguiam nas quatro direções dos quatro rostos e não se viravam enquanto iam. 18 Seus aros eram altos e impressionantes e estavam cheios de olhos ao redor. 19 Quando os seres viventes se moviam, as rodas ao seu lado se moviam; quando se elevavam do chão, as rodas também se elevavam. 20 Para onde quer que o Espírito fosse, os seres viventes iam, e as rodas os seguiam, porque o mesmo Espírito estava nelas. 21 Quando os seres viventes se moviam, elas também se moviam; quando eles ficavam imóveis, elas também ficavam; e, quando os seres viventes se elevavam do chão, as rodas também se elevavam com eles, porque o mesmo Espírito deles estava nelas. 22 Acima das cabeças dos seres viventes estava o que parecia uma abóbada, reluzente como gelo, e impressionante. 23 Debaixo dela cada ser vivente estendia duas asas ao que lhe estava mais próximo e com as outras duas asas cobria o corpo. 24 Ouvi o ruído de suas asas quando voavam. Parecia o ruído de muitas águas, parecia a voz do Todo-poderoso. Era um ruído estrondoso, como o de um exército. Quando paravam, fechavam as asas. 25 Então veio uma voz de cima da abóbada sobre as suas cabeças, enquanto eles ficavam de asas fechadas. 26 Acima da abóbada sobre as suas cabeças havia o que parecia um trono de safira e, bem no alto—sobre o trono—havia uma figura que parecia um homem. 27 Vi que a parte de cima do que parecia ser a cintura dele parecia metal brilhante, como se estivesse cheia de fogo, e a parte de baixo parecia fogo; e uma luz brilhante o cercava. 28 Tal como a aparência do arco-íris nas nuvens de um dia chuvoso, assim era o resplendor ao seu redor.Essa era a aparência da figura da glória do SENHOR. Quando a vi, prostrei-me com o rosto em terra e ouvi a voz de alguém falando.
1 Ele me disse: “Filho do homem, fique em pé, pois eu vou falar com você”. 2 Enquanto ele falava, o Espírito entrou em mim e me pôs em pé, e ouvi aquele que me falava. 3 Ele disse: “Filho do homem, vou enviá-lo aos israelitas, nação rebelde que se revoltou contra mim; até hoje eles e os seus antepassados têm se revoltado contra mim. 4 O povo a quem vou enviá-lo é obstinado e rebelde. Diga-lhe: ‘Assim diz o Soberano, o SENHOR’. 5 E, quer aquela nação rebelde ouça quer deixe de ouvir, saberá que um profeta esteve no meio dela. 6 E você, filho do homem, não tenha medo dessa gente nem das suas palavras. Não tenha medo, ainda que o cerquem espinheiros e você viva entre escorpiões. Não tenha medo do que disserem nem fique apavorado ao vê-los, embora sejam uma nação rebelde. 7 Você lhes falará as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes. 8 Mas você, filho do homem, ouça o que digo. Não seja rebelde como aquela nação; abra a boca e coma o que vou dar a você”. 9 Então olhei e vi a mão de alguém estendida para mim. Nela estava o rolo de um livro, 10 que ele desenrolou diante de mim. Em ambos os lados do rolo estavam escritas palavras de lamento, pranto e ais.
