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E agora vos exorto a que tenhais bom ânimo, pois não se perderá vida alguma entre vós, mas somente o navio.
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Porque esta noite me apareceu um anjo do Deus de quem eu sou e a quem sirvo,
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dizendo: Não temas, Paulo, importa que compareças perante César, e eis que Deus te deu todos os que navegam contigo.
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Portanto, senhores, tende bom ânimo; pois creio em Deus que há de suceder assim como me foi dito.
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Contudo é necessário irmos dar em alguma ilha.
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Quando chegou a décima quarta noite, sendo nós ainda impelidos pela tempestade no mar de Ádria, pela meia-noite, suspeitaram os marinheiros a proximidade de terra;
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e lançando a sonda, acharam vinte braças; passando um pouco mais adiante, e tornando a lançar a sonda, acharam quinze braças.
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Ora, temendo irmos dar em rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, e esperaram ansiosos que amanhecesse.
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Procurando, entrementes, os marinheiros fugir do navio, e tendo arriado o batel ao mar sob pretexto de irem lançar âncoras pela proa,
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disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos.
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Então os soldados cortaram os cabos do batel e o deixaram cair.
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Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que comessem alguma coisa, dizendo: É já hoje o décimo quarto dia que esperais e permaneceis em jejum, não havendo provado coisa alguma.
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Rogo-vos, portanto, que comais alguma coisa, porque disso depende a vossa segurança; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós.
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E, havendo dito isto, tomou o pão, deu graças a Deus na presença de todos e, partindo-o começou a comer.
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Então todos cobraram ânimo e se puseram também a comer.
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Éramos ao todo no navio duzentas e setenta e seis almas.
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Depois de saciados com a comida, começaram a aliviar o navio, alijando o trigo no mar.
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Quando amanheceu, não reconheciam a terra; divisavam, porém, uma enseada com uma praia, e consultavam se poderiam nela encalhar o navio.
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Soltando as âncoras, deixaram-nas no mar, largando ao mesmo tempo as amarras do leme; e, içando ao vento a vela da proa, dirigiram-se para a praia.
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Dando, porém, num lugar onde duas correntes se encontravam, encalharam o navio; e a proa, encravando-se, ficou imóvel, mas a popa se desfazia com a força das ondas.
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Então o parecer dos soldados era que matassem os presos para que nenhum deles fugisse, escapando a nado.
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Mas o centurião, querendo salvar a Paulo, estorvou-lhes este intento; e mandou que os que pudessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra;
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e que os demais se salvassem, uns em tábuas e outros em quaisquer destroços do navio. Assim chegaram todos � terra salvos.