1 Faltavam apenas dois dias para a Páscoa e para a festa dos pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam procurando um meio de flagrar Jesus em algum erro e matá-lo. 2 Mas diziam: “Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo”. 3 Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de um homem conhecido como Simão, o leproso, aproximou-se dele certa mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. 4 Alguns dos presentes começaram a dizer uns aos outros, indignados: “Por que este desperdício de perfume? 5 Ele poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro ser dado aos pobres”. E eles a repreendiam severamente. 6 “Deixem-na em paz”, disse Jesus. “Por que a estão perturbando? Ela praticou uma boa ação para comigo. 7 Pois os pobres vocês sempre terão com vocês e poderão ajudá-los sempre que o desejarem. Mas a mim vocês nem sempre terão. 8 Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. 9 Eu asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória”. 10 Então Judas Iscariotes, um dos Doze, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes a fim de lhes entregar Jesus. 11 A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro. Assim, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo. 12 No primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando se costumava sacrificar o cordeiro pascal, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “Aonde queres que vamos e te preparemos a refeição da Páscoa?” 13 Então ele enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: “Entrem na cidade, e um homem carregando um pote de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no 14 e digam ao dono da casa em que ele entrar: O Mestre pergunta: Onde é o meu salão de hóspedes, no qual poderei comer a Páscoa com meus discípulos? 15 Ele mostrará uma ampla sala no andar superior, mobiliada e pronta. Façam ali os preparativos para nós”. 16 Os discípulos se retiraram, entraram na cidade e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. E prepararam a Páscoa. 17 Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze. 18 Quando estavam comendo, reclinados à mesa, Jesus disse: “Digo que certamente um de vocês me trairá, alguém que está comendo comigo”. 19 Eles ficaram tristes e, um por um, lhe disseram: “Com certeza não sou eu!” 20 Afirmou Jesus: “É um dos Doze, alguém que come comigo do mesmo prato. 21 O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido”. 22 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos discípulos, dizendo: “Tomem; isto é o meu corpo”. 23 Em seguida tomou o cálice, deu graças, ofereceu-o aos discípulos, e todos beberam. 24 E disse-lhes: “Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25 Eu afirmo que não beberei outra vez do fruto da videira, até aquele dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus”. 26 Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras. 27 Disse-lhes Jesus: “Vocês todos me abandonarão. Pois está escrito:“ ‘Ferirei o pastor,e as ovelhas serão dispersas’. 28 Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galileia”. 29 Pedro declarou: “Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei!” 30 Respondeu Jesus: “Asseguro que ainda hoje, esta noite, antes que duas vezes cante o galo, três vezes você me negará”. 31 Mas Pedro insistia ainda mais: “Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei”. E todos os outros disseram o mesmo. 32 Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: “Sentem-se aqui enquanto vou orar”. 33 Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado. 34 E disse-lhes: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem”. 35 Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora. 36 E dizia: “Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres”. 37 Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. “Simão”, disse ele a Pedro, “você está dormindo? Não pôde vigiar nem por uma hora? 38 Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. 39 Mais uma vez ele se afastou e orou, repetindo as mesmas palavras. 40 Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados. Eles não sabiam o que lhe dizer. 41 Voltando pela terceira vez, ele lhes disse: “Vocês ainda dormem e descansam? Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. 42 Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!” 43 Enquanto ele ainda falava, apareceu Judas, um dos Doze. Com ele estava uma multidão armada de espadas e varas, enviada pelos chefes dos sacerdotes, mestres da lei e líderes religiosos. 44 O traidor havia combinado um sinal com eles: “Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele: prendam-no e levem-no em segurança”. 45 Dirigindo-se imediatamente a Jesus, Judas disse: “Mestre!”, e o beijou. 46 Os homens agarraram Jesus e o prenderam. 47 Então, um dos que estavam por perto puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha. 48 Disse Jesus: “Estou eu chefiando alguma rebelião, para que vocês venham me prender com espadas e varas? 49 Todos os dias eu estive com vocês, ensinando no templo, e vocês não me prenderam. Mas as Escrituras precisam ser cumpridas”. 50 Então todos o abandonaram e fugiram. 51 Um jovem, vestindo apenas um lençol de linho, estava seguindo Jesus. Quando tentaram prendê-lo, 52 ele fugiu nu, deixando o lençol para trás. 53 Levaram Jesus ao sumo sacerdote; e então se reuniram todos os chefes dos sacerdotes, os líderes religiosos e os mestres da lei. 54 Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. Sentando-se ali com os guardas, esquentava-se junto ao fogo. 55 Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando depoimentos contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte, mas não encontravam nenhum. 56 Muitos testemunharam falsamente contra ele, mas as declarações deles não eram coerentes. 57 Então se levantaram alguns e declararam falsamente contra ele: 58 “Nós o ouvimos dizer: ‘Destruirei este templo feito por mãos humanas e em três dias construirei outro, não feito por mãos de homens’.” 59 Mas, nem mesmo assim, o depoimento deles era coerente. 60 Depois o sumo sacerdote levantou-se diante deles e perguntou a Jesus: “Você não vai responder à acusação que estes fazem sobre você?” 61 Mas Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu.Outra vez o sumo sacerdote lhe perguntou: “Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?” 62 “Sou”, disse Jesus. “E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo com as nuvens do céu”. 63 O sumo sacerdote, rasgando as próprias vestes, perguntou: “Por que precisamos de mais testemunhas? 64 Vocês ouviram a blasfêmia. Que acham?”Todos o julgaram digno de morte. 65 Então alguns começaram a cuspir nele; vendaram-lhe os olhos e, dando-lhe murros, diziam: “Profetize!” E os guardas o levaram, dando-lhe tapas. 66 Estando Pedro embaixo, no pátio, uma das criadas do sumo sacerdote passou por ali. 67 Vendo Pedro a aquecer-se, olhou bem para ele e disse:“Você também estava com Jesus, o Nazareno”. 68 Contudo ele o negou, dizendo: “Não o conheço, nem sei do que você está falando”. E saiu para o alpendre. 69 Quando a criada o viu lá, disse novamente aos que estavam por perto: “Esse aí é um deles”. 70 De novo ele negou.Pouco tempo depois, os que estavam sentados ali perto disseram a Pedro: “Certamente você é um deles. Você é galileu!” 71 Ele começou a se amaldiçoar e a jurar: “Não conheço o homem de quem vocês estão falando!” 72 E logo o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: “Antes que duas vezes cante o galo, você me negará três vezes”. E se pôs a chorar.
1 Quando Jacó soube que no Egito havia trigo, disse a seus filhos: “Por que estão aí olhando uns para os outros?” 2 Disse ainda: “Ouvi dizer que há trigo no Egito. Desçam até lá e comprem trigo para nós, para que possamos continuar vivos e não morramos de fome”. 3 Assim dez dos irmãos de José desceram ao Egito para comprar trigo. 4 Jacó não deixou que Benjamim, irmão de José, fosse com eles, temendo que algum mal lhe acontecesse. 5 Os filhos de Israel estavam entre outros que também foram comprar trigo, por causa da fome na terra de Canaã. 6 José era o governador do Egito e era ele que vendia trigo a todo o povo da terra. Por isso, quando os irmãos de José chegaram, curvaram-se diante dele com o rosto em terra. 7 José reconheceu os seus irmãos logo que os viu, mas agiu como se não os conhecesse, e lhes falou asperamente: “De onde vocês vêm?”Responderam eles: “Da terra de Canaã, para comprar comida”. 8 José reconheceu os seus irmãos, mas eles não o reconheceram. 9 Lembrou-se então dos sonhos que tivera a respeito deles e lhes disse: “Vocês são espiões! Vieram para ver onde a nossa terra está desprotegida”. 10 Eles responderam: “Não, meu senhor. Teus servos vieram comprar comida. 11 Todos nós somos filhos do mesmo pai. Teus servos são homens honestos, e não espiões”. 12 Mas José insistiu: “Não! Vocês vieram ver onde a nossa terra está desprotegida”. 13 E eles disseram: “Teus servos eram doze irmãos, todos filhos do mesmo pai, na terra de Canaã. O caçula está agora em casa com o pai, e o outro já morreu”. 14 José tornou a afirmar: “É como lhes falei: Vocês são espiões! 15 Vocês serão postos à prova. Juro pela vida do faraó que vocês não sairão daqui, enquanto o seu irmão caçula não vier para cá. 16 Mandem algum de vocês buscar o seu irmão enquanto os demais aguardam presos. Assim ficará provado se as suas palavras são verdadeiras ou não. Se não forem, juro pela vida do faraó que ficará confirmado que vocês são espiões!” 17 E os deixou presos três dias. 18 No terceiro dia, José lhes disse: “Eu tenho temor de Deus. Se querem salvar sua vida, façam o seguinte: 19 se vocês são homens honestos, deixem um dos seus irmãos aqui na prisão, enquanto os demais voltam, levando trigo para matar a fome das suas famílias. 20 Tragam-me, porém, o seu irmão caçula, para que se comprovem as suas palavras e vocês não tenham que morrer”. 21 Eles se prontificaram a fazer isso e disseram uns aos outros: “Certamente estamos sendo punidos pelo que fizemos a nosso irmão. Vimos como ele estava angustiado, quando nos implorava por sua vida, mas não lhe demos ouvidos; por isso nos sobreveio esta angústia”. 22 Rúben respondeu: “Eu não lhes disse que não maltratassem o menino? Mas vocês não quiseram me ouvir! Agora teremos que prestar contas do seu sangue”. 23 Eles, porém, não sabiam que José podia compreendê-los, pois ele lhes falava por meio de um intérprete. 24 Nisso José retirou-se e começou a chorar, mas logo depois voltou e conversou de novo com eles. Então escolheu Simeão e mandou acorrentá-lo diante deles. 25 Em seguida, José deu ordem para que enchessem de trigo suas bagagens, devolvessem a prata de cada um deles, colocando-a nas bagagens, e lhes dessem mantimentos para a viagem. E assim foi feito. 26 Eles puseram a carga de trigo sobre os seus jumentos e partiram. 27 No lugar onde pararam para pernoitar, um deles abriu a bagagem para pegar forragem para o seu jumento e viu a prata na boca da bagagem. 28 E disse a seus irmãos: “Devolveram a minha prata. Está aqui em minha bagagem”.Tomados de pavor em seu coração e tremendo, disseram uns aos outros: “Que é isto que Deus fez conosco?” 29 Ao chegarem à casa de seu pai Jacó, na terra de Canaã, relataram-lhe tudo o que lhes acontecera, dizendo: 30 “O homem que governa aquele país falou asperamente conosco e nos tratou como espiões. 31 Mas nós lhe asseguramos que somos homens honestos e não espiões. 32 Dissemos também que éramos doze irmãos, filhos do mesmo pai, e que um já havia morrido e que o caçula estava com o nosso pai, em Canaã. 33 “Então o homem que governa aquele país nos disse: ‘Vejamos se vocês são honestos: um dos seus irmãos ficará aqui comigo, e os outros poderão voltar e levar mantimentos para matar a fome das suas famílias. 34 Tragam-me, porém, o seu irmão caçula, para que eu comprove que vocês não são espiões, mas sim, homens honestos. Então lhes devolverei o irmão e os autorizarei a fazer negócios nesta terra’.” 35 Ao esvaziarem as bagagens, dentro da bagagem de cada um estava a sua bolsa cheia de prata. Quando eles e seu pai viram as bolsas cheias de prata, ficaram com medo. 36 E disse-lhes seu pai Jacó: “Vocês estão tirando meus filhos de mim! Já fiquei sem José, agora sem Simeão e ainda querem levar Benjamim. Tudo está contra mim!” 37 Então Rúben disse ao pai: “Podes matar meus dois filhos se eu não o trouxer de volta. Deixa-o aos meus cuidados, e eu o trarei”. 38 Mas o pai respondeu: “Meu filho não descerá com vocês; seu irmão está morto, e ele é o único que resta. Se qualquer mal lhe acontecer na viagem que estão por fazer, vocês farão estes meus cabelos brancos descer à sepultura com tristeza”.
1 Eu, Paulo, pela mansidão e pela bondade de Cristo, apelo para vocês; eu, que sou “humilde” quando estou face a face com vocês, mas “audaz” quando ausente! 2 Rogo a vocês que, quando estiver presente, não me obriguem a agir com audácia, tal como penso que ousarei fazer, para com alguns que acham que procedemos segundo os padrões humanos. 3 Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. 4 As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. 5 Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo. 6 E estaremos prontos para punir todo ato de desobediência, uma vez estando completa a obediência de vocês. 7 Vocês observam apenas a aparência das coisas. Se alguém está convencido de que pertence a Cristo, deveria considerar novamente consigo mesmo que, assim como ele, nós também pertencemos a Cristo. 8 Pois mesmo que eu tenha me orgulhado um pouco mais da autoridade que o Senhor nos deu, não me envergonho disso, pois essa autoridade é para edificá-los, e não para destruí-los. 9 Não quero que pareça que estou tentando amedrontá-los com as minhas cartas. 10 Pois alguns dizem: “As cartas dele são duras e fortes, mas ele pessoalmente não impressiona, e a sua palavra é desprezível”. 11 Saibam tais pessoas que aquilo que somos em cartas, quando estamos ausentes, seremos em atos, quando estivermos presentes. 12 Não temos a pretensão de nos igualar ou de nos comparar com alguns que se recomendam a si mesmos. Quando eles se medem e se comparam consigo mesmos, agem sem entendimento. 13 Nós, porém, não nos gloriaremos além do limite adequado, mas limitaremos nosso orgulho à esfera de ação que Deus nos confiou, a qual alcança vocês inclusive. 14 Não estamos indo longe demais em nosso orgulho, como seria se não tivéssemos chegado até vocês, pois chegamos a vocês com o evangelho de Cristo. 15 Da mesma forma, não vamos além de nossos limites, gloriando-nos de trabalhos que outros fizeram. Nossa esperança é que, à medida que for crescendo a fé que vocês têm, nossa atuação entre vocês aumente ainda mais, 16 para que possamos pregar o evangelho nas regiões que estão além de vocês, sem nos vangloriarmos de trabalho já realizado em território de outro. 17 Contudo, “quem se gloriar glorie-se no Senhor”, 18 pois não é aprovado quem a si mesmo se recomenda, mas aquele a quem o Senhor recomenda.
1 Como a corça anseia por águas correntes,a minha alma anseia por ti, ó Deus. 2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus? 3 Minhas lágrimas têm sido o meu alimentode dia e de noite,pois me perguntam o tempo todo:“Onde está o seu Deus?” 4 Quando me lembro dessas coisas,choro angustiado.Pois eu costumava ir com a multidão,conduzindo a procissão à casa de Deus,com cantos de alegria e de ação de graçasem meio à multidão que festejava. 5 Por que você está assim tão triste, ó minha alma?Por que está assim tão perturbada dentro de mim?Ponha a sua esperança em Deus!Pois ainda o louvarei;ele é o meu Salvador e 6 o meu Deus.A minha alma está profundamente triste;por isso de ti me lembrodesde a terra do Jordão,das alturas do Hermom, desde o monte Mizar. 7 Abismo chama abismoao rugir das tuas cachoeiras;todas as tuas ondas e vagalhõesse abateram sobre mim. 8 Conceda-me o SENHOR o seu fiel amor de dia;de noite esteja comigo a sua canção.É a minha oração ao Deus que me dá vida. 9 Direi a Deus, minha Rocha:“Por que te esqueceste de mim?Por que devo sair vagueando e pranteando,oprimido pelo inimigo?” 10 Até os meus ossos sofrem agonia mortalquando os meus adversários zombam de mim,perguntando-me o tempo todo:“Onde está o seu Deus?” 11 Por que você está assim tão triste, ó minha alma?Por que está assim tão perturbada dentro de mim?Ponha a sua esperança em Deus!Pois ainda o louvarei;ele é o meu Salvador e o meu Deus.
1 O SENHOR repudia balanças desonestas,mas os pesos exatos lhe dão prazer. 2 Quando vem o orgulho, chega a desgraça,mas a sabedoria está com os humildes. 3 A integridade dos justos os guia,mas a falsidade dos infiéis os destrói. 4 De nada vale a riqueza no dia da ira divina,mas a retidão livra da morte. 5 A retidão dos irrepreensíveis lhes abre um caminho reto,mas os ímpios são abatidos por sua própria impiedade. 6 A justiça dos justos os livra,mas o desejo dos infiéis os aprisiona. 7 Quando morre o ímpio, sua esperança perece;tudo o que ele esperava do seu poder dá em nada. 8 O justo é salvo das tribulações,e estas são transferidas para o ímpio. 9 Com a boca o ímpio pretende destruir o próximo,mas pelo seu conhecimento o justo se livra. 10 Quando os justos prosperam, a cidade exulta;quando os ímpios perecem, há cantos de alegria. 11 Pela bênção dos justos a cidade é exaltada,mas pela boca dos ímpios é destruída. 12 O homem que não tem juízo ridiculariza o seu próximo,mas o que tem entendimento refreia a língua. 13 Quem muito fala trai a confidência,mas quem merece confiança guarda o segredo. 14 Sem diretrizes a nação cai;o que a salva é ter muitos conselheiros. 15 Quem serve de fiador certamente sofrerá,mas quem se nega a fazê-lo está seguro. 16 A mulher bondosa conquista o respeito,mas os homens cruéis só conquistam riquezas. 17 Quem faz o bem aos outros, a si mesmo o faz;o homem cruel causa o seu próprio mal. 18 O ímpio recebe salários enganosos,mas quem semeia a retidão colhe segura recompensa. 19 Quem permanece na justiça viverá,mas quem sai em busca do mal corre para a morte. 20 O SENHOR detesta os perversos de coração,mas os de conduta irrepreensível dão-lhe prazer. 21 Esteja certo de que os ímpios não ficarão sem castigo,mas os justos serão poupados. 22 Como anel de ouro em focinho de porco,assim é a mulher bonita, mas indiscreta. 23 O desejo dos justos resulta em bem;a esperança dos ímpios, em ira. 24 Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas;outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. 25 O generoso prosperará;quem dá alívio aos outros, alívio receberá. 26 O povo amaldiçoa aquele que esconde o trigo,mas a bênção coroa aquele que logo se dispõe a vendê-lo. 27 Quem procura o bem será respeitado;já o mal vai de encontro a quem o busca. 28 Quem confia em suas riquezas certamente cairá,mas os justos florescerão como a folhagem verdejante. 29 Quem causa problemas à sua família herdará somente vento;o insensato será servo do sábio. 30 O fruto da retidão é árvore de vida,e aquele que conquista almas é sábio. 31 Se os justos recebem na terra a punição que merecem,quanto mais o ímpio e o pecador!
1 Naquela época, não havia rei em Israel, e a tribo de Dã estava procurando um local onde se estabelecer, pois ainda não tinha recebido herança entre as tribos de Israel. 2 Então enviaram cinco guerreiros de Zorá e de Estaol para espionarem a terra e explorá-la. Esses homens representavam todos os clãs da tribo. Disseram-lhes: “Vão, explorem a terra”.Os homens chegaram aos montes de Efraim e foram à casa de Mica, onde passaram a noite. 3 Quando estavam perto da casa de Mica, reconheceram a voz do jovem levita; aproximaram-se e lhe perguntaram: “Quem o trouxe para cá? O que você está fazendo neste lugar? Por que você está aqui?” 4 O jovem lhes contou o que Mica fizera por ele, e disse: “Ele me contratou, e eu sou seu sacerdote”. 5 Então eles lhe pediram: “Pergunte a Deus se a nossa viagem será bem-sucedida”. 6 O sacerdote lhes respondeu: “Vão em paz. Sua viagem tem a aprovação do SENHOR”. 7 Os cinco homens partiram e chegaram a Laís, onde viram que o povo vivia em segurança, como os sidônios, despreocupado e tranquilo, e gozava prosperidade, pois a sua terra não lhe deixava faltar nada. Viram também que o povo vivia longe dos sidônios e não tinha relações com nenhum outro povo. 8 Quando voltaram a Zorá e a Estaol, seus irmãos lhes perguntaram: “O que descobriram?” 9 Eles responderam: “Vamos atacá-los! Vimos que a terra é muito boa. Vocês vão ficar aí sem fazer nada? Não hesitem em ir apossar-se dela. 10 Chegando lá, vocês encontrarão um povo despreocupado e uma terra espaçosa que Deus pôs nas mãos de vocês, terra onde não falta coisa alguma!” 11 Então seiscentos homens da tribo de Dã partiram de Zorá e de Estaol, armados para a guerra. 12 Na viagem armaram acampamento perto de Quiriate-Jearim, em Judá. É por isso que até hoje o local, a oeste de Quiriate-Jearim, é chamado Maané-Dã. 13 Dali foram para os montes de Efraim e chegaram à casa de Mica. 14 Os cinco homens que haviam espionado a terra de Laís disseram a seus irmãos: “Vocês sabiam que numa dessas casas há um manto sacerdotal, ídolos da família, uma imagem esculpida e um ídolo de metal? Agora vocês sabem o que devem fazer”. 15 Então eles se aproximaram e foram à casa do jovem levita, à casa de Mica, e o saudaram. 16 Os seiscentos homens de Dã, armados para a guerra, ficaram junto à porta. 17 Os cinco homens que haviam espionado a terra entraram e apanharam a imagem, o manto sacerdotal, os ídolos da família e o ídolo de metal, enquanto o sacerdote e os seiscentos homens armados permaneciam à porta. 18 Quando os homens entraram na casa de Mica e apanharam a imagem, o manto sacerdotal, os ídolos da família e o ídolo de metal, o sacerdote lhes perguntou: “Que é que vocês estão fazendo?” 19 Eles lhe responderam: “Silêncio! Não diga nada. Venha conosco, e seja nosso pai e sacerdote. Não será melhor para você servir como sacerdote uma tribo e um clã de Israel do que apenas a família de um só homem?” 20 Então o sacerdote se alegrou, apanhou o manto sacerdotal, os ídolos da família e a imagem esculpida e se juntou à tropa. 21 Pondo os seus filhos, os seus animais e os seus bens na frente deles, partiram de volta. 22 Quando já estavam a certa distância da casa, os homens que moravam perto de Mica foram convocados e alcançaram os homens de Dã. 23 Como vinham gritando atrás deles, estes se voltaram e perguntaram a Mica: “Qual é o seu problema? Por que convocou os seus homens para lutar?” 24 Ele respondeu: “Vocês estão levando embora os deuses que fiz e o meu sacerdote. O que me sobrou? Como é que ainda podem perguntar: ‘Qual é o seu problema?’ ” 25 Os homens de Dã responderam: “Não discuta conosco, senão alguns homens de temperamento violento o atacarão, e você e a sua família perderão a vida”. 26 E assim os homens de Dã seguiram seu caminho. Vendo que eles eram fortes demais para ele, Mica virou-se e voltou para casa. 27 Os homens de Dã levaram o que Mica fizera e o seu sacerdote, e foram para Laís, lugar de um povo pacífico e despreocupado. Eles mataram todos ao fio da espada e queimaram a cidade. 28 Não houve quem os livrasse, pois viviam longe de Sidom e não tinham relações com nenhum outro povo. A cidade ficava num vale que se estende até Bete-Reobe.Os homens de Dã reconstruíram a cidade e se estabeleceram nela. 29 Deram à cidade anteriormente chamada Laís o nome de Dã, em homenagem a seu antepassado Dã, filho de Israel. 30 Eles levantaram para si o ídolo, e Jônatas, filho de Gérson, neto de Moisés, e os seus filhos foram sacerdotes da tribo de Dã até que o povo foi para o exílio. 31 Ficaram com o ídolo feito por Mica durante todo o tempo em que o santuário de Deus esteve em Siló.
1 “Eis o meu servo, a quem sustento,o meu escolhido, em quem tenho prazer.Porei nele o meu Espírito,e ele trará justiça às nações. 2 Não gritará nem clamará,nem erguerá a voz nas ruas. 3 Não quebrará o caniço rachado,e não apagará o pavio fumegante.Com fidelidade fará justiça; 4 não mostrará fraqueza nem se deixará feriraté que estabeleça a justiça na terra.Em sua lei as ilhas porão sua esperança”. 5 É o que diz Deus, o SENHOR,aquele que criou o céu e o estendeu,que espalhou a terra e tudo o que dela procede,que dá fôlego aos seus moradorese vida aos que andam nela: 6 “Eu, o SENHOR, o chamei para justiça;segurarei firme a sua mão.Eu o guardarei e farei de vocêum mediador para o povoe uma luz para os gentios, 7 para abrir os olhos dos cegos,para libertar da prisão os cativose para livrar do calabouço os que habitam na escuridão. 8 “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome!Não darei a outro a minha glórianem a imagens o meu louvor. 9 Vejam! As profecias antigasaconteceram, e novas eu anuncio;antes de surgirem, eu as declaro a vocês”. 10 Cantem ao SENHOR um novo cântico,seu louvor desde os confins da terra,vocês, que navegam no mar, e tudo o que nele existe,vocês, ilhas, e todos os seus habitantes. 11 Que o deserto e as suas cidades ergam a sua voz;regozijem-se os povoados habitados por Quedar.Cante de alegria o povo de Selá,gritem pelos altos dos montes. 12 Deem glória aoe nas ilhas proclamem seu louvor. 13 O SENHOR sairá como homem poderoso,como guerreiro despertará o seu zelo;com forte brado e seu grito de guerra,triunfará sobre os seus inimigos. 14 “Fiquei muito tempo em silêncioe me contive, calado.Mas agora, como mulher em trabalho de parto,eu grito, gemo e respiro ofegante. 15 Arrasarei os montes e as colinase secarei toda sua vegetação;tornarei rios em terra seca e secarei os açudes. 16 Conduzirei os cegos por caminhos que eles não conheceram,por veredas desconhecidas eu os guiarei;transformarei as trevas em luz diante delese tornarei retos os lugares acidentados.Essas são as coisas que farei;não os abandonarei. 17 Mas retrocederão em vergonha totalaqueles que confiam em imagens esculpidas,que dizem aos ídolos fundidos: ‘Vocês são nossos deuses’. 18 “Ouçam, surdos;olhem, cegos, e vejam! 19 Quem é cego senão o meu servo,e surdo senão o mensageiro que enviei?Quem é cego como aquele que é consagrado a mim,cego como o servo do SENHOR? 20 Você viu muitas coisas, mas não deu nenhuma atenção;seus ouvidos estão abertos, mas você não ouve nada”. 21 Foi do agrado do SENHOR,por amor de sua retidão,tornar grande e gloriosa a sua lei. 22 Mas este é um povo saqueado e roubado;foi apanhado em cavernase escondido em prisões.Tornou-se presa,sem ninguém para resgatá-lo;tornou-se despojo,sem que ninguém o reclamasse, dizendo: “Devolvam”. 23 Qual de vocês escutará issoou prestará muita atenção no tempo vindouro? 24 Quem entregou Jacó para tornar-se despojoe Israel aos saqueadores?Não foi o SENHOR,contra quem temos pecado?Pois eles não quiseram seguir os seus caminhos;não obedeceram à sua lei. 25 De modo que ele lançou sobre eles o seu furor,a violência da guerra.Ele os envolveu em chamas, contudo nada aprenderam;isso os consumiu e, ainda assim, não o levaram a sério.
1 Em Icônio, Paulo e Barnabé, como de costume, foram à sinagoga judaica. Ali falaram de tal modo que veio a crer grande multidão de judeus e gentios. 2 Mas os judeus que se tinham recusado a crer incitaram os gentios e irritaram-lhes o ânimo contra os irmãos. 3 Paulo e Barnabé passaram bastante tempo ali, falando corajosamente do Senhor, que confirmava a mensagem de sua graça realizando sinais e maravilhas pelas mãos deles. 4 O povo da cidade ficou dividido: alguns estavam a favor dos judeus, outros a favor dos apóstolos. 5 Formou-se uma conspiração de gentios e judeus, com os seus líderes, para maltratá-los e apedrejá-los. 6 Quando eles souberam disso, fugiram para as cidades licaônicas de Listra e Derbe, e seus arredores, 7 onde continuaram a pregar as boas-novas. 8 Em Listra havia um homem paralítico dos pés, aleijado desde o nascimento, que vivia ali sentado e nunca tinha andado. 9 Ele ouvira Paulo falar. Quando Paulo olhou diretamente para ele e viu que o homem tinha fé para ser curado, 10 disse em alta voz: “Levante-se! Fique em pé!” Com isso, o homem deu um salto e começou a andar. 11 Ao ver o que Paulo fizera, a multidão começou a gritar em língua licaônica: “Os deuses desceram até nós em forma humana!” 12 A Barnabé chamavam Zeus e a Paulo chamavam Hermes, porque era ele quem trazia a palavra. 13 O sacerdote de Zeus, cujo templo ficava diante da cidade, trouxe bois e coroas de flores à porta da cidade, porque ele e a multidão queriam oferecer-lhes sacrifícios. 14 Ouvindo isso, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as roupas e correram para o meio da multidão, gritando: 15 “Homens, por que vocês estão fazendo isso? Nós também somos humanos como vocês. Estamos trazendo boas-novas para vocês, dizendo que se afastem dessas coisas vãs e se voltem para o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há. 16 No passado ele permitiu que todas as nações seguissem os seus próprios caminhos. 17 Contudo, Deus não ficou sem testemunho: mostrou sua bondade, dando-lhes chuva do céu e colheitas no tempo certo, concedendo-lhes sustento com fartura e um coração cheio de alegria”. 18 Apesar dessas palavras, eles tiveram dificuldade para impedir que a multidão lhes oferecesse sacrifícios. 19 Então alguns judeus chegaram de Antioquia e de Icônio e mudaram o ânimo das multidões. Apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, pensando que estivesse morto. 20 Mas, quando os discípulos se ajuntaram em volta de Paulo, ele se levantou e voltou à cidade. No dia seguinte, ele e Barnabé partiram para Derbe. 21 Eles pregaram as boas-novas naquela cidade e fizeram muitos discípulos. Então voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, 22 fortalecendo os discípulos e encorajando-os a permanecer na fé, dizendo: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”. 23 Paulo e Barnabé designaram-lhes presbíteros em cada igreja; tendo orado e jejuado, eles os encomendaram ao Senhor, em quem haviam confiado. 24 Passando pela Pisídia, chegaram à Panfília 25 e, tendo pregado a palavra em Perge, desceram para Atália. 26 De Atália navegaram de volta a Antioquia, onde tinham sido recomendados à graça de Deus para a missão que agora haviam completado. 27 Chegando ali, reuniram a igreja e relataram tudo o que Deus tinha feito por meio deles e como abrira a porta da fé aos gentios. 28 E ficaram ali muito tempo com os discípulos.