1 E ele me disse: “Filho do homem, coma este rolo; depois vá falar à nação de Israel”. 2 Eu abri a boca, e ele me deu o rolo para eu comer. 3 E acrescentou: “Filho do homem, coma este rolo que estou dando a você e encha o seu estômago com ele”. Então eu o comi, e em minha boca era doce como mel. 4 Depois ele me disse: “Filho do homem, vá agora à nação de Israel e diga-lhe as minhas palavras. 5 Você não está sendo enviado a um povo de fala obscura e de língua difícil, mas à nação de Israel; 6 não irá a muitos povos de fala obscura e de língua difícil, cujas palavras você não conseguiria entender. Certamente, se eu o enviasse, eles o ouviriam. 7 Mas a nação de Israel não vai querer ouvi-lo porque não quer me ouvir, pois toda a nação de Israel está endurecida e obstinada. 8 Porém eu tornarei você tão inflexível e endurecido quanto eles. 9 Tornarei a sua testa como a mais dura das pedras, mais dura que a pederneira. Não tenha medo deles nem fique apavorado ao vê-los, embora sejam uma nação rebelde”. 10 E continuou: “Filho do homem, ouça atentamente e guarde no coração todas as palavras que eu disser a você. 11 Vá agora aos seus compatriotas que estão no exílio e fale com eles. Diga-lhes, quer ouçam quer deixem de ouvir: ‘Assim diz o Soberano, o SENHOR’”. 12 Depois o Espírito elevou-me, e ouvi esta estrondosa aclamação: “Que a glória do SENHOR seja louvada em sua habitação!” 13 E ouvi o som das asas dos seres viventes roçando umas nas outras e, atrás deles, o som das rodas—um forte estrondo! 14 Então o Espírito elevou-me e tirou-me de lá, com o meu espírito cheio de amargura e de ira e com a forte mão do SENHOR sobre mim. 15 Fui aos exilados que moravam em Tel-Abibe, perto do rio Quebar. Sete dias fiquei lá entre eles—atônito! 16 Ao fim dos sete dias a palavra do SENHOR veio a mim: 17 “Filho do homem”, disse ele, “eu o fiz sentinela para a nação de Israel; por isso ouça a palavra que digo e leve a eles a minha advertência. 18 Quando eu disser a um ímpio que ele vai morrer e você não o advertir nem lhe falar para dissuadi-lo dos seus maus caminhos e salvar a vida dele, aquele ímpio morrerá por sua iniquidade; para mim, porém, você será responsável pela morte dele. 19 Se, porém, você advertir o ímpio e ele não se desviar de sua impiedade ou dos seus maus caminhos, ele morrerá por sua iniquidade, mas você estará livre dessa culpa. 20 “Da mesma forma, quando um justo se desviar de sua justiça e fizer o mal, e eu puser uma pedra de tropeço diante dele, ele morrerá. Uma vez que você não o advertiu, ele morrerá pelo pecado que cometeu. As práticas justas dele não serão lembradas; para mim, porém, você será responsável pela morte dele. 21 Se, porém, você advertir o justo e ele não pecar, certamente ele viverá porque aceitou a advertência, e você estará livre dessa culpa”. 22 A mão do SENHOR esteve ali sobre mim, e ele me disse: “Levante-se e vá para a planície, e lá falarei com você”. 23 Então me levantei e fui para a planície. E lá estava a glória do SENHOR, glória como a que eu tinha visto junto ao rio Quebar. Prostrei-me com o rosto em terra, 24 mas o Espírito entrou em mim e me pôs em pé. Ele me disse: “Vá para casa e tranque-se. 25 Pois você, filho do homem, será amarrado com cordas; você ficará preso e não conseguirá sair para o meio do povo. 26 Farei sua língua apegar-se ao céu da boca para que você fique calado e não possa repreendê-los, embora sejam uma nação rebelde. 27 Mas, quando eu falar com você, abrirei sua boca e você lhes dirá: ‘Assim diz o Soberano, o SENHOR’. Quem quiser ouvir ouça, e quem não quiser não ouça; pois são uma nação rebelde.
1 “Agora, filho do homem, apanhe um tijolo, coloque-o à sua frente e nele desenhe a cidade de Jerusalém. 2 Em seguida, cerque-a e erga obras de cerco contra ela; construa uma rampa, monte acampamentos e ponha aríetes ao redor dela. 3 Depois apanhe uma panela de ferro, coloque-a como muro de ferro entre você e a cidade e ponha-se de frente para ela. Ela estará cercada, e você a sitiará. Isto será um sinal para a nação de Israel. 4 “Deite-se então sobre o seu lado esquerdo e sobre você ponha a iniquidade da nação de Israel. Você terá que carregar a iniquidade dela durante o número de dias em que estiver deitado sobre o lado esquerdo. 5 Determinei que o número de dias seja equivalente ao número de anos da iniquidade dela, ou seja, durante trezentos e noventa dias você carregará a iniquidade da nação de Israel. 6 “Terminado esse prazo, deite-se sobre o seu lado direito e carregue a iniquidade da nação de Judá, 7 durante quarenta dias, tempo que eu determinei para você, um dia para cada ano. Olhe para o cerco de Jerusalém e, com braço desnudo, profetize contra ela. 8 Vou amarrá-lo com cordas para que você não possa virar-se enquanto não cumprir os dias da sua aflição. 9 “Pegue trigo e cevada, feijão e lentilha, painço e espelta; ponha-os numa vasilha e com eles faça pão para você. Você deverá comê-lo durante os trezentos e noventa dias em que estiver deitado sobre o seu lado. 10 Pese duzentos e quarenta gramas do pão por dia e coma-o em horas determinadas. 11 Também meça meio litro de água e beba-a em horas determinadas. 12 Coma o pão como você comeria um bolo de cevada; asse-o à vista do povo, usando fezes humanas como combustível”. 13 O SENHOR disse: “Desse modo os israelitas comerão sua comida imunda entre as nações para onde eu os expulsar”. 14 Então eu disse: “Ah! Soberano SENHOR! Eu jamais me contaminei. Desde a minha infância até agora, jamais comi qualquer coisa achada morta ou que tivesse sido despedaçada por animais selvagens. Jamais entrou em minha boca qualquer carne impura”. 15 “Está bem”, disse ele, “deixarei que você asse o seu pão em cima de esterco de vaca, e não em cima de fezes humanas”. 16 E acrescentou: “Filho do homem, cortarei o suprimento de comida em Jerusalém. O povo comerá com ansiedade comida racionada e beberá com desespero água racionada, 17 pois haverá falta de comida e de água. Ficarão chocados com a aparência uns dos outros e definharão por causa de sua iniquidade.
1 “Agora, filho do homem, apanhe uma espada afiada e use-a como navalha de barbeiro para rapar a cabeça e a barba. Depois tome uma balança de pesos e reparta o cabelo. 2 Quando os dias do cerco da cidade chegarem ao fim, queime no fogo um terço do cabelo dentro da cidade. Pegue um terço e corte-o com a espada ao redor de toda a cidade. E espalhe um terço ao vento. Porque eu os perseguirei com espada desembainhada. 3 Mas apanhe umas poucas mechas de cabelo e esconda-as nas dobras de sua roupa. 4 E, destas ainda, pegue algumas e atire-as ao fogo, para que se queimem. Dali um fogo se espalhará por toda a nação de Israel. 5 “Assim diz o Soberano, o SENHOR: ‘Esta é Jerusalém, que pus no meio dos povos, com nações ao seu redor. 6 Contudo, em sua maldade, ela se revoltou contra as minhas leis e contra os meus decretos mais do que os povos e as nações ao seu redor. Ela rejeitou as minhas leis e não agiu segundo os meus decretos’. 7 “Portanto assim diz o Soberano, o SENHOR: Você tem sido mais rebelde do que as nações ao seu redor e não agiu segundo os meus decretos nem obedeceu às minhas leis. Você nem mesmo alcançou os padrões das nações ao seu redor. 8 “Por isso diz o Soberano, o SENHOR: Eu estou contra você, Jerusalém, e lhe infligirei castigo à vista das nações. 9 Por causa de todos os seus ídolos detestáveis, farei com você o que nunca fiz nem jamais voltarei a fazer. 10 Por isso, entre vocês sucederá que os pais comerão os seus próprios filhos, e os filhos comerão os seus pais. Castigarei você e dispersarei aos ventos os seus sobreviventes. 11 Por isso, juro pela minha vida, palavra do Soberano, o SENHOR, que, por ter contaminado meu santuário com suas imagens detestáveis e com suas práticas repugnantes, eu retirarei a minha bênção. Não olharei com piedade para você e não a pouparei. 12 Um terço de seu povo morrerá de peste ou perecerá de fome dentro de seus muros; um terço cairá à espada fora da cidade; e um terço dispersarei aos ventos e perseguirei com a espada em punho. 13 “Então a minha ira cessará, diminuirá a minha indignação contra eles, e serei vingado. E, quando tiver esgotado a minha ira sobre eles, saberão que eu, o SENHOR, falei segundo o meu zelo. 14 “Farei de você uma ruína e a tornarei desprezível entre as nações ao seu redor, à vista de todos quantos passarem por você. 15 Você será objeto de desprezo e de escárnio, e servirá de advertência e de causa de pavor às nações ao redor, quando eu castigar você com ira, indignação e violência. Eu, o SENHOR, falei. 16 Quando eu atirar em você minhas flechas mortais e destruidoras, minhas flechas de fome, atirarei para destruí-la. Aumentarei a sua fome e cortarei o seu sustento. 17 Enviarei contra você a fome e animais selvagens, que acabarão com os seus filhos. A peste e o derramamento de sangue a alcançarão, e trarei a espada contra você. Eu, o SENHOR, falei”.
1 Esta palavra do SENHOR veio a mim: 2 “Filho do homem, vire o rosto contra os montes de Israel; profetize contra eles 3 e diga: Ó montes de Israel, ouçam a palavra do Soberano, o SENHOR. Assim diz o Soberano, o SENHOR, aos montes e às colinas, às ravinas e aos vales: Estou prestes a trazer a espada contra vocês; vou destruir os seus altares idólatras. 4 Seus altares serão arrasados, seus altares de incenso serão esmigalhados, e abaterei o seu povo na frente dos seus ídolos. 5 Porei os cadáveres dos israelitas em frente dos seus ídolos e espalharei os seus ossos ao redor dos seus altares. 6 Onde quer que você viva, as cidades serão devastadas e os altares idólatras serão arrasados e devastados, seus ídolos serão esmigalhados e transformados em ruínas, seus altares de incenso serão derrubados e tudo o que vocês realizaram será apagado. 7 Seu povo cairá morto no meio de vocês, e vocês saberão que eu sou o SENHOR. 8 “Mas pouparei alguns; alguns de vocês escaparão da espada quando forem espalhados entre as terras e nações. 9 Ali, nas nações para onde vocês tiverem sido levados cativos, aqueles que escaparem se lembrarão de mim; lembrarão como fui entristecido por seus corações adúlteros, que se desviaram de mim, e, por seus olhos, que cobiçaram os seus ídolos. Terão nojo de vocês mesmos por causa do mal que fizeram e por causa de todas as suas práticas repugnantes. 10 E saberão que eu sou o SENHOR, que não ameacei em vão trazer esta desgraça sobre eles. 11 “Assim diz o Soberano, o SENHOR: Esfregue as mãos, bata os pés e grite ‘Ai!’, por causa de todas as práticas ímpias e repugnantes da nação de Israel, pois eles morrerão pela espada, pela fome e pela peste. 12 Quem está longe morrerá pela peste, quem está perto cairá pela espada, e quem sobreviver e for poupado morrerá de fome. Assim enviarei a minha ira sobre eles. 13 E saberão que eu sou o SENHOR, quando o seu povo estiver estirado, morto entre os seus ídolos, ao redor dos seus altares, em todo monte alto e em todo topo de montanha, debaixo de toda árvore frondosa e de todo carvalho viçoso—em todos os lugares nos quais eles ofereciam incenso aromático a todos os seus ídolos. 14 Estenderei o meu braço contra eles e tornarei a terra uma imensidão desolada, desde o deserto até Dibla—onde quer que estiverem vivendo. Então saberão que eu sou o SENHOR”.
1 Veio a mim esta palavra do SENHOR: 2 “Filho do homem, assim diz o Soberano, o SENHOR, à nação de Israel:“Chegou o fim! O fim chegouaos quatro cantos da terra de Israel. 3 O fim está agora sobre você,e sobre você eu vou desencadear a minha ira.Eu a julgarei de acordo com a sua condutae a retribuirei por todas as suas práticas repugnantes. 4 Não olharei com piedadepara você nem a pouparei;com certeza eu a retribuirei por sua condutae suas práticas em seu meio.Então você saberá que eu sou o SENHOR. 5 “Assim diz o Soberano, o SENHOR:“Eis a desgraça!Uma desgraça jamais imaginada vem aí. 6 Chegou o fim!Chegou o fim!Ele se insurgiu contra você.O fim chegou! 7 A condenação chegou sobrevocê que habita no país.Chegou a hora, o dia está próximo;há pânico, e não alegria, sobre os montes. 8 Estou prestes a derramar a minha ira sobre vocêe esgotar a minha indignação contra você;eu a julgarei de acordo com a sua condutae a retribuirei por todas as suas práticas repugnantes. 9 Não olharei com piedade para você nem a pouparei;eu a retribuirei de acordo com todas as práticas repugnantesque há no seu meio.Então você saberá que é o SENHOR que desfere o golpe. 10 “Eis o dia!Já chegou!A condenação irrompeu,a vara brotou,a arrogância floresceu! 11 A violência tomou a forma de umavara para castigar a maldade;ninguém do povo será deixado,ninguém daquela multidão,como também nenhuma riqueza,nada que tenha algum valor. 12 Chegou a hora,o dia chegou.Que o comprador não se regozijenem o vendedor se entristeça,pois a ira está sobre toda a multidão. 13 Nenhum vendedor viverá o suficiente para recuperara terra que vendeu,mesmo que viva muito tempo,pois a visão acerca de toda a multidão não voltará atrás.Por causa de sua iniquidade, nenhuma vida humana será preservada. 14 “Embora toquem a trombetae deixem tudo pronto,ninguém irá a combate,pois a minha ira está sobre toda a multidão. 15 “Fora está a espada,dentro estão a peste e a fome;quem estiver no campomorrerá pela espada,e quem estiver na cidadeserá devorado pela fome e pela peste. 16 Todos os que se livrarem e escaparemestarão nos montes,gemendo como pombas nos vales,cada um por causa de sua própria iniquidade. 17 Toda mão ficará pendendo, frouxa,e todo joelho ficará como água, de tão fraco. 18 Eles se cobrirão de vestes de lutoe se vestirão de pavor.Terão o rosto coberto de vergonha,e sua cabeça será rapada. 19 “Atirarão sua prata nas ruas,e seu ouro será tratado como coisa impura.Sua prata e seu ouroserão incapazes de livrá-losno dia da ira doe não poderão saciar sua fomee encher os seus estômagos;servirão apenas para fazê-los tropeçar na iniquidade. 20 Eles tinham orgulho de suas lindas joiase as usavam para fazer os seus ídolos repugnantese as suas imagens detestáveis.Por isso tornarei essas coisas em algo impuro para eles. 21 Entregarei tudo isso como despojo nas mãos de estrangeirose como saque nas mãos dos ímpios da terra,e eles o contaminarão. 22 Desviarei deles o meu rosto,e eles profanarão o lugar que tanto amo;este será invadido por ladrõesque o profanarão. 23 “Preparem correntes,porque a terra está cheia de sangue derramadoe a cidade está cheia de violência. 24 Trarei os piores elementos das naçõespara se apossarem das casas deles;darei fim ao orgulho dos poderosos,e os santuários deles serão profanados. 25 Quando chegar o pavor,eles buscarão paz, mas não a encontrarão. 26 Virá uma desgraça após a outra,e um alarme após o outro.Tentarão conseguir uma visão da parte do profeta,e o ensino da Lei pelo sacerdote se perderá,como também o conselho das autoridades. 27 O rei pranteará,o príncipe se vestirá de desespero,e as mãos do povo da terra tremerão.Lidarei com eles de acordo com a sua condutae por seus próprios padrões eu os julgarei.Então saberão que eu sou o SENHOR”.
1 No quinto dia do sexto mês do sexto ano do exílio, eu e as autoridades de Judá estávamos sentados em minha casa quando a mão do Soberano, o SENHOR, veio sobre mim. 2 Olhei e vi uma figura como a de um homem. Do que parecia ser a sua cintura para baixo, ele era como fogo, e dali para cima sua aparência era tão brilhante como metal reluzente. 3 Ele estendeu o que parecia um braço e pegou-me pelo cabelo. O Espírito levantou-me entre a terra e o céu e, em visões de Deus, ele me levou a Jerusalém, à entrada da porta norte do pátio interno, onde estava colocado o ídolo que provoca o ciúme de Deus. 4 E ali, diante de mim, estava a glória do Deus de Israel, como na visão que eu havia tido na planície. 5 Então ele me disse: “Filho do homem, olhe para o norte”. Olhei para o lado norte, e vi, junto à porta do altar, o ídolo que provoca o ciúme de Deus. 6 E ele me disse: “Filho do homem, você vê o que estão fazendo? As práticas repugnantes da nação de Israel, coisas que me levarão para longe do meu santuário? Mas você verá práticas ainda piores que estas”. 7 Em seguida me levou para a entrada do pátio. Olhei e vi um buraco no muro. 8 Ele me disse: “Filho do homem, agora escave o muro”. Escavei o muro e vi ali a abertura de uma porta. 9 Ele me disse: “Entre e veja as coisas repugnantes e más que estão fazendo”. 10 Eu entrei e olhei. Lá, desenhadas por todas as paredes, vi todo tipo de criaturas rastejantes e animais impuros e todos os ídolos da nação de Israel. 11 Na frente deles estavam setenta autoridades da nação de Israel, e Jazanias, filho de Safã, estava no meio deles. Do incensário que cada um tinha em suas mãos, elevava-se uma nuvem aromática. 12 Ele me disse: “Filho do homem, você viu o que as autoridades da nação de Israel estão fazendo nas trevas, cada uma no santuário de sua própria imagem esculpida? Elas dizem: ‘O SENHOR não nos vê; o SENHOR abandonou o país’.” 13 E de novo disse: “Você os verá cometer práticas ainda mais repugnantes”. 14 Então ele me levou para a entrada da porta norte da casa do SENHOR. Lá eu vi mulheres sentadas, chorando por Tamuz. 15 Ele me disse: “Você vê isso, filho do homem? Você verá práticas ainda mais repugnantes do que esta”. 16 Ele então me levou para dentro do pátio interno da casa do SENHOR, e ali, à entrada do templo, entre o pórtico e o altar, havia uns vinte e cinco homens. Com as costas para o templo do SENHOR e o rosto voltado para o oriente, eles se prostravam na direção do Sol. 17 Ele me disse: “Você viu isso, filho do homem? Será que essas práticas repugnantes são corriqueiras para a nação de Judá? Deverão também encher a terra de violência e continuamente me provocar a ira? Veja! Eles estão pondo o ramo perto do nariz! 18 Por isso com ira eu os tratarei; não olharei com piedade para eles nem os pouparei. Mesmo que gritem aos meus ouvidos, não os ouvirei”.
1 Então o ouvi clamar em alta voz: “Tragam aqui os guardas da cidade, cada um com uma arma na mão”. 2 E vi seis homens que vinham da porta superior, que está voltada para o norte, cada um com uma arma mortal na mão. Com eles estava um homem vestido de linho que tinha um estojo de escrevente à cintura. Eles entraram e se puseram ao lado do altar de bronze. 3 E a glória do Deus de Israel levantou-se de cima do querubim, onde havia estado, e se moveu para a entrada do templo. E o SENHOR chamou o homem vestido de linho e que tinha o estojo de escrevente à cintura 4 e lhe disse: “Percorra a cidade de Jerusalém e ponha um sinal na testa daqueles que suspiram e gemem por causa de todas as práticas repugnantes que são feitas nela”. 5 Enquanto eu escutava, ele disse aos outros: “Sigam-no por toda a cidade e matem, sem piedade ou compaixão, 6 velhos, rapazes e moças, mulheres e crianças. Mas não toquem em ninguém que tenha o sinal. Comecem pelo meu santuário”. Então eles começaram com as autoridades que estavam na frente do templo. 7 E ele lhes disse: “Contaminem o templo e encham de mortos os pátios. Podem ir!” Eles saíram e começaram a matança na cidade toda. 8 Enquanto isso eu fiquei sozinho. Então prostrei-me com o rosto em terra, clamando: “Ah! Soberano SENHOR! Vais destruir todo o remanescente de Israel, lançando a tua ira sobre Jerusalém?” 9 Ele me respondeu: “A iniquidade da nação de Israel e de Judá é enorme; a terra está cheia de sangue derramado e a cidade está cheia de injustiça. Eles dizem: ‘O SENHOR abandonou o país; o SENHOR não nos vê’. 10 Então eu, de minha parte, não olharei para eles com piedade nem os pouparei, mas farei cair sobre a sua cabeça o que eles têm feito”. 11 Então o homem de linho com o estojo de escrevente à cintura voltou trazendo um relatório e disse: “Fiz o que me ordenaste”.
1 Olhei e vi algo semelhante a um trono de safira sobre a abóbada que estava por cima das cabeças dos querubins. 2 O SENHOR disse ao homem vestido de linho: “Vá entre as rodas, por baixo dos querubins. Encha as mãos com brasas ardentes apanhadas de entre os querubins e espalhe-as sobre a cidade”. E, enquanto eu observava, ele foi. 3 Ora, os querubins estavam no lado sul do templo quando o homem entrou, e uma nuvem encheu o pátio interno. 4 Então a glória do SENHOR levantou-se de cima dos querubins e moveu-se para a entrada do templo. A nuvem encheu o templo, e o pátio foi tomado pelo resplendor da glória do SENHOR. 5 O som das asas dos querubins podia ser ouvido até no pátio externo, como a voz do Deus todo-poderoso, quando ele fala. 6 Quando o SENHOR ordenou ao homem vestido de linho: “Apanhe fogo do meio das rodas, do meio dos querubins”, o homem foi e ficou ao lado de uma roda. 7 No meio do fogo que estava entre os querubins um deles estendeu a mão, apanhou algumas brasas e as colocou nas mãos do homem vestido de linho, que as recebeu e saiu. 8 (Debaixo das asas dos querubins podia-se ver o que se parecia com mãos humanas.) 9 Olhei e vi ao lado dos querubins quatro rodas, uma ao lado de cada um dos querubins; as rodas reluziam como berilo. 10 Quanto à sua aparência, eram iguais, e cada uma parecia estar entrosada na outra. 11 Enquanto se moviam, elas iam em qualquer uma das quatro direções que tomavam os querubins; as rodas não se viravam enquanto os querubins se moviam. Eles seguiam qualquer direção à sua frente, sem se virar. 12 Seus corpos, inclusive as costas, as mãos e as asas, estavam completamente cheios de olhos, como as suas quatro rodas. 13 Quanto às rodas, ouvi que as chamavam “giratórias”. 14 Cada um dos querubins tinha quatro rostos: Um rosto era o de um querubim; o segundo, de um homem; o terceiro, de um leão; o quarto, de uma águia. 15 Então os querubins se elevaram. Eram os mesmos seres viventes que eu tinha visto junto ao rio Quebar. 16 Quando os querubins se moviam, as rodas ao lado deles se moviam; quando os querubins estendiam as asas para erguer-se do chão, as rodas também iam com eles. 17 Quando os querubins se mantinham imóveis, elas também ficavam; e, quando os querubins se levantavam, elas se levantavam com eles, porque o espírito dos seres viventes estava nelas. 18 E a glória do SENHOR afastou-se da entrada do templo e parou sobre os querubins. 19 Enquanto eu observava, os querubins estenderam as asas e se ergueram do chão, e as rodas foram com eles. Eles pararam à entrada da porta oriental do templo do SENHOR, e a glória do Deus de Israel estava sobre eles. 20 Esses seres viventes eram os mesmos que eu tinha visto debaixo do Deus de Israel, junto ao rio Quebar, e percebi que eles eram querubins. 21 Cada um tinha quatro rostos e quatro asas, e debaixo de suas asas havia o que parecia mãos humanas. 22 Seus rostos tinham a mesma aparência daqueles que eu tinha visto junto ao rio Quebar. Todos iam sempre para a frente